Batalhas

Fragmento extraído diretamente dos pergaminhos Crônicas do Guerreiro Suburbano, uma série histórica de alto valor cultural e moral que narra trechos do cotidiano de algumas batalhas vividas do final do Século XX em diante.

Ah, os dias de glória, os dias de esplendor! Tal época certamente ficou para trás… Desde a batalha anterior, ao desafiar as tórridas temperaturas em elevadas alturas, e monstros alados que desafiavam o equilíbrio no topo do mundo, tenho vivido dias de letargia…

Mesmo assim a aventura não cansa de bater à minha porta, desafiando-me a superar meus próprios limites! A última batalha travada se deu em decorrência de uma série de eventos menores – que até poderiam também serem chamados de ‘batalhas’ – e que me levou ao limite da exaustão tanto do corpo quanto da alma.

E não estou falando simplesmente do cansaço de subir e descer os inúmeros degraus das infinitas escadas que separam a caixa de força da instalação elétrica. Sequer alego o hercúleo esforço de passar e repassar fios por inóspitos conduítes totalmente obstruídos. Tampouco me refiro a ter adentrado num mundo esquecido pelo próprio tempo, causticante e claustrofóbico, desbravando totalmente agachado imensas distâncias em meio à escuridão, teias de aranha e fios elétricos, completamente oprimido pelo pequeno espaço que separa o forro do telhado. Mesmo a cruel e sanguinolenta luta travada com uma multidão de monstros himenópteros alados (uma vez que tive que passar pelo ninho formado por essas criaturas também conhecidas como “marimbondo-cavalo”) e da qual – pasmem! – saí totalmente ileso, mesmo tal peleja não merece ser considerada uma verdadeira batalha.

A verdadeira batalha, a batalha que consumiu todas as minhas energias, todas as minhas forças, que praticamente esgotou todo meu poder de concentração, de estratégia, de persuasão e que ainda por cima minou a ferrenha esperança que usualmente possuo de que dias melhores virão, foi ter que ligar no 103-15

Pérolas Febeapazísticas

O título é uma homenagem ao amigo e copoanheiro Bicarato, só para tentar fazer frente ao que escreveu lá no Alfarrábio no último dia 14…

Particularmente a Dona Patroa acha que estou sendo cético, que até poderiam haver bons frutos do ato praticado.

Entretanto, há muito tempo já deixei de acreditar nisso. Acho que os nobres edis – que usualmente possuem especialização e doutorado somente em nomear ruas – bem, dessa vez eles conseguiram se superar. Que me perdoem a franqueza, mas acho que os vereadores em geral, não só desse como de qualquer município, poderiam procurar algo com mais seriedade pra fazer, além da usual politicagem e corrida para cada qual tentar atender as demandas de seu próprio reduto eleitoral.

Ora, qual o papel principal de um vereador? Legislar. Fazer leis. Adequar as situações de direito às situações de fato, modernizando o arcabouço jurídico (bonito isso…) e atendendo o interesse público. É muito fácil perder esse foco – inclusive, ao fazer uma outra crítica, eu mesmo fui recentemente lembrado por um amigo acerca desse papel da casa legislativa.

Bem, sem mais delongas, eis o motivo do meu “ceticismo”. Dêem uma conferida no que saiu publicado no último Boletim Oficial da cidade em questão:

Realismo conceitual

O trecho do acórdão a seguir foi extraído do Ementário do Boletim AASP nº 2513, de 5 a 11 de março de 2007. Até onde foi possível perceber, trata-se de uma ação de responsabilidade civil cumulada com danos morais interposta por médicos que queriam porque queriam a gratuidade da justiça (deixar de pagar as taxas judiciais). Foi alegado um tal de “realismo conceitual”, onde tentaram demonstrar através de laudas e laudas de precioso juridiquês imbrogliante que a realidade era diferente daquela que aparentava…

Eis o trecho final do relator (o grifo foi meu):

Deveras, como e por que profissionais da área da saúde (médicos), recalcitrantes em atender a determinação do magistrado para que juntassem nos autos declarações do imposto de renda de exercícios recentes, ademais vítimas de atos que lhes exigiram expressivos desembolsos de numerário, devem ser considerados pobres pelo juiz e impossibilitados de pagarem a taxa judiciária sem prejuízo das famílias? Não se sabe. As razões não esclarecem. Há muitas lições aos juízes, considerações várias e erudita invocação aos direitos constitucionais dos pobres e necessitados. Fatos, neca.

Com essas considerações, nego provimento ao Recurso.

E a galera vai ao delírio!

Além de linda…

Às vezes sinto que fiquei tempo demais longe das notícias…

Sabem aqueles famosos e-mails que recebemos diariamente com apresentações em Powerpoint? Não se iludam, assisto a todos. Toda essa história sobre a Angelina Jolie tomei conhecimento através de um desses, encaminhado pela amiga Sheila (a Belarmino, não a Moreira). E, num primeiro momento, fiquei mais cético que surpreso. Dei uma surfada na Internet pra conferir – e não é que é tudo isso mesmo?

Angelina Jolie, além de atriz, e apesar de seu conturbado passado, também realiza um outro tipo de trabalho – o humanitário – onde demonstra profundo interesse em assuntos ligados a conflitos, educação internacional e refugiados. Foi nomeada Embaixadora da Boa Vontade das Nações Unidas, tendo sido também convidada para integrar o Conselho de Relações Internacionais.

Começou a se envolver com política e ajuda humanitária em 2001, quando se juntou à agência de ajuda a refugiados das Nações Unidas, depois de visitar o Camboja para filmar “Tomb Raider”, local onde adotou seu primeiro filho, Maddox. Desde então já visitou mais de 30 países e adotou outros dois filhos: Zahara, de dois anos, na Etiópia, e Pax Thien, de três, no Vietnã. Também teve uma filha biológica, Shiloh Nouvel, com aquele atorzinho insosso com o qual é casada, um tal de Brad Pitt…

Só pra completar: além de emprestar sua própria imagem, também consta que contribui com cerca de um terço dos seus rendimentos para a causa dos refugiados (da última vez que ouvi falar, ganhava aproximadamente 16 milhões de dólares por filme). Parece-me um marketing demasiado caro para uma simples promoção como atriz…

É… Apesar de tudo, talvez ainda haja esperança para a humanidade…

Decepção

Falcatruas. Extorsão. Propinas. Suborno. Dinheiro público indo para o ralo. Aumento de impostos para compensar. Mentiras. Roubos. Políticos que só visam o interesse próprio. Legisladores que sequer conhecem as leis. Juízes que vendem suas sentenças. Administradores que desviam verbas. Fome. Miséria. Ignorância (cultural). Violência. Morte. Desinteresse da população. Todos querem levar vantagem mas ninguém quer ir à luta, arregaçar as mangas e efetivamente fazer algo para melhorar. Falta de responsabilidade. Falta de compromisso. Falta de vergonha na cara.

Bastou assistir a apenas um noticiário ontem à noite para questionar que mundo é esse que estamos deixando para nossos filhos.

Sei que existem exceções, mas – com os diabos! – eles tinham que ser a regra! Tenho absoluta convicção que “tento fazer minha parte”, que luto por um mundo melhor, e que educo meus filhos para que também sejam assim.

Mas, às vezes, tudo isso cansa.

Demais.

É, gente. Acordei pessimista.

Revista Mad declara guerra a Bush

Saiu essa notícia no último número da revista Wizmania, e resolvi conferir diretamente lá no site da DC Comics. Hilário. A sinopse da revista (segundo os próprios autores, escrita e ilustrada pela turma de idiotas de costume), segundo o site: “In a tribute befitting to the presidency of George W. Bush, MAD Magazine presents a hard-hitting satiric collection of articles on George W. Bush – the worst President since, well… Clinton. Included The Bush Family Circus, The Iraqi War Chess Set, The George W. Bush Do-It-Your Press Conferences and other cheap shots too numerous to count. Plus, two removable Classic MAD Posters. Have a good laugh as you savor the final days of a stirring presidency.”

Ah, vamos lá, gente. Essa aí tá bem simples – nem tem palavras tão difíceis! Não vou traduzir, não!