Johnnie Walker X João Andante

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Bicarato

Quem capota primeiro? O lorde ou o caipira? Apostas ali no escritório, por favor.

Mas, caray, que porre! Esses gringos ainda não sacaram que cachaça é cachaça e uísque é uísque? E que, apesar do fraque e cartola, o lorde é muito mais cafona que o nosso legítimo e sincero e gente-boa e lesgal-pra-caramba e… eu-também-gosto-muitcho-docê-mas-ninguém-me-entende-você-é-um-amigão-mêsss! Dá-mais-uma-aí-Chefia!

Uísque Johnnie Walker tenta derrubar cachaça João Andante

A holding inglesa Diageo, detentora da marca do uísque Johnnie Walker, abriu processo administrativo no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) contra a cachaça João Andante. A Diageo acusa a empresa mineira de ser “imitação” de sua marca –segundo ela, avaliada em US$ 3,5 bilhões.

Mas o processo gerou publicidade para a cachaça e fez suas vendas dispararem. Nas últimas duas semanas, os pedidos feitos via e-mail já chegam a mil garrafas. Até então, as vendas eram de apenas 200 garrafas por mês.

“Os pedidos estão aumentando muito e nós sempre trabalhamos com margem e volume pequenos”, disse Gabriel Lana, 25, um dos donos.

A João Andante foi organizada em 2008 por quatro jovens que viam a atividade mais como um hobby do que propriamente um negócio empresarial. Cada um deles segue com sua profissão.

O desenho das duas marcas é representado pela figura de um andarilho, embora de classes sociais distintas: enquanto um é lorde, o outro é um jeca, ou capiau, conforme o regionalismo mineiro.

“Apesar de ambos os personagens mostrarem algumas distinções, o uso da expressão ‘João Andante’, que é a tradução literal de ‘Johnnie Walker’, evidencia a intenção de criar uma ‘versão local’ da marca”, argumenta a holding inglesa por meio do escritório de advocacia Dannemann Siemsen.

Os mineiros negam que o uísque tenha sido a inspiração e sustentam que o Walker da marca inglesa nada tem a ver com andar ou caminhar –é um sobrenome.

Afirmam que a ideia é a de um caixeiro-viajante, que é um andarilho, segundo o escritório de advocacia Hidelbrando Pontes e Associados.

[Copy&Paste direto da Folha.com]

Esses gringos, sempre se achando... nhé!

Segunda dose: uai, mas é claro que o João Andante tem sítio-chácara sim. E é bem bacana, óia só aqui. E tem mais causo também lá no Dono do Bar

O prazer de beber vinho

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Adauto de Andrade

E quem diria que um filme de quinta categoria, do início da década de sessenta, totalmente trash, renderia uma sequência tão interessante? A obra original é Tales of Terror (“Muralha do Pavor”, na sempre fidedigna tradução brasileira) – uma tentativa de adaptação de contos de Edgar Allan Poe.

Mas a parte que nos interessa foi recortada-e-colada lá do Plural Refogado, coluna do Márcio Alemão, na revista Carta Capital nº 664, de 21 de setembro de 2011:

E ele (Montresor Herringbone, personagem bêbado vivido por Peter Lorre) parte para a noite. É expulso de uma taverna, segue cambaleante pelas ruas nem um pouco escuras de uma Londres mal cenografada, pedindo alguns trocados. Nada consegue, mas os anjos acabam conduzindo-o à porta de um local onde está acontecendo um encontro de comerciantes de vinho. Ele entra e sua expressão é a de quem, após grande sofrimento na Terra, alcançou o paraíso.

O anfitrião do encontro, então, com grande pompa, comunica que entre eles está o Robert Parker Jr. da época, o maior entendedor de vinhos de todos os tempos, o senhor Fortunato Luchresi, que é intepretado por Vincent Price. Usando roupas em tons de rosa, tendo o seu tastevin pendurado no pescoço, Fortunato é cheio de gestos exagerados, que são imitados de maneira cômica por Montresor, o mesmo que o desafia, dizendo que entende tanto ou mais que ele sobre vinhos.

Começa a competição. Um em cada ponta da mesa. O primeiro vinho é servido no tastevin de Fortunato. O tastevin, para descrevê-lo melhor, se parece muito com um pequeno cinzeiro de prata. Ele começa a sentir o aroma do vinho e depois o degusta. E esse é um bom momento: as caras e bocas que Vincent Price faz durante a degustação. Ah, sim! Me esqueci de que antes disso tivemos o aquecimento. Uma série de exercícios faciais e labiais com som.

Por fim, ele faz um bico e suga o vinho que já estava em sua boca. Nas sequência, diz, entre pausas: “Borgonha, Pinot Noir, Clos de Vougeot, 1838… Não muito ruim”. O organizador, orgulhoso, confirma as informações. Na vez de Peter Lorre/Montresor, ele escolhe uma taça para fazer a degustação. O responsável o serve com parcimônia e ele pede que encha a taça. Toma tudo de uma vez, sem caras e bocas e descreve o vinho com alegria: “Volnay, feito com uvas de vinhedos excepcionais, 1837… Muito bom vinho!”

E ele também acerta.

A disputa vai adiante e o que mais interessou e interessa para este Refogado: o técnico, o mestre, Fortunato Luchresi, em nenhum momento se mostrou feliz. Ele acertou uvas, safras, produtor, mas parece que esse esforço fez com que abandonasse o que Montresor não deixou escapar em nenhum gole: o enorme prazer de beber um bom vinho. E isso, no final, é o que importa.

Verdade verdadeira!

Confiram:
 

Sou mais a porrinha

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Bicarato

No melhor estilo *espírito de porco*, conforme o próprio Luiz Antonio Simas, contador de Histórias Brasileiras, reproduzo aqui um textinho que é daqueles que me da a sensação de *por que não escrevi isso antes?* Tá, ok: não escrevi esse texto porque não tenho o conhecimento necessário, nem as referências culturais e de formação do Luiz — mas uma coisa temos em comum: o verdadeiro espírito democrático e esportista-de-boteco, ainda que eu reconheça que — como os melhores artífices dessa arte da porrinha — esteja um pouco desleixado e fora de forma. Nada, porém, que não possa ser devidamente sanado com poucas horas de boteco. Mas, valeu, Luiz! Te desafio, desde já, pra uma peleja — e te dou o benefício de ser o *mandante* do jogo. É só marcar o local =^)

Esporte de homem não é porrada. É porrinha.

Realmente não sou chegado a ver um bando de homens, dando pinta de que acabaram de escapar de uma gruta em Neanderthal, brigando. Por isso mesmo não assisti ao evento de luta livre (tem uma sigla pro treco, mas estou com preguiça de verificar qual é…) que ocorreu aqui no Rio. A última briga entre cariocas que me interessou foi entre os índios tamoios e temiminós, nos idos do século XVI , nas praias da Guanabara. Depois de Araribóia e Cunhambebe e seus respectivos tacapes eu não respeito homem nenhum saindo no braço.

Porrinha OlímpicaUm conhecido meu, durante um rápido encontro no Centro da cidade, tentou me convencer a assistir o confronto entre os egressos do Paleolítico Inferior com o argumento de que isso sim é “esporte de homem”. Respondi que esporte de homem, pra mim, nem o futebol é. Só mesmo a porrinha disputada nos botequins mais vagabundos merece essa alcunha. É por isso que reproduzo abaixo um texto que escrevi em 2010, logo depois da escolha do Rio de Janeiro como cidade olímpica: Porrinha nas Olimpíadas de 2016! E vai em negrito, pra fortalecer a campanha.

Existem vários tipos de espíritos que podem encostar e pegar o sujeito. Eu, por exemplo, que vim de uma família ligada ao espiritismo em suas vertentes macumbais – umbanda e encantaria – quando era pequeno ouvi da minha avó que era sempre bom pedir auxílio aos espíritos e entidades; eles viriam me ajudar. Tornei-me, então, devoto do espírito mais citado lá em casa: O espírito de porco. Fazia pedidos a ele.

Quando descobri, lá pelos sete anos, que o espírito de porco não era exatamente quem eu imaginava, mergulhei durante meses no mais absoluto materialismo e virei comunista. Foi o seguinte: Tomei um esporro da minha avó no dia em que perguntei a ela qual era o ponto que eu devia cantar para saudar o espírito de porco. Ela achou que era sacanagem minha. Posso, inclusive, confessar algo que só pretendia fazer ao médium de mesa branca depois da morte – o dia em que descobri que o espírito de porco não era uma entidade correspondeu, em termos de impacto, à notícia sobre a inexistência do Papai Noel para centenas de outras crianças.

Parêntese: Vejam como são as coisas. Comecei falando do espírito de porco quando, na verdade, pretendia escrever desde o início sobre outro espírito – o olímpico. Retomo no próximo parágrafo a ideia original.

A escolha do Rio como sede das Olimpíadas de 20l6 despertou em mim forte vocação esportiva. Entusiasta dos esportes do Brasil, sou fã e praticante amador de um jogo fundamental para nossa gente brasileira, tão sofrida e adepta do desporto como instrumento de inclusão social: a porrinha [ou purrinha], também conhecida como basquete de bolso.

A porrinha é um esporte altamente sofisticado e democrático. Os estádios ideais para a prática são os botequins mais vagabundos. Cada atleta, em geral, inicia a peleja com três palitinhos. A partida começa quando os jogadores escondem uma certa quantidade de palitos numa das mãos e as estendem, fechadas, para a frente. Cada jogador dá, então, o seu palpite sobre quantos palitos estão no jogo. Ganha a rodada quem acertar o número exato de palitos.

A porrinha exige dos esportistas alguns atributos fundamentais: Sorte, inteligência para blefar e perceber o blefe e preparo físico para jogar enquanto quantidades generosas de cervejas e cachaças são consumidas durante o embate. Recomenda-se um trabalho de musculação para o fortalecimento da musculatura do bíceps, que sofrerá o impacto do peso dos palitos durante a refrega. O uniforme ideal para a prática do desporto é simples e consiste em bermuda, camiseta e sandália de dedo.

Pesquisas que fiz em compêndios e dicionários especializados indicam que a provável origem da porrinha é o antigo Império Romano. Os soldados de Roma costumavam praticar, nos intervalos das batalhas mais sangrentas, um jogo conhecido como Morra. O negócio consistia no seguinte: Os jogadores escondiam uma certa quantidade de dedos da mão direita às costas e diziam um número. Aquele que acertasse o número exato era o vencedor. O troço era popularíssimo e há relatos nas crônicas de Seleno de torneios realizados no Coliseu que terminaram em matanças tremendas.

Alguns especialistas defendem que o nome porrinha surgiu de uma expressão proferida por Santo Agostinho no século IV – Porro cum quo micas in tenebris ei liberum est, si veliti, fallere. Tradução: Com certeza, mesmo que avisado, podes enganar aquele com quem jogas morra no escuro. O latim porro, com o tempo, virou porra. A porra virou porrinha.

O Brasil transformou a velha porrinha romana em coisa nossa, como o samba, a prontidão e outras bossas. Introduzimos os palitinhos de dente ou fósforo no babado e consagramos o botequim como palco da disputa. Fizemos a mesma adaptação em relação ao futebol, o jogo sem graça dos ingleses que ganhou a ginga e o balacobaco canarinho.

É por isso que sugiro, com a maior seriedade, campanha em meios de comunicação e o esforço dos formadores de opinião para que a porrinha seja considerada esporte olímpico em 2016. Clamo pelo empenho do Doutor João Havelange, do presidente Lula, de Pelé e demais autoridades físicas e metafísicas para que o Comitê Olímpico Internacional faça justiça com o histórico esporte.

Não precisaremos, pensem nisso, sequer construir estádios. Aqui no Maracanã temos, por exemplo, o Bode Cheiroso, botequim com estrutura para sediar os embates. Imagino até o novo nome do estabelecimento: Complexo Olímpico Bode Cheiroso.

A memória dos grandes e falecidos atletas da porrinha de todos os tempos – Meu avô, Jorge Macumba, Seu Nilton, Manoelzinho Motta, Seu Vovô, Abecedário, João do Vale, Teté, Claudio Camunguelo, Dr. Castor de Andrade, Moisés Xerife, Candonga, Primo Pobre, Querido de Deus, Seu Sete Rei da Lira, Madame Satã, Camisa Preta, Julião Vem Cá Meu Puto, Wilson Batista, Almir Pernambuquinho… – poderá inclusive servir como instrumento de forte campanha de marketing para estimular a prática educativa do esporte entre nossa juventude.

Esporte de homem não é porrada. É porrinha.

Abraços

Que “Via Láctea” Nada, Agora é “Via Cevadis”!

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Sandino

Australianos criam cerveja espacial


Cientistas australianos criaram uma bebida ideal para quando o turismo espacial se tornar realidade. De acordo com o site Geeky Gadgets, uma cervejaria local, um grupo da Aeronáutica e um professor criaram uma cerveja que pode ser consumida no espaço.

A cerveja espacial, chamada de 4 Pines, é mais encorpada e tem o gosto mais forte. Isso porque a língua dos astronautas incham durante a viagem e, dessa forma, fica mais fácil perceber o gosto da bebida. Outra característica da cerveja é a diminuição do gás que, quando é consumido no espaço, não consegue se separar da bebida, causando desconfortos estomacais.

 

Controlcesado e vesado daqui ó.

Bar de Jornalista

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Bicarato

Direto do Duda Rangel, tomo a liberdade desse copy&paste na cara-dura. Como ele mesmo diz, *como hoje é sexta-feira, dia bom para encher a cara com os amigos no bar, decidi republicar este post etílico-jornalístico*.

Bar de jornalista não tem frescura.

É boteco, botequim. Simples. Não tem hostess na porta. É só chegar, entrar, sentar. Em cadeiras gastas, bambas, sem charme algum. Sem conforto algum. As mesinhas, unidas, viram mesonas e invadem as calçadas. Não tem regras de etiqueta.

Bar de jornalista é tosco. De tão feio, vira cult. A decoração não é assinada por designers. Nas paredes, de pintura descascada ou azulejos velhos, pôsteres de peças de teatro e filmes dividem espaço com a tubulação de água aparente e avisos de “Não aceitamos cheque”. Ar-condicionado aqui não entra. Só ventilador. LCD é luxo. TV tem que ser de tubo.

Bar de jornalista tem cardápio escrito com giz em lousas ou em folhas de sulfite plastificadas, remendadas com durex. Não tem garçom de mau humor. Não tem carta de vinho. Tem cerveja. Em garrafa. Tem moscas que sobrevoam as latinhas de Coca-Cola. Tem porção de calabresa, mandioca, provolone. Coisa boa, de entupir artéria.

Bar de jornalista é barulhento. São vozes que se cruzam, que discutem cultura, política, filosofia, sacanagem. Maledicências. Lamentações. Neuroses. Planos para mudar de vida que nunca saem do guardanapo.

Tem mulheres que pegam batata frita com a mão, homens que não têm vergonha de cruzar a perna como o Caetano Veloso. Tem gente feia, bonita, pobre, não tão pobre assim, branca, preta, multicolor. Tem artista. Tem gay. Tem artista gay. Tem intelectual. Tem gente metida a intelectual. Tem cheiro de mijo que vem do banheiro. Tem vida.

Bar de jornalista não tem frescura. Se tiver, desconfie.

Caipirinha do Giba

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Sandino

Primeiramente quero deixar claro que de forma alguma quero profanar este maravilhoso líquido indispensável em dias de sol, chuva, garoa, festejos, tristesas, casualidades, nascimentos, aniversários, falecimentos… enfim… é pra toda obra!

Há alguns meses atrás, numa das escapadinhas para o “fumódromo”, estava proseando com um colega, o Giba, e o assunto, evidentemente era a tal loira, que com suas andanças por aí no mundo descobriu novas maneiras de saborear a tal.
Previniu-me caso eu vá ao Chile, que compre cerveja e gele eu mesmo, pois vão entregar ela quente, tirada do engradado no chão mesmo, e caso eu peça ela gelada, é possível, após me olharem com uma cara de curiosidade, lascarem umas pedras de gelo dentro do copo.
Uma outra dica que o colega me passou, e fiquei muito ressabiado a princípio, foi uma tal de “Caipirinha de Cerveja”. Assim como alguns de vocês, tive a mesma reação de ansia na hora, não, não de ansiedade, é a de vômito mesmo. Onde já se viu? Caipirinha? Cerveja?
Mas por fim minha curiosidade foi maior do que meu preconceito, então chegando em casa “arrersoví esprementar”, e fiz mais ou menos assim:

Preparando-se pra preparar a bagaça:
1 Limão
1 Lata (padrão) da loira, não serve aquelas “inhas” de sei-lá quantos ml
1 Tanto de açucar
1 Saleiro Grande (com sal dentro), não serve aqueles saleiros de mesa, você vai enfiar a boca do copo dentro do saleiro
1 Faca
1 Negócio pra amassar o limão e misturar as coisas
1 Jarra pra preparar a bagaça
X Copos, lembre-se que a boca deles tem que entrar dentro do saleiro, então guarda essa caneca da OktoberFest 1998

Preparando a bagaça:

Aqui, eu uso uma técnica mais “suave”, já que não tenho o “Negócio de amassar limão” e não quero perder tempo procurando algo genérico, simplesmente espremo o limão como se fosse fazer um suco, lasco açucar e misturo. Mas se você tiver ele a mão, faça do jeito tradicional, pica o limão, joga dentro da jarra, joga acuçar pra cobrir ele e amassa com o “Negócio de amassar limão”.
Depois de feita a meleca, cuidadosamente, utilizando a técnica da cerveja sem colarinho (deixe a jarra/copo na diagonal, e vá despejando cuuuuuidadosamente a cerveja). Se quiser dê umas goladas nela pura, eu nunca resisto e sempre faço isso. E misture com todo cuidado.
Agora, o que eu acho que é um dos pontos marcantes, pegue o copo, umideça a borda e encoste ela no sal. Por favor, me diga que você fez isso antes de enche-lo, certo? ahn… Ok, tente de novo… Mas dessa vez com ele vazio.
Depois disso é só encher o copo e curtir essa versão de caipirinha, hehe…

ps.: Antes que reclamem de qualquer coisa, ela fica bem suave, mas o que acaba sendo uma ótima motivação para quem diz que não gosta de cerveja por ser “amarga”…

Secular cultura de boteco taberna

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Adauto de Andrade

Taí um ótimo exemplo do que é a cultura botequística, digo, tabernística através dos séculos…

Com vocês um pouco de música clássica em latim (UIA!) e sua respectiva tradução (meio tosca – mas já valeu). A origem dessa música, com toda sua beleza e força, vem de um manuscrito profano (Codex Burana) escrito lá pelo século XIV e que contém centenas de poemas que falam de jogos, bebidas, amor e outros vícios.

Aumentem o som e apreciem, diretamente do LP (velho taberneiro como eu e que se preza não tem CD-Player, tem vitrola!) Carmina Burana, sob a regência de Carl Orff

In Taberna Quando Sumus
(Quando estamos na taberna)

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In taberna quando sumus
non curamus quid sit humus,
sed ad ludum properamus,
cui semper insudamus.
Quid agatur in taberna,
ubi nummus est pincerna,
hoc est opus ut queratur,
sic quid loquar, audiatur,

Quidam ludunt, quidam bibunt,
quidam indiscrete vivunt.
Sed in ludo qui morantur,
ex his quidam denudantur
quidam saccis induuntur.
Ibi nullus ti met mortem,
sed pro Baccho mittunt sortem:
 

Primo pro nummata vini,
ex hac bibunt libertini;
semel bibunt pro captivis,
post hec bibunt ter pro vivis,
quater pro Christianis cunctis,
quinquies pro fidelibus defunctis,
sexies pro sororibus vanis,
septies pro militibus silvanis.

Octies pro fratribus perversis,
nonies promo nachis dispersis,
decies pro navigantibus,
undecies pro discordantibus,
duodecies pro penintentibus,
tredecies pro iter agentibus.
Tam pro papa quam pro rege
bibunt omnes sine lege.

Parum sexcente nummate
durant, cum immoderate
bibunt omnes sine meta,
quamvis bibant mente leta,

sic nos rodunt omnes gentes,
et sic erimus egentes.
Qui nos rodunt confundantur
et cum iustis non scribantur.

Io io io io io io io io io !

Quando estamos na taberna
Não pensamos na morte
Corremos a jogar
O que nos faz sempre suar
O que se passa na taberna
Onde o dinheiro é hospedeiro
Podeis querer saber
Escutai pois o que eu digo

Uns jogam, uns bebem
Uns vivem licenciosamente
Mas dos que jogam
Uns ficam nus
Uns ganham aqui suas roupas
Uns se vestem com sacos
Aqui ninguém teme a morte
Mas todos jogam por Baco

Primeiro ao mercador de vinho
É que bebem os libertinos
Uma vez aos prisioneiros
Depois bebem três vezes aos vivos
Quatro a todos os cristão
Cinco aos fiéis defuntos
Seis às irmãs perdidas
Sete aos guardas florestais

Oito aos irmãos desgarrados
Nove aos monges errantes
Dez aos navegantes
Onze aos brigões
Doze aos penitentes
Treze aos viajantes
Tanto ao Papa quanto ao rei
Bebem todos sem lei

Seiscentas moedas não são suficientes
Se todos bebem imoderadamente
Sem freio
Bebam quanto for, o espírito alegre

Todo mundo nos denigre
E assim ficamos desprovidos
Que sejam confundidos os que nos difamam
E sejam seus nomes riscados do livro dos justos

Io io io io io io io io io!