Tabela de Calorias

Sexo é a maneira mais prática e divertida de perder peso. Segundo esta tabela (ligeiramente baseada no livro Como emagrecer fazendo sexo, de Richard Smith) veja quantas calorias se perde em cada embate, com atenção especial para os valores…

* TIRANDO AS ROUPAS
Com o consentimento dela ............................12 cal
Sem o consentimento dela ...........................187 cal
Tirar as meias sacudindo os pés violentamente ......418 cal

* ABRINDO O SUTIÃ
Com as duas mãos, sem tremer .........................7 cal
Com uma mão, trêmula ................................12 cal
Com uma mão sendo espancado por ela .................37 cal
Com a boca ..........................................85 cal

* COLOCANDO A CAMISINHA
Com ereção ...........................................6 cal
Sem ereção .........................................315 cal

* PRELIMINARES
Tentando encontrar o clitóris ........................8 cal
Tentando encontrar o ponto G ........................92 cal
Não ligar a mínima ...................................0 cal

* NA HORA DE TRANSAR
Pegar no colo .......................................12 cal
Deitar no solo .......................................8 cal
Fazer mulher ........................................12 cal

* POSIÇÕES
Papai-mamãe .........................................12 cal
69 deitado ...........................................8 cal
69 em pé ...........................................112 cal
Carrinho de mão ....................................216 cal
Candelabro italiano ................................912 cal

* TENDO UM ORGASMO
Real ...............................................112 cal
Falso (se for mulher) ...............................36 cal
Falso (se for homem) ...............................315 cal

* PÓS ORGASMO
Ficar na cama abraçadinho ...........................18 cal
Pular da cama logo em seguida .......................36 cal
Explicar para ela porque você pulou logo da cama ...816 cal

* CONSEGUINDO A SEGUNDA EREÇÃO
Se você tem de 16 a 19 anos .........................12 cal
de 20 a 29 ..........................................36 cal
de 30 a  39 ........................................108 cal
de 40 a 49 .........................................324 cal
de 50 a 59 .........................................672 cal
acima de 60 ......................................2.916 cal

* COLOCANDO A ROUPA
Calmamente ..........................................32 cal
Com pressa para se mandar ...........................98 cal
Com o marido dela esmurrando a porta .............1.218 cal

Veja se você está velho…

Em dias de pandemia, distanciamento social e forçada reclusão domiciliar o que nos resta é caprichar nas faxinas – tanto materiais quanto virtuais. E eis que limpando os antigos e-mails acumulados nas catacumbas de meu computador, encontrei estas 100 perguntas enviadas no início de 2003 pela querida amiga Larissa – só porque eu era dez anos mais velho que ela. Bem, continuo sendo… Enfim, o que me chamou a atenção é que eu tive a pachorra de respondê-los! 😀

1. Antes do Ferrorama, que tal o Hit Train (e o Hit Car, que ninguém tinha…)
Lembro bem do Ferrorama, mas nunca tive um…

2. Ouvia o USA For África, cantando We Are The World?
“We are the world, we are the children…” – Adorava as partes com a Cindy Lauper e com o Bruce Springsteen.

3. E o Band Aid, cantando Do They Know It’s Christmas?
Esse eu já não gostei tanto…

4. Assistiu o Rock’n Rio (“-Se a vida começasse agora e o mundo fosse nosso de vez…”)
Olha só! Me lembrei da melodia! Não só assisti, como gravei. Acho que até hoje tenho a fita (de 1985).

5. Passava a tarde na Sessão Desenho da Record.
Lembro-me disso e mais: dos desenhos da TV Tupi, antes do Sílvio Santos comprar a Record.

6. A atração era o desenho do Jambo e Ruivão, com seus longos episódios de 2 minutos.
Esse eu achava sacal.

7. Você teve um Relógio Casio Rei e os com joguinhos (Batalha espacial, batalha naval e pirâmide).
Desse não me lembro.

8. E o joguinhos dos números dos Casio com calculadora?
Nem desse.

9. Jogava Game & Watch, principalmente os com tela dupla.
???

10. Tentava imitar o saque Jornada nas Estrelas do Bernard.
O pior é que eu conseguia (estava na sétima série), mas nem sempre a bola caía dentro da quadra.

11. Assistia o Clip Clip da Globo, o Clip Trip da Gazeta e o Som Pop da Cultura, morrendo de inveja da MTV (lançamento nos EUA).
Oooooo! Gravei uma porrada de clips desses aí! Na gazeta tinha o Mr. Sam, com o boneco Capivara.

12. Fazia origami no Bambalalão.
Nãããão!

13. Não perdia o Globinho Repórter, com a Paula Saldanha.
Não era “Globinho Repórter”, era só “Globinho”. E tinha a música de entrada: “Não existe nada mais antigo do que caubói que dá cem tiros de uma vez…”

14. E assistia A Linha, Miu e Mau, família Barbapapa…
Tudo do Globinho…

15. Para variar, assistia o Amaral Netto, o Repórter.
Putz! Assistia.

16. Ficou emocionado no final de “A Incrível Fábrica de Chocolates.”?
E como não? Mr. Wonka e a Fantástica Fábrica de Chocolates, com Gene Wilder.

17. Usou calça OP verde limão com a camiseta Hang Loose laranja, achando que estava combinando.
Ah, vamos lá! Na época combinava…

18. Para arrematar, o tênis quadriculado.
Com a gente não tinha tênis quadriculado, pintávamos os quadradinhos com caneta esferográfica no Bamba branco que usávamos…

19. E o gel New Wave no cabelo.
Isso não!

20. Tentava imitar o ‘andar para trás’ do Michael Jackson (que ainda era negro).
E nunca consegui…

21. Andava de Caloicross Extra Light, com banco concorde e adesivos Kuwahara.
Que nada! Eu tive uma BMX, aquela com um tanquinho amarelo (é lógico que eu o tirei…).

22. Ou então, andava de Caloi C3, aquela com o cambio de 3 marchas. E a Peugeot com bancos de mola?
Essas são do tempo em que eu trabalhava em bicicletaria. As Peugeots eram ótimas pra sacanear com quem estava andando: um tranco atrás e a bicicleta empinava!

23. Ou então de Ceci ou dobrável.
Tinha a Ceci (feminina) e a Peri (masculina – uma bosta). A dobrável se chamava Berlineta.

24. Assistiu todos os filmes do Jerry Lewis e do Trinity.
Do Jerry Lewis até hoje eu rio. Já do Trinity tem apenas uns poucos realmente engraçados.

25. Assistia (escondido) a Sala Especial nas noites de sexta na Record, para tentar pegar a Vera Fisher nua.
Que nada! Aquilo era a maior enganação! Nunca aparecia nada! Eu mudava para a Bandeirantes para assistir aos filmes B de Terror.

26. Levava o material escolar numa sacola da Tiger.
Nãããão. O que era da hora era a Knapsack.

27. Brincava com o Falcon (olhos de águia) contra o Torak, com a ajuda do Condor.
É. Pois é. Eu tinha um Falcon desses. Aliás tinha também um pessoal que me enchia o saco, tentando me apelidar de Falcon, por causa da cicatriz que tenho no rosto (igual à do boneco). Ainda bem que não pegou.

28. Colecionou as figurinhas do Paulistinha.
Com certeza não.

29. Você se lembra quando inauguraram a TV Manchete?
Perfeitamente! A primeira coisa que passou foi o filme Contatos Imediatos.

30. Você se lembra quando Tancredo morreu e ficavam tocando “Coração de Estudante” o dia todo na TV?
Ô! Fora a teoria da conspiração sobre esse episódio, envolvendo, inclusive, a sem sal da Glória Maria.

31. Você não achava o Bozo um idiota?
Sem chance. Aquilo sempre foi ridículo.

32. Lembra da TV POW, que um mané ficava gritando PAU! no telefone para acertar as naves espaciais?
Lembro. E era mais ridículo ainda.

33. Você ia domingo ao “Jack in the box”?
Não tenho nem ideia do que seja isso.

34. Você chorou com o ursinho da abertura da Olimpíada de Moscou?
Não mesmo.

35. Tem o primeiro número da Superinteressante? E se lembra de Ciência Ilustrada?
Não tenho. Mas colecionei todos os fascículos da Ciência Ilustrada, inclusive as 4 capas duras.

36. Você ouviu Imagine milhares de vezes na semana da morte de John Lennon?
Lembro-me que desenhei um quadro com o rosto dele, em negativo. Onde será que foi parar?…

37. Você aprendeu a desenhar com Daniel Azulay?
Nah! Aprendi sozinho mesmo.

38. Já ouviu falar em contaminação por Radiação em Goiânia?
Para sua informação foi com Césio 147. Você nem imagina quantas piadinhas isso rendeu com relação ao Fiat 147…

39. Relógios Gran Prix para homens e Champions para mulheres (aqueles que trocavam de pulseira) faziam parte do seu dia a dia?
Dei um desses de presente para a ex. Mas as pulseiras eram beeeem vagabundinhas.

40. Assistia com sua vó o Cassino do Chacrinha?
Que nada! Minha avó me excomungaria! Mas desde aquela época eu já não gostava de programas de auditório (mas as chacretes…)

41. Você teve o forte apache e o circo do Playmobil?
Pô! O Forte Apache era caro pra caramba! Eu morria de inveja de um amigo meu que o tinha. Mas até hoje tenho um Playmobil que restou guardado em casa.

42. Você se lembra quando a União Soviética se dissolveu?
Perfeitamente. Passei a noite toda consolando a Evanilda, que chorou amargamente…

43. Você usava discos de vinil?
Tinha uma senhora de uma coleção…

44. Você adorava o lanche paulista no McDonald’s?
Quê! Sou do interior! NO McDonald’s na época.

45. Depois de ter um Stratus, pediu um carrinho de controle remoto como o Pegasus série ouro e prata ou o Colossus vermelho?
Não. Dinheiro era um negócio meio complicado na minha infância.

46. Brincava de autorama com o TCR ou de Ferrorama?
Nem um, nem outro.

47. Você gostava mais de Ultraman, Spectroman ou Ultra Seven?
Ultraman. O resto foi imitação.

48. Você assistiu filme dos Trapalhões no cinema na época em que eles ainda tinham cabelo preto? E Bambi?
Não só esses, como também A Bela Adormecida…

49. Você ria com Guerra dos Sexos, Dancing Days e Roque Santeiro?
Pra caramba!

50. Comprou a fita K-7 do Plunct-Plact-Zum?
Não. Eu emprestava os discos de quem comprava e gravava em casa.

51. E a Blitz, não tinha documentos ou instrumentos? Ia ao aquário de Santos nos tempos áureos do leão marinho?
Tenho minha fitinha K7 da Blitz até hoje. Já em Santos nunca fui quando era pequeno.

52. Usava caneta de 10 cores com cheiro ?
Isso existiu?

53. Comia geleia de mocotó Embasa pela manhã (aquela que a mãe ficava com o copo)?
Bleeaaarghhh! Nossa finíssima coleção de copos era de massa de tomate (o famoso Cristal-Cica).

54. Dava seus pulinhos com o Pogobol?
Com o quê?

55. Pagava um pau para a Gigi do Bambalalão?
Quem?

56. E cantava junto com o Zecão, Lili, Macarrão?
Eeeh. Não conheço esse pessoal não.

57. Ia na matinê da Up-Down?
Não tenho nem ideia do que seja isso.

58. Colecionou o Álbum de figurinhas Amar é…?
Autocolantes, diga-se de passagem. Não colecionei, mas sempre comprava para colar nos cadernos das meninas de classe…

59. Seu pai tinha um Puma e o Miura era o carro importado mais moderno que você via na rua?
Não. Meu pai tinha uma Variant. Aliás, tem até hoje. Lembro-me que, uma vez, o chefe dele na Johnson levou um Miura para arrumar alguma coisa. Era cinza e o supra-sumo da modernidade.

60. Assistia na sessão comédia Super Vicky e Caras e Caretas?
Ela era um robô e Caras e Caretas era com o… fugiu o nome. Aquele do “De Volta para o Futuro”.

61. Chips para você não eram batatas, mas dois policiais?
California HIghway Patrol, com John Baker e Francis Poncherello.

62. Assistia desenhos do Brucutu?
Era meio sem graça…

63. E do homem 6 milhões de dólares e da mulher biônica?
TU-TU-TU-TU-TU-TU… Se eles se moviam super-rápido, por que aparecia tudo em câmera lenta?

64. Você sabe quem é o Tatoo da Ilha da Fantasia?
“Eu sou Holk, seu anfitrião. Bem-vindos à Ilha da Fantasia!” Desse eu gostava.

65. Você se lembra do Halleyfante?
De jeito nenhum.

66. Foi na estreia dos Caça Fantasmas e Goonies no cinema?
Siiiiiim! Ghostbusters! Parará-pá-pá!

67. E na de Tron, War Games e a trilogia de Guerra nas Estrelas?
Lembro-me de todos, com detalhes.

68. Assistia Armação Ilimitada depois que chegava da escola?
Naquela época o André Di Biasi e o Kadu Moliterno ainda tinham cabelo. E tinha a (ahh…) Andréa Beltrão…

69. Depois da novela a sua mãe queria ver o Casal 20 e Dallas?
Não. Era eu mesmo.

70. Sabe com detalhes sobre a reportagem do Jacques Cousteau fez sobre o Pantanal e que passou no Globo Repórter, que era apresentado pelo Hélio Costa?
Desse não.

71. O Jô antes não era tão inteligente e fazia o Capitão Gay na Globo.
Não esqueça seu assistente: Carlos Sueli! O nome do programa era Viva o Gordo.

72. Você jogava Genius?
Sempre ganhava, mas achava um porre.

73. Colecionava Mad?
E ainda era a versão americana, muito mais engraçada que a brasileira.

74. Queria um Kichute, pois era uma chuteira confortável?
É. Tive um sim. Por quê? Vai encarar?

75. Se agoniava quando no domingo no parque trocavam uma bicicleta por uma caixa de fósforos? Ou pelo famoso “milhão”?
Siiiiiiim! Nãããããão! Põe agonia nisso!

76. Se lembra que o tênis Montreal era antimicróbios? E qual era o Slogan?
Não tenho nem ideia.

77. Brincava de Acquaplay?
Outro que era um porre.

78. Sabe o que era Trovão Azul?
Grande seriado de um super-helicóptero. Xarope, mas um grande seriado. Particularmente eu preferia a super-máquina.

79. Se lembra da briga entre VHS e Betamax ? E entre Odissey e Atari?
Venceram os padrões VHS e Atari. Sifudeu quem comprou o resto.

80. Carregou joguinhos de computador com fita-cassete?
Isso foi antes dos microcomputadores. Usávamos os PC-300 e PC-500.

81. Você sabe quem foi O Incrível Hulk? Que cor ele era?
O curioso é que o verdão só se transformava duas vezes em cada episódio.

82. Você se lembra quem matou Odette Roitman? E o Barbosa (TV Pirata)?
Grande atuação de Beatriz Segall. E não tem como esquecer o Barboooooooooosa…

83. Você já usou roupas US TOP?
E LEVIS também!

84. Você já teve uma sandalinha Ortopé? Ou um tênis Bubble Gummers com cherinho de chiclet?
Nai.

85. Você assistia Fantástico, só pra ver as garotas do final?
Nai, também.

86. Você foi ver a Monga no Playcenter? E Nandú e Samôa, a baleias assassinas?
Levei um PUSTA susto quando estourou a jaula da Monga…

87. Você usou o Passaporte que vinha no disco do Bozo para ir ao Playcenter?
Insuportável Sem chance de comprar um disco do bofe.

88. Você comia Cremogema?
Não, mas me lembro da musiquinha: cre-cremo-cremo-cremoge-ma…

89. Você assistia “As aventura de Cacá” no SBT, durante seu café da manhã?
De quem?

90. Você assitia Clube da Criança na Manchete, só pra ver a Lucinha Lins naquelas roupinhas brilhantes?
Nossa! Isso foi antes da Xuxa!

91. E o Programa do Palhaço Carequinha?
Cacirda! Desse eu me lembro!

92. Você já usou Conga? E Conguinha?
Antes mesmo do Kichute…

93. Assistia o Fusquinha Herbbie?
Quando passava na Disneylândia, aos sábados, na Globo.

94. Você se lembra do “Balança Mas não Cai”?
Sim, desde quando ainda era um programa de rádio.

95. Tinha medo do “Homem do Saco”?
Não. Mas a “loira-com-algodão-na-boca” que se escondia no banheiro deixava a gente meio cabreiro.

96. Teve um patins de rodas paralelas?
Não, mas já caí com uma porcaria dessas que tinha emprestado de uma amiga.

97. Já foi ameaçado pelos seus pais, de ter que comer pimenta ou lavar a boca com sabão?
Acredite em mim: o gosto do sabão é horrível!

98. Brincava de Barra-Manteiga, Balança Caixão e Alerta?
Pra caramba!

99. Gostava do picolé Fura Bolo?
Não. Era sem graça.

100. Assistia o Clube do Mickey (aquele que aparecia várias crianças brincando com o famoso chapeuzinho de orelhas do ratinho)?
Siiim! Tinha, inclusive, uma japonesinha linda, pré-adolescente, que eu adorava…

Dieta de uma Executiva

Patrícia Daltro

Querido Diário:

Hoje começo a fazer dieta. Preciso perder 8 kg. O médico aconselhou a fazer um diário, onde devo colocar minha alimentação e falar sobre o meu estado de espírito. Sinto-me de volta à adolescência, mas estou muito empolgada com tudo. Por mais que dieta seja dolorosa, quando conseguir entrar naquele vestidinho preto maravilhoso, vai ser tudo de bom.

Primeiro dia de dieta.
Um queijo branco. Um copo de diet shake. Meu humor está maravilhoso. Me sinto mais leve. Uma leve dor de cabeça talvez.

Segundo dia de dieta.
Uma saladinha básica. Algumas torradas e um copo de iogurte. Ainda me sinto maravilhosa. A cabeça dói um pouquinho mais forte, mas nada que uma Aspirina não resolva.

Terceiro dia de dieta.
Acordei no meio da madrugada com um barulho esquisito. Achei que fosse ladrão. Mas depois de um tempo percebi que era o meu próprio estômago. Roncando de dar medo. Tomei um litro de chá. Fiquei mijando o resto da noite.
Anotação: Nunca mais tomo chá de camomila.

Quarto dia de dieta.
Estou começando a odiar salada. Me sinto uma vaca mascando capim. Estou meio irritada. Mas acho que é o tempo. Minha cabeça parece um tambor. J. comeu uma torta alemã hoje no almoço. Mas eu resisti.
Anotação: Odeio J.

Quinta dia de dieta.
Juro por Deus que se ver mais um pedaço de queijo branco na minha frente, eu vomito! No almoço, a salada parecia rir da minha cara. Gritei com o boy hoje! E com a J. Preciso me acalmar e voltar a me concentrar. Comprei uma revista com a Gisele na capa. Minha meta. Não posso perder o foco.

Sexto dia de dieta.
Estou um caco. Não dormi nada essa noite. E o pouco que consegui sonhei com um pudim de leite. Acho que mataria hoje por um pedaço de brigadeiro…

Sétimo dia de dieta.
Fui ao médico. Emagreci 250 gramas. Tá de sacanagem! A semana toda comendo mato. Só faltando mugir e perdi apenas 250 gramas! Ele explicou que isso é normal. Mulher demora mais para emagrecer, ainda mais na minha idade. O FDP me chamou de gorda e velha!
Anotação: Procurar outro médico.

Oitavo dia de dieta.
Fui acordada hoje por um frango assado. Juro! Ele estava na beirada da cama, dançando can-can.
Anotação: O pessoal do escritório ficou me olhando esquisito hoje, J. que é porque estou parecendo o Jack do “Iluminado”.

Nono dia de dieta.
Não fui trabalhar hoje. O frango assado voltou a me acordar, dançando dança do ventre dessa vez. Passei o dia no sofá vendo TV. Acho que existe um complô. Todos os canais passavam receitas culinárias. Ensinaram a fazer Torta de morangos, salpicão e sanduíche de rocambole.
Anotação: Comprar outro controle remoto, pois, num acesso de fúria, joguei o meu pela janela.

Décimo dia de dieta.
Eu odeio Gisele B.

Décimo primeiro dia de dieta.
Chutei o cachorro da vizinha. Gritei com o porteiro. O boy não entra mais na minha sala e as secretárias encostam na parede quando eu passo.

Décimo segundo dia de dieta.
Sopa.
Anotação: Nunca mais jogo pôquer com o frango assado. Ele rouba.

Décimo terceiro dia de dieta.
A balança não se moveu. Ela não se moveu! Não perdi um mísero grama! Comecei a gargalhar. Assustado o médico sugeriu um psicólogo. Acho que chegou a falar em psiquiatra. Será porque eu o ameacei com um bisturi?
Anotação: Não volto mais ao médico, o frango acha que ele é um charlatão.

Décimo quarto dia de dieta.
O frango me apresentou uns amigos. A picanha é super gente boa, e a torta, embora meio enfezada, é um doce.

Décimo quinto dia de dieta.
Matei a Gisele B! Cortei ela em pedacinhos e todas as fotos de modelos magérrimas que tinha em casa.
Anotação: O frango e seus amigos estão chateados comigo. Comi um pedaço do Sr. Pão. Mas foi em legítima defesa. Ele me ameaçou com um pedaço de salame.

Décimo sexto dia.
Não estou mais de dieta. Aborrecida com o frango, comi ele junto com o pão. E arrematei com a torta. Ela realmente era um doce.

Noé da Silva

Autor Desconhecido

Um dia, o Senhor chamou Noé da Silva e ordenou-lhe:

– Dentro de seis meses, farei chover ininterruptamente durante 40 dias e 40 noites, até que todo o Brasil seja coberto pelas águas. Os maus serão destruídos, mas quero salvar os justos e um casal de cada espécie animal. Vai e constrói uma arca de madeira.

No tempo certo, os trovões deram o aviso e os relâmpagos cruzaram o céu. Noé da Silva chorava, ajoelhado no quintal de sua casa, quando ouviu a voz do Senhor soar, furiosa, entre as nuvens:

– Onde está a arca, Noé?

– Perdoe-me, Senhor – suplicou o homem. Fiz o que pude, mas encontrei dificuldades imensas. Primeiro tentei obter uma licença da Prefeitura, mas para isto, além das altas taxas para obter o alvará, me pediram ainda uma contribuição para a campanha do prefeito à reeleição. Precisando de dinheiro, fui aos bancos e não consegui empréstimos, mesmo aceitando aquelas altíssimas taxas de juros. Afinal, nem teriam mesmo como me cobrar depois do dilúvio. O Corpo de Bombeiros exigiu um sistema de prevenção de incêndio, mas consegui contornar, subornando um funcionário. Começaram então os problemas com o Ibama para a extração da madeira. Eu disse que eram ordens Suas mas eles só queriam saber se eu tinha um tal de “projeto de reflorestamento” e uma coisa chamada “plano de manejo”. Nesse meio tempo, o Ibama descobriu também uns casais de animais que eu já estava guardando em meu quintal. Além da pesada multa, o fiscal falou em “prisão inafiançável” e eu acabei tendo que matar o fiscal, pois a lei é mais branda para o crime de assassinato do que para o crime contra a natureza. Quando resolvi começar a obra na raça, apareceu o CREA e me multou porque eu não tinha um engenheiro naval responsável pela construção. Depois, apareceu o Sindicato exigindo que eu contratasse seus marceneiros com garantia de emprego por um ano. Veio em seguida a Receita Federal, falando em “sinais exteriores de riqueza” e também me multou. Finalmente, quando a Secretaria de Meio Ambiente pediu o “Relatório de Impacto Ambiental” sobre a zona a ser inundada, mostrei todo o mapa do Brasil. Aí quiseram me internar num hospital psiquiátrico!

Noé da Silva terminou o relato chorando mas notou que o céu clareava.

– Senhor, então não irás mais destruir o Brasil?

– Não, – respondeu a voz entre as nuvens – pois pelo que ouvi de ti, Noé, cheguei tarde… Os próprios brasileiros já se encarregaram de fazer isso!

Cavaleiros do Apocalipse

Nelson Moraes

Os quatro cavaleiros do Apocalipse entram num bar.

– Sabe – diz a Morte, recostando-se ao balcão e pedindo aquela que matou o guarda – , acho que cansei.

– Cansou do quê? – pergunta a Guerra, pedindo um Silver Bullet. – Eu, que não tenho um minuto de paz, é que já devia pendurar as chuteiras.

– Muito engraçado vocês falarem isso – diz a Fome, jogando o cardápio longe porque nele só tem bebida. – Dou expediente integral nos quatro cantos do mundo e nunca foi cogitada sequer uma licença remunerada.

– Ai, que lindo – fala a Peste, pedindo uma Corona. – As três divas agora resolveram entrar em crise existencial conjunta? O que falta mais, assinar uma nota de repúdio?

– Você só fala isso – replica a Guerra – porque não trabalha igual a gente. E só aparece de tempos em tempos. Expediente de freelancer é outra história.

– É mesmo? – a Peste volta a dizer, acentuando o sarcasmo e virando a long neck.– Pois vocês reclamam de barriga cheia (inclusive você, Fome, sua poser). Não veem o drama que é ser freelancer, e viver sempre por conta própria.

– Como assim? – pergunta a Guerra.

– Simples – a Peste responde. – Vocês todas têm quem banque vocês, queridas. Onde vocês aparecerem sempre haverá alguém respondendo pelo feito. Guerra? Não falta quem assuma a responsabilidade. Fome? É só olhar os embargos internacionais ou governantes corruptos que desviam os recursos alimentares. Morte? Potencialmente cada habitante da Terra é um assassino. Agora pra Peste não tem refresco (falar nisso, desce outra Corona). Nunca aparece um responsável por ela. Quando ela surge é sempre subestimada, tratada como detalhe ínfimo, uma doencinha, ninguém liga a mínima, e quem registra a presença dela ainda é tachado de alarmista. Mas basta ela crescer e se mostrar em toda a sua pujança pra todo mundo imediatamente começar a tirar o corpo fora: ninguém tem culpa, as autoridades teoricamente competentes lavam as mãos (sem duplo sentido, por favor), acusações são trocadas por todos os lados mas ninguém assume o estrago. No final ela sai pela porta dos fundos, como a única vilã, e a Humanidade respira aliviada, como se não houvesse tido o menor envolvimento no acontecido. A Peste fica como uma fatalidade intercorrente na História, tipo um terremoto ou tsunami, ponto. – Aí a Peste seca outra long neck. – E aí?

– É – diz a Fome. – É mesmo de perder o apetite.

– Sim – confirma a Guerra. – Viver desse jeito é uma batalha.

– É de matar, mesmo – fala a Morte. – Não tem nada pior que isso.

– Tem sim – fala a Peste, já ligeiramente bêbada.

– O quê? – dizem todas.

– Aguentar esses trocadilhos óbvios de vocês.

As outras três se entreolham, trocando um “iiiiiiiiiiiiih” imaginário e lembrando que quanto mais bêbada mais rabugenta a Peste fica. Depois de um curto silêncio – e da Peste pedir a quarta long neck – a Morte vai à jukebox e coloca It’s the End of The World as We Know It, do R.E.M., pra ver se anima a colega.

– E tem mais – estende-se a Peste, já com a voz pastosa. – Se somos as quatro do gênero feminino, o nome não tinha que ser as quatro amazonas do Apocalipse?!?

É a deixa pra Morte arrastar a Fome e a Guerra pra mesa de sinuca.

O abdome está definido, mas a cabeça está cheia de dúvidas

Eberth Vêncio

Em 53 anos, o meu abdome nunca esteve tão definido. Para a minha total contrariedade, decidiu-se pela robustez. É como se eu tivesse engolido uma bola de basquete, se é que me entendem. Aqui na região onde eu moro, diz-se que estrupícios assim possuem “barriguinha de lobó”. Lembram-se da jiboia que engoliu o elefante em “O Pequeno Príncipe”, de Saint-Exupéry? É mais ou menos assim: um chapéu que caminha sobre duas pernas. Eis a minha risível silhueta.

Já faz tempo que odeio espelhos. Também não gosto de frequentar academias, sejam elas de ginástica, de polícia ou de letras. Afetam-me sobremaneira os cheiros de éter, de pólvora e de colônia, não necessariamente nesta ordem. E a ojeriza só cresce com a idade. Puxar ferros vestido com uma camiseta regata, postado de frente um espelho, nessa altura da vida, desafia os meus pecados capitais. Desprovido da devida vaidade, exercito-me numa academia de musculação por ordem e chantagem médicas. “Sem dor, sem ganho”, ele diz, chupando um dropes hipercalórico, como se já não fosse o bastante eu padecer das esferas mentais. Duvido que ele, meu cardiologista balofo, suporte realizar agachamentos sustentando 50 quilos nas costas. Ainda se fosse uma bela mocinha, dava-se um jeito; eu virava titã e não envergava nem que ela tagarelasse nua de tamancos sobre os meus ombros.

Para mim, a pior parte da malhação é a língua. Tem sempre um enxerido que se aproxima e puxa um assunto, geralmente, um tema intolerável demais quando se está bufando, prestes a romper as veias do pescoço e a parir os testículos de tanto fazer força num estúpido exercício de repetições dentro de um aparelho ferruginoso. Não seria de todo ruim se eu me cortasse nele e morresse de tétano. De desencanto, já padeci faz tempo. “Você viu só o que disse o filho do presidente?”. Eu digo que não, que não vi, nem ouvi, o que disse o dito-cujo. Sinto uma raiva primitiva quando sou inconvenientemente forçado a dialogar sob um estado letárgico de asfixia. Tem gente que não se toca. Eu devia botá-los pra correr ou simular um colapso ao som do Calypso que ribomba infernalmente no ambiente. Assim, quem sabe, colocava um ponto final no assunto.

“Virou defunto. Fulano-de-tal morreu enquanto fazia um supino”, alguém conta, com a empolgação de quem falta um pino e comemora um gol. Eu sempre quis entrar com bola-e-tudo na zaga-bem-postada daquela balzaquiana com collant-de-oncinha. Sinto uma saudade miserável dos meus 17. Naquela idade, tinha uma enorme vitalidade para cometer erros, meter os pés pelas mãos e fazer sexo em pé sem chorar de câimbras. Há um excesso de perfume gardênia empestando o ar. Passa uma mulher extravagante com tetas escandalosas prestes a explodir. Todo sacrifício em nome de Alá. Eu sofro de chistes agnósticos. Focados em impressionar a beldade, quase todos os homens presentes no local apressam-se em aumentar um pico na já extravagante carga de halteres. Quisera estar em Alter do Chão. Se tivesse escolha, eu queria mesmo era ser uma árvore. Ouvi isso da boca de ninguém menos do que o cantor Djavan.

Fico pensando qual a chance de ouvir “Riders on the storm” naquele antro fitness. Um sujeito impávido, de sobrancelhas feitas, sábio como um armário, faz bicotinha e se fotografa usando o próprio smartphone. Uma dona que parece recatada e do lar presencia a cena bisonha, suspira fundo e comenta ai-que-bom-seria-se-eu-fosse-solteira, sem depreender que, da fruta que ela gosta, o rapaz come até o caroço.

Não gosto desse troço. De frequentar academias. Nem atléticas. Nem policiais. Nem literárias. Minha cabeça anda cansada como um velho pangaré. Queria tanto um bife a cavalo com três canecos de chope. Sou 70% água e 30% descrença. Por onde passo a fazer o meu circuito, molho os assentos com um suor cínico. Uma mocinha que tem idade para ser minha filha ou minha amante faz a assepsia do aparelho com solução de álcool 70. Sinto-me sujo como um poema do Bukowski.

Já se passaram 20 minutos e me considero desacorçoado o suficiente para dar o fora e escrever uma crônica pedante. Pergunto ao instrutor sarado que veste uma camiseta de Mojo Filter fazendo arminhas com os dedos indicadores onde consigo tomar um cafezinho naquela joça, mas, ele diz que café é frescura e que ele só toma anabolizantes. Já chega de tanto exercício físico. Tiro de campo o meu corpinho de poeta tísico. Nada mal para quem deseja ser uma árvore. Com a vantagem adicional de que árvores não conversam com pessoas, por mais que alguns insistam.