Daqui até ali

Quebro a cronologia do blog mas não quebro a cronologia da história!

A questão é que a Dona Patroa, a pedido do filhote mais velho, queria ir até Mogi das Cruzes para o Akimatsuri (leia-se “Festival Japonês”). Bem, já tem mais de quinze anos desde que fui até lá pela última vez, de modo que não tenho nem a mais afastada ideia de quanto tempo demoraria esse trajeto.

Mas pra coisas desse tipo é que podemos recorrer ao nosso bom e velho Google Maps!

Pelo “trajeto normal” de São José dos Campos até Mogi das Cruzes, passando pela Via Dutra, Trabalhadores, Ayrton Senna, etc, levaríamos cerca de uma hora. Mas, pelo “trajeto legal”, indo por Jacareí, pegando a bucólica estrada de Guararema levaríamos coisa de hora e meia! Pô, apenas meia horinha a mais para poder desfrutar de um cenário bem mais agradável que a autoestrada? Nem precisava perguntar! Tô dentro.

E foi assim que levamos TRÊS HORAS para chegar ao nosso destino.

Não, não foi erro de cálculo, não. Acontece que, depois de mais de meia hora para atravessar o trânsito de sábado da cidade, quando finalmente chegamos na rodovia que passa por Guararema em direção a Mogi, após duas “operações parada” por conta do asfalto que está sendo refeito em alguns trechos (o que implica em apenas uma pista para tráfego), eis que o tal do trânsito parou de vez. Totalmente.

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Muitos e muitos minutos depois, quando concluímos que o negócio não andava nem desandava, tomei a única atitude que se pode esperar de um homem honrado nesse momento: concordei com a Dona Patroa quando ela quis verificar pessoalmente o que estava acontecendo…

Mais um tanto de minutos depois, face sua demora, resolvo eu mesmo dar uma checada. Não andei nem cerca de uns duzentos metros quando, ainda de longe, avistei-a voltando. Ao nos encontrarmos, adiantou-me que havia tombado um caminhão de celulose às oito da manhã (já era quase onze) e, por isso, as pistas estavam totalmente interditadas.

Não foi preciso confabular muito para decidir voltar e tentar o trajeto original. É lógico que as duas “operações parada” continuavam no mesmo lugar. E, também lógico, que Murphy, escondido no porta-malas, fez com que parássemos novamente nas duas vezes!

Bem, superado todo esse perrengue, todo o restante do trajeto de ida (e, em especial, o de volta) foi bastante tranquilo. Andamos bastante, comemos bastante, passeamos bastante, tomamos insolação o bastante. Ah, não. Esse último item foi somente por minha conta…

E quanto ao Titanic? – bradam os curiosos.

Vai muito bem, obrigado. – respondo-lhes eu.

O negócio é que já acertei negócio com o funileiro – vulgo “Seo Zé” – para guinchar a lata até lá ainda esta semana. E três meses fica sendo o combinado e necessário para dar o arremate final na pintura do bichinho.

Vamos combinar?

Bem melhor que os dois anos e meio em que tudo ficou parado…

Corrida Maluca

Ou, se preferirem no original, “Wacky Races”!

Acontece que numa de minhas surfadas internetísticas, enquanto estava procurando um outro vídeo, com essa “mania” agora que o Youtube tem de soltar umas propagandas obrigatórias, acabei me deparando com esse vídeo.

E gostei!

Estão de parabéns os publicitários que buscam maneiras diferenciadas de chamar a atenção para um mundo de propagandas – em tese estagnadas por falta de criatividade – e conseguem fazer com que tenhamos interesse pelo produto. Ou, pelo menos, que prestemos atenção nos detalhes do produto!

Tudo bem que esse tal de “novo” Peugeot 208 não é pra mim. Jamais seria. Continuo firme e fiel ao bom e velho Opala. Mas é impossível negar que esse reclame teve a capacidade de fazer subir ao paladar um saudoso gostinho de infância… Conseguiram “transformar em filme” um desenho que – posso arriscar dizer – absolutamente todo mundo gostava. Estão lá, bem representados em toda sua maluquice (e efeitos especiais) Barão Vermelho, Dick Vigarista, Quadrilha de Morte e tantos outros…

Mas, enfim, confiram por si mesmos!

Agora, cá entre nós, vamos combinar que o Dick Vigarista sempre foi uma besta, né? Invariavelmente com o carro mais turbinado e possante do que todos seus concorrentes ele sempre se ferrava tentando colocar em prática as armadilhas malucas dele.

Mas, de volta ao comercial, o final com a Penélope Charmosa é perfeito.

E o Mutley, pra variar, impagável!

Compasso de espera

Muito bem.

O (novo) primeiro passo foi dado.

Conversei hoje com o funileiro que – talvez – vá assumir a empreitada de dar continuidade ao sonho deste maluco que vos tecla. “Seo” José e seu filho Rafael vieram até a garagem de casa para dar uma olhada na lata e tentar ter uma vaga ideia do tamanho da encrenca…

Aliás esse “Seo” é por minha conta. É um sinal de respeito, pois trata-se de um senhorzinho que, talvez em decorrência de minha própria criação, não tem como chamá-lo só de “José” ou, ainda, “Senhor José”. Pra mim é “Seo” mesmo e pronto.

Enfim, vieram, viram e foram. Proseamos um pouco, deixei claro que não estou fazendo uma restauração, mas sim uma reforma, o que já lhe deu um pouco mais de segurança, pois foi veemente em assegurar que poderia ficar muito bom, mas como a lata está bastante judiada pelo passar dos anos não teria como ficar original, disse-lhe que tinha plena consciência disso, pois estávamos falando de um veículo já com mais de trinta anos, papo vem, papo vai e por aí afora.

Ah! E elogiou bastante o sistema de rodinhas que fiz! Orgulho…

Levei-os de volta, pegaram meu telefone e ficaram de retornar assim que chegassem numa conclusão. E, lógico, num preço.

Talvez ainda hoje.

Agora é aguardar…

Desfile de modelos Chevrolet em 1970

Texto e fotos recortados-e-colados lá do blog Antigos Verde Amarelo

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Desfile dos modelos da Chevrolet para o ano de 1970 na cidade de Anápolis – GO.

Na foto acima, o Chevrolet Opala puxando o desfile. Na foto, vê-se o prédio da concessionária Ford e assistindo ao cortejo, Simca, Fuscas, DKW Candando e picape Dodge D-100.

Abaixo, as belas Chevrolet Veraneio.

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E o Chevrolet Opala, sonho de consumo até hoje, ostentando pneus com finas faixas-brancas.

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Operação Resgate – Parte II

E então, neste sábado que amanheceu chuvoso, como que antecedendo o milagre da movimentação do nosso querido Titanic (e apenas dois dias antes do aniversário de naufrágio daquele que lhe deu o nome), eis que me coloquei a esperar o guincheiro – o sujeito do caminhão guincho – que iria passar em casa para pegar a plataforma e buscarmos a lata do futuro bólido.

Estávamos combinados para às nove da manhã.

E, lógico, deu nove horas e nada – deixando este usualmente paciente ser que vos tecla um tanto quanto impaciente…

Dediquei-me à vã tentativa de me concentrar em algumas outras tarefas que me ocupassem a mente, como consertar a caixinha de giz dos filhotes, mas confesso que não deu lá muito certo. Já estava achando que, juntamente com a chuva, novamente tudo tinha ido por água abaixo.

E eis que de repente uma buzina começa a tocar incessantemente do outro lado da rua. “Só pode ser ele!”, pensei de imediato.

Era.

Um senhorzinho de chapéu (já gostei!), bigodudo e com cara de bonachão me aguardava do lado de fora. Me apresentei, assim como ele (e confesso que dois minutos depois já havia lhe esquecido o nome). Explicou de seu atraso e contou uma ótima história sobre como foi guinchar, às cinco da matina, um veículo enfiado num buraco lá em Campos do Jordão e quase que ele mesmo é que acaba precisando ser guinchado. Mas tudo correu bem. Exceto pelo veículo, que continuou no buraco. Colocamos a plataforma em cima do caminhão e seguimos adiante, até a oficina onde a lata de meu bom e velho Opala 79 nos aguardava.

Antes, uma pequena nota: originalmente eu havia planejado que essa plataforma – ou carrinho, ou berço, ou seja lá que nome resolvam chamar essa minha criação – seria desmontável. Assim eu levaria seus componentes até a oficina, montaria, colocaria a lata em cima e seria só questão de aguardar o guincho. O problema é que, por um erro de cálculo quando estava furando a madeira acabei invertendo um dos furos de uma das pontas, o que me obrigou a montar o parafuso sob pressão. Ora, uma vez montada (e era indispensável uma primeira montagem), com os parafusos travados do jeito que ficaram, seria melhor então transportá-la inteira. O que, pelo peso e dimensões, seria inviável em qualquer outro veículo sem carroceria…

Pois bem, estávamos a caminho quando o sujeito me olha meio de esgueio e me solta essa:

– Num sei não… Mas parece que eu já te conheço…

Putz! E lá vamos nós… Como já trabalhei em diversos empregos com bastante contato com o povo e também já morei em diversos lugares da cidade, sempre era mais fácil alguém me conhecer que eu me lembrar desse alguém. Com a idade acabei ficando desencanado e já não tenho mais paciência para aqueles joguinhos de ficar tateando nas lembranças, com receio de ser deselegante por não reconhecer a pessoa.

– Pode até ser! Mas vou ser bastante sincero: não me lembro do senhor, não. Nadica de nada. De onde o senhor é?

– Lá da Vila César, em Santana.

– Ora! Sou nascido e criado em Santana. E na Vila César – mais conhecida como “Três Árvores”, certo? – eu costumava estar sempre! Principalmente por conta de meu amigo, o Pascoaleto, que hoje tem um trailler que transformou numa casa de lanches, subindo um pouco bairro acima.

– Isso mesmo! Eu tinha um bar, bem na esquina e vocês sempre estavam lá! Eu até achava que vocês fossem irmãos!

– Heh… Irmãos de alma, meu caro… A vida acaba separando a gente, mas naquela época podíamos dizer que éramos sim. Mas tô meio encafifado, pois aquele bar que a gente costumava ir era do Seu Saulo, pai do Mi, onde tinham aquelas mesas de bilhar…

– Não, na outra esquina, logo na descida!

– Ah… Sinceramente não me lembro muito de ter ido lá não. Mas se o senhor fala, eu acredito! Até porque a gente costumava mesmo era estar em tudo quanto era boteco da região!

E assim seguimos num agradável proseio, relembrando dos velhos tempos, até chegarmos na oficina.

Coincidências à parte, como diria uma amiga, “neste mundo só existem vinte pessoas; o resto é tudo ator coadjuvante”…

Como eu esperava, ainda estava tudo do mesmo jeito quando chegamos na oficina. Solícito, ele me ajudou a empurrar um carro para fora, enquanto que outro foi desviado do percurso com um macaco jacaré. Com o acesso livre bastou que levantássemos a lata (mais leve do que eu imaginava) e a colocássemos sobre o suporte.

Ficou perfeito! Confiram:

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Bem, as rodinhas cumpriram muito bem sua função. Ainda que num piso meio que acidentado, elas deram conta do recado. O fato de serem giratórias facilitou e muito a locomoção do Titanic, pois não estávamos adstritos às limitadas manobras convencionais de um veículo com suas próprias rodas. Daí foi só levá-lo para o outro lado da rua e, com apenas um pouco mais de cuidado do que seria usual, transferi-lo para cima do guincho.

As fotos (ainda que do celular), mesmo debaixo de chuva, já mostram esse passo a passo…

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Com o veículo devidamente pronto para o transporte, fizemos o curto caminho de poucos quilômetros até em casa. Não sem antes dar uma passada em frente da oficina de outro funileiro para o qual estou pensando em passar a não tão árdua tarefa de acabar essa reforma.

Cheguei a conversar com ele antes – um tiozinho que já há vinte anos possui sua oficina no mesmo lugar. Na ocasião ele foi muito razoável em dizer que não tinha como dar um orçamento sem ver o estado da lata e que seria muito chato ir até a oficina onde estava o veículo para “dar um preço”. Lúcido e coerente. Ponto pra ele.

Infelizmente, por ser um sábado, parece que ele tirou o dia pra descansar. Paciência. E sem a possibilidade de descarregar o veículo por ali mesmo, seguimos por mais algumas quadras até em casa, onde foi feita a “operação descarrego”…

Só deu um pouco de trabalho foi para passar com as rodinhas na primeira “rampa” da calçada (entre o asfalto e o concreto), pois o desnível é razoável. Ainda mais debaixo da chuva – que não parava. Mas, ainda assim, sem nenhum esforço considerável e um pouco de imaginação, colocamos o carro na calçada. E dali pra dentro da garagem já ficou fácil!

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Enfim, no decorrer da semana devo entrar em contato novamente com o outro funileiro e levá-lo até em casa para que possa fazer a devida avaliação nos serviços que terá pela frente. E, principalmente, passar o preço! Aliás, dependendo deste último quesito talvez ainda seja necessário ampliar a via sacra mais um pouco…

Ao menos o Titanic está de volta a sua doca original, aguardando por mais um tempinho para que O Projeto tenha continuidade!

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Ah, em tempo: quem talvez não tenha gostado muito dessa história foi meu sogro – que mora conosco. Com dois Opalas e mais o Corsa da Dona Patroa na garagem não sobrou espaço suficiente para abrigar o Golzinho 92 dele. Que, por enquanto, deve ficar na casa de seu outro filho até eu me “livrar” da lata que ocupa a garagem.

Paciência.

De novo.

Não tem como agradar gregos e troianos.

(Ou seriam japoneses e americanos?…)

   😀