Instituto de Previdência da ex-mulher

De quando em quando surgem uns casos hilários na vasta jurisprudência brasileira. Eis um pequeno trecho de um deles, relativo a ex-marido que entrou com uma ação para exoneração da pensão quanto à ex-mulher, permanecendo somente a pensão em favor dos filhos:

A r. sentença de fls. 195/196, cujo relatório se adota, julgou improcedente a ação. Irresignado, o autor apela, reiterando os termos da inicial. Diz ter assumido todos os encargos da família, inclusive prestações relativas a financiamentos do imóvel e do automóvel, bens que ficaram com a primeira ré – afirmando que esta vive em companheirismo com outra pessoa. Ademais, alega que a mãe dos menores é professora e não exerce a profissão por comodidade, tendo trabalhado como sócia da irmã, sendo saudável, instruída e jovem. Aduz que lhe sobra muito pouco do que ganha, observando que ex-marido não é instituto de previdência social da ex-mulher. Pleiteia a procedência.

Só pra registrar: apesar de ter perdido em primeira instância, obteve decisão favorável em fase de recurso…

Natal e Ano Novo

Em resposta a uma mensagem que encaminhamos ontem (que, diga-se de passagem, foi criada pela Dona Patroa e adaptada por mim), recebi da amiga Elenara o seguinte verso como retribuição:

Espelho, amigo verdadeiro,
Tu refletes as minhas rugas,
Os meus cabelos brancos,
Os meus olhos míopes e cansados.
Espelho, amigo verdadeiro,
Mestre do realismo exato e minucioso,
Obrigado, obrigado!
Mas se fosses mágico,
Penetrarias até ao fundo desse homem triste,
Descobririas o menino que sustenta esse homem,
O menino que não quer morrer,
Que não morrerá senão comigo,
O menino que todos os anos na véspera do Natal
Pensa ainda em pôr os seus chinelinhos atrás da porta.

by Manuel bandeira

Ah, Natal…

Uma ótima época para deixarmos nossas intransigências de lado e buscarmos nossa verdadeira humanidade…

Procura-se

Esta noite tive um sonho tão complexo, tão detalhado, com tantas minúcias, de tal maneira cheirando a antiguidade – que por certo não poderia ser só meu. Creio que eu devia estar apenas visitando plagas muito antigas de algum sonho alheio, o qual deve ter se desgarrado de seu verdadeiro dono.

E aí? Alguém perdeu um sonho assim?…

Esquisitices

Sempre costumo dizer que na hora de trabalhar, vamos trabalhar; na hora de brincar, vamos brincar; mas se pudermos trabalhar brincando – ótimo! Na faxina de e-mails que aproveitei pra fazer nesse fim de semana, achei a seguinte pérola, recebida do amigo Marcelo, de um setor chamado Gerência de Contratos, em MAR/2004:

“1º) A Clarice da empresa X disse que conversou contigo, e que vc já tinha uma posição sobre o contrato. Tem ? Qual ?

2º) Já tem Aditamento ref. contrato X/02 – transporte de alunos?

3º) Pq, apesar do sabão ou sabonete ter diversas cores, a espuma é sempre branca ?

Preciso dessas respostas urgente !”

Ao que respondi:

“Buenas.

1º. Já respondido à V. Santidade pessoalmente, no decorrer desta manhã.

2º. Também já respondido à V. Santidade pessoalmente, no decorrer desta manhã.

3º. Diante dos inúmeros questionamentos com posicionamento filosófico-cultural acerca de grandes verdades internetísticias da vida, creio que, mais ainda que vislumbrar eventuais apoteóticas respostas acerca dos mesmos, cabe, na realidade, uma análise mais profunda procurando a busca do verdadeiro conhecimento e enriquecimento espiritual do ser humano enquanto pessoa. Então, diga-me você: Por que o mês tem mais dias que o salário? Por que a fila do lado sempre anda mais rápido? E por que se mudarmos para essa fila, automaticamente ela fica lenta em detrimento daquela em que estávamos, que passou a ficar rápida? Para onde vão todos os guarda-chuvas que perdemos, se nunca encontramos nenhum? Quem conhece alguém que já ganhou na tele-sena? Por que os cachorros não fazem nada quando, finalmente, os carros, ou motos, ou bicicletas param após exaustiva perseguição? Por que, de todas as revistas do mundo, seu filho sempre vai pegar aquela que você mais gosta para fazer o trabalhinho de escola? Por que as mulheres quando dizem não querem dizer sim, quando dizem talvez querem dizer não e quando dizem sim querem dizer talvez? Quem, afinal de contas, matou Odete Roitman? Por que o ICMS das contas de energia elétrica são calculados com a alínea de 25% sobre o valor da conta somado com o próprio ICMS de 25% – e como eles fazem pra chegar nesses primeiros 25%? Onde está Wally? E, finalmente, a mais apoplética e traumatizante pergunta de todas…

… AS FACAS GINSU CONSEGUEM CORTAR AS MEIAS VIVARINA??????

[ ]s!”

Slow down

Então.

Já vou avisando que a produção literária (ou devo dizer “blogária”?) dos próximos dias será bastante restrita. Lembram-se do malfadado acidente do final do ano passado? Ainda continua rendendo “frutos”…

Ontem fiz uma pequena cirurgia para retirar um cisto que cresceu no pulso direito em função do trauma da batida. E isso é só uma preparação para a próxima: reconstruir o ligamento do joelho esquerdo.

Heh… Agora eu sei como se sentia o “homem de seis milhões de dólares” – todo remendado…

Como é horrível ter que ficar digitando só com uma mão, limitar-me-ei mais a referências que a textos propriamente ditos. Mas, ainda assim, tentarei não faltar por aqui!

Quente, quente, muito quente

Numa ligeira caminhada debaixo de um sol escaldante para pegar minha moto na oficina após uma indispensável retífica no motor (sim, motos precisam de óleo), pude rememorar com saudade meus tempos de infância.

Nos verões insuportáveis de outrora – uns vinte e tantos anos atrás – a molecada costumava se reunir com suas bicicletas e pegar a chamada “Estradinha de Monteiro” (que vai pra cidade de Monteiro Lobato) pra dar uns mergulhos no rio.

Eram bicicletas de todos os tipos: Monareta, Berlineta, Barra-circular, Barra-forte, Caloi 10, Sprint 10, BMX (sem tanquinho) e as invejadas Caloicross… Toda a tropa pedalava coisa de uns cinco a dez quilômetros até chegar na hoje extinta ponte de madeira do Rio Buquira, onde nadávamos por toda a tarde.

Nós chegávamos, empilhávamos todas as bicicletas na margem do rio, arrancávamos a roupa (não toda, o short ficava), e nos posicionávamos sobre o corrimão da ponte para o merecido mergulho após toda aquela árdua pedalada.

Lembro-me como se fosse hoje. O sol quente batendo nas costas, ainda arfando e suando devido ao trajeto de bicicleta, eu subia no corrimão (sei lá a quantos metros de altura do rio) e preparava-me para o mergulho. Esticava-me todo, numa pseudo-preparativa (como um nadador olímpico), abaixava-me, jogando os braços para trás e… IMPULSO!

Indescritível aquele momento de vazio, em pleno ar, antevendo as águas geladas do rio…

O próprio “cair”, totalmente envolvido pelo vento, já era o início do processo para refrescar…

E então o choque!

O corpo mergulhava totalmente na água e – por um breve momento – todos os problemas do mundo simplesmente não existiam. Ainda submerso, tudo que importava era aquele frescor vivenciado num momento de puro êxtase.

É lógico que tínhamos que voltar à superfície algum dia. Muitas vezes perdíamos a noção do tempo e quando emergíamos já estávamos adiantados, sendo arrastados pela correnteza, além da curva do rio. O chato era ter que voltar até a ponte, pela margem, a pé. O divertido era que podíamos começar tudo de novo.

Ah, bons tempos…

Solidariedade – últimas notícias

Pois é gente. As manifestações estão tomando conta das ruas! No nosso último encontro foram mais de duas mil pessoas, segundo a Polícia Militar! Fico extremamente feliz que tudo tenha corrido bem, sem nenhum incidente – mesmo assim na hora sempre dá um friozinho na barriga… Seu Chico está recebendo apoio de boa parte da população, que aderiu a essa causa justa.

Infelizmente esqueci de levar minha câmera, e o máximo que consegui foi esse instantâneo obtido pelo celular de baixa resolução de um transeunte. Também, o Evandro tinha que sumir justo nessa hora! Segue a foto.

Caso alguém tenha conseguido tirar fotos melhores, me mandem que eu publico, ok? E lembrem-se: “Seu Chico Merece!”