Só pra não passar em branco o dia de hoje, eis uma frase interessante que estava na carroceria de um caminhão baú, com placas de Joaquim Távora, PR:
“MANTENHA LONJURA”
Só pra não passar em branco o dia de hoje, eis uma frase interessante que estava na carroceria de um caminhão baú, com placas de Joaquim Távora, PR:
“MANTENHA LONJURA”
Sou um sujeito dado a paixões. Por mais que eu não goste, não tenho como negar. Quando ocorre alguma paixão de momento, isso me consome de uma forma tal que concentro (quase) todas minhas energias naquele foco – até que o mesmo mude.
Ei, ei, ei! Péraê! Não estou falando de mulheres, não! Estou falando de atitudes.
Por exemplo: um ponto ao qual volta e meia retorno é a informática. Estou, inclusive, numa daquelas fases de retomar alguns projetos inacabados (o que tenho aos montes nas catacumbas de meu computador), e em minha busca encontrei uma série de links que fazem referência ao “Rits” – Rede de Informações para o Terceiro Setor.
Normalmente vejo com desconfiança alguns empreendimentos do gênero, pois tem muita gente simplesmente querendo “tirar uma casquinha” das febres do momento. Mas, inclusive pelo tempo que está no ar, parece não ser o caso. A parte do acervo é bastante interessante…
Enfim, tirem suas próprias conclusões: http://www.rits.org.br.
Eu sempre digo que, para um advogado, a língua portuguesa é sua maior ferramenta de trabalho – mais até do que a lei em si. Não adianta nada um profissional conhecer de cor e salteado toda a legislação pátria se não souber como efetuar um pedido perante a Justiça.
Daí a pergunta: o quanto eu gosto da língua portuguesa? Bem, só pra se ter uma idéia, na última sexta-feira, depois de umas quatro ou doze cervejas, de madrugada, num boteco’s bar da vida, estávamos eu e o Bicarato discutindo sutilezas de nosso idioma. Isso lá é coisa de se tratar em mesa de bar? Tudo bem que logo depois passamos para uma sessão de tortura acadêmica, disputando qual de nós conseguia lembrar mais detalhes das revistas do Asterix, mas isso é uma outra história. A propósito: deu empate técnico.
Mesmo assim, é certo que devo me dedicar mais ao estudo da língua (hmmmm…), pois ainda cometo alguns erros crassos. E é justamente esse o ponto. O nobre copoanheiro me alertou de uma escorregadela que dei no texto anterior (“Japão 1 x Brasil 4”), pois escrevi a palavra “assumidade”. Tá errado, gente. Até porque essa palavra não existe. O correto é “sumidade”.
Como disse o Nário: “[Do lat. summitate.] S. f. 1. Qualidade de alto, eminente. 2. O ponto mais alto; cumeeira, cimo, cume. 3. Fig. Pessoa que sobressai às outras por seus talentos ou saber.” (Dicionário Aurélio Eletrônico – 1999).
Aliás, não foi erro de digitação, não. Limitação mesmo. Acho que eu sempre devo ter escrito errado essa palavra, e só agora é que me dei conta. É como outra confusão que eu fazia entre olvidar e envidar. Sempre usava a primeira mas com o sentido da segunda…
Mas tudo bem. Apesar da idade, sou novo ainda. E já que não sou nenhuma sumidade na área – ainda aprendo!

– Tudo bem. O Adauto é de vocês. Vamos jogar.
– Péraê! O nosso time já tá completo e o seu ainda tá faltando um!
– Não tem problema, a gente vai desfalcado mesmo. Vamos jogar.
– De jeito nenhum! Até porque o professor não vai deixar…
– (Bosta.) Tá, tá, tá. Adautô! Você vai no gol, hein? E vê se não faz bobagem!
E lá ia o garoto de ossos fortes para o gol. Tá bom, tá bom. Gordo, mesmo. E eu era uma assumidade nessa posição: conseguia desviar DE absolutamente todas as bolas!
Enfim, como eu disse, jamais me interessei por futebol. E o Campeonato Brasileiro, então? Eu mal sei o nome de meia dúzia de times – ainda assim por repetição do que ouço no trabalho. Nomes de jogadores? De jeito nenhum! Aliás, segundo a Dona Patroa, essa minha característica foi um dos “pontos positivos” quando começamos a namorar. Até hoje não tive coragem de perguntar quais seriam os negativos…
Essa introdução serve somente para deixar bem claro que não sou uma pessoa lá muito qualificada para falar de futebol. Mesmo assim, vamos lá!
Bem, época de Copa é época de Copa. E… Putz, pelo menos eu consigo assistir um jogo até o fim. Acho que a última Copa que assisti e realmente gostei foi a de oitenta e dois. E pronto. Dali em diante achei tudo muita papagaiada. “Mas e o Tetra? E o Penta?” Grande coisa. Entendo que não necessariamente o nosso time foi o melhor, mas o menos pior.
Mas, particularmente, gostei do jogo entre Brasil e Japão – e já aviso aqueles que me conhecem que não foi pelo fato de que minha esposa é sansei (segunda geração de uma família japonesa fora do Japão). Mas o time brasileiro parece que despertou. Conhecem aquele boneco chamado João-Bobo? A visão que eu tinha nos jogos anteriores era a de que haviam onze no campo. Mas nesse jogo eles desceram da plataforma e despertaram para a vida.
Lamento sinceramente que o Japão tenha perdido com uma diferença tão grande. Não, não queria que ganhassem – afinal ainda sou brasileiro – mas que ficassem com um placar mais equilibrado. Ao menos eles tiveram o gostinho de abrir o placar do jogo contra uma seleção que não tinha levado nenhum gol até agora. E mais: abriram o placar contra o BRASIL! Vocês não têm noção da idolatria que existe naquele país com relação ao nosso futebol…
Bem, perder já era esperado; tanto é, que o Zico se preocupou somente com o ataque – a defesa que se lasque! Certo ele. Tudo bem que já bombardeamos os croatas e fizemos churrasquinho de canguru. Mas sinto sinceramente pela batalha com o samurai.
E, por final, ainda continuo achando intragável essa rasgação de seda em cima do “Ronaldo – o Felômeno”. Tá, ele marcou dois gols, quebrou o paradigma, agora vai, etc, etc, etc. Mesmo assim ainda acho que tem gente muito melhor que o gordo para se colocar em campo. Mas, fazer o quê? Acho que o contrato dele deve determinar a presença do bicho por lá.
Pra mim continua a campanha do meu amigo Paulo (devidamente plagiada pelo Macaco Simão): “Tira o redondo do quadrado!”
E então meu filho está crescendo. Os dentes de leite estão caindo e começando a dar lugar aos permanentes. Mas ontem parecia coisa de filme (e antigo), pois estava meu filhote mais velho correndo de um lado para outro da casa, com a mãe em seu encalço, e com um FIO amarrado no dente da frente que estava bambo, bambo, bambo. “Mas você não quer que saia?” – perguntava a Dona Patroa. “Quero, mas vai doer”. E dá-lhe correria de um lado para outro.
Até que, finalmente, num arroubo de coragem, ele deixou que puxasse o malfadado dentinho. Daí, num desfecho que envolveu necessariamente muito mais manha que dor:
AAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊÊ !!!!!! – foi o berro que perdurou durante uns três minutos, estremecendo e abalando as fundações da casa…
Aliás, isso sim podemos chamar de “exagero línguístico”.
Aliás do aliás, numa mensagem recente pudemos contar com a sempre preciosa contribuição do nosso amigo, juiz de marchinhas, canhoto, campeão de xadrez etílico, violeiro das palavras, e ótimo copoanheiro, Paulo Bicarato. Numa tradicional manobra Ctrl-C – Ctrl-V, tá lá em O BUCÉFALO, sob o auspicioso título de “Manual (bem-humorado) de Redação”.
Aliás do aliás do aliás, sempre é bom lembrar as palavras de Luís Fernando Veríssimo (MESMO), extraídas de um trecho da crônica “O gigolô das palavras”:
“Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer ‘escrever claro’ não é certo mas é claro, certo?”
E o que fazer num feriado prolongado? De minha parte tive que acertar algumas pendências da vida profissional, bem como resolvi também colocar parte da leitura em dia. Assim, pude ler (na verdade dar uma passada crítica d’olhos) cerca de 4.000 mensagens pendentes das listas de discussão de genealogia das quais participo. Também rendeu uma pequena (até que enfim!) atualização do site, especificamente no link O BUCÉFALO, onde coloquei mais algumas dicas para quem gosta de escrever.
E, com tanta leitura, obtive algumas pérolas de curiosidades, que nunca interessam a ninguém, mas que me ajudam a manter o título de “Príncipe da Cultura Inútil” – entendo que a coroa ainda é do meu amigo e recém-pai, Sylvio…
1. Genealogia de verdade
Para os bantos (ou mesmo não-bantos, como os iorubas da Nigéria que ocuparam a Bahia), a linhagem é tudo – os ancestrais perduram nos vivos e a reencarnação ocorre no clã, o avô reencarnado no filho e nos netos – até quando ainda vivo.
2. Índio, de bobo, não tem nada
Entender a linha dos índios e adaptar conceitos para promover o cristianismo nos trópicos não foi suficiente para os jesuítas portugueses e espanhóis serem assimilados. Encontraram muita resistência pela frente. Eles precisavam procurar os detalhes, as nuances e as expressões que evidenciassem a superioridade católica. Nem sempre conseguiam.
Uma manhã os caciques dos charruas procuraram o missionário de plantão para dizer que não queriam nada com um Deus que “vê tudo e sabe tudo o que nós fazemos”. E foram embora, deixando o jesuíta com cara de bobo. Com sincera surpresa e muitas risadas, os índios da fronteira do Brasil com o Paraguai se deram conta de que estavam fadados ao inferno, quando foram os brancos que mataram Jesus Cristo. O crime não era deles, afinal. E quando alguns tupis e guaranis descobriam que, após a morte, os portugueses e os espanhóis também iriam para o céu, perdiam o interesse na ressurreição. Não queriam tal companhia por toda a eternidade.
3. Guinada de 180 graus
O termo “abrigo” significava “estar exposto ao sol” nos tempos do imperador Nero, o exato oposto do sentido atual dado à palavra. O termo vem de apricare (aquecer ao sol), que por sua vez gerou apricus (exposto ao sol para retirar a umidade). Com o tempo, a idéia deslizou para o sentido mais específico de “pôr em lugar seguro” e, por fim, o de “agasalhar, proteger”.
4. Língua Brasílica
O Brasil tem cerca de 180 línguas nativas que ainda são usadas. Já foram mais de 1.200 no século 16. O tupi reinava nos primeiros séculos de Brasil. Deu a primeira unidade nacional até o século 17. Numericamente inferior e tendo de relacionar-se e tocar negócios com os índios, o colonizador passou a usar tupi, mas ao seu modo. Os invasores europeus passaram a usar um dialeto prático para a comunicação imediata, misto de português e tupi, o tupinambá, língua geral, brasílica ou nheengatu. No século 17, acredita-se que só dois de cada cinco moradores da cidade de São Paulo falassem português. Em meados do século 18 só um terço da população usava o português e todos eram bilíngues.![]()

E então fomos assistir o filme X-Men.
Na realidade tínhamos ido assistir o filme Código da Vinci, mas como eu esqueci de descontar meia hora do horário de início real do filme, e como a Dona Patroa é quem estava dirigindo, é LÓGICO que chegamos cinco minutos após o início e não haviam mais entradas…
Mas, numa mui especial deferência, ela concordou em assistir ao outro filme. Aliás, foi ela mesma quem sugeriu! Até porque os momentos nos quais podemos nos dar o deleite de pegar um cineminha são raros. Nessa vida de trabalho, correria e três petizes em casa, não sobra muito tempo para conciliar com os horários de filmes.
Ambos gostamos do filme – mas eu, particularmente, mais. Bem, tudo que diz respeito aos quadrinhos normalmente me empolgam (mal posso esperar o novo filme do Superman). Aliás, se você ainda não assistiu o filme e pretende assistir, pode parar por aqui, pois não só vou tecer alguns comentários, como talvez também conte o final.
Eu avisei…
Além dos sempre espetaculares efeitos especiais, esse filme cuida bem da trama. Seu pano de fundo nada mais é do que uma discussão ética entre o certo, o errado e o necessário. Como diz o ditado: “o poder por si só já corrompe, mas o poder absoluto corrompe absolutamente”.
Falando em efeitos especiais, a sequência da ponte é simplesmente deslumbrante. Com seus poderes Magneto levanta uma ponte pênsil inteira, para posicioná-la, juntamente com seu exército, sobre a ilha que pretende invadir. Bem, existem outras sequências igualmente muito boas, como a da “Sala de Perigo”. Trata-se uma sala de treinamento – sempre presente nas revistas – onde os mutantes podem utilizar seus poderes à vontade em simulações de combate. O que chama a atenção é que o treinamento deles está sendo feito através de uma luta contra um robô gigante, exatamente como os Caçadores que existem nos quadrinhos. A cena do lago, quando a Fênix ressurge, também é muito boa, e temos ainda a do garoto com asas, e, deixe-me ver… bem, é melhor eu ficar quieto, senão não vai sobrar muito filme para assistir.
Uma das primeiras cenas do filme é uma aula que o Professor Xavier está ministrando para alguns alunos. Aconselho a prestar atenção em seu discurso, pois é daí que sairá um dos questionamentos finais do filme.
Alguns dos costumeiros personagens saem de tela de vez, enquanto que outros retornam. A cisma entre Magneto e Xavier extravasa definitivamente o campo acadêmico e passa para uma guerra de fato, num mundo que já reconhece que os mutantes são uma realidade com a qual devem conviver. Apesar da crueldade por vezes demonstrada, não consigo deixar de gostar do personagem Magneto, pois, bem lá no fundo, possui bom coração. Aliás, os maiores questionamentos éticos partiram dele.
E outro ponto a destacar: o quanto alguém pode amar outra pessoa? Alguns diriam que até com a própria vida. Tá. Mas você seria capaz de amar tanto alguém ao custo da própria vida dela? Ser tão apaixonado que conseguiria deixar de lado o desejo de ter sempre presente o ser amado, de amar tanto ao ponto de sacrificar seu próprio egoísmo pelo bem dela? No filme isso segue uma linha crescente até seu clímax (ou deveria dizer anti-clímax?)…
Enfim, é um bom filme. Em especial gostei mais do primeiro, pelo clima de novidade, por trazer para a tela personagens até então existentes somente nos quadrinhos. Já o segundo foi um espetáculo para os olhos e serviu para dar mais coesão à escola do Professor Xavier. Uma última dica: além da ponta solta que deixaram na última cena do filme, que envolve o Magneto, aguarde até o final dos letreiros. Existe mais uma pequenina sequência que fecha o filme com chave de ouro, e abre novas possibilidades…