O que fazer com 2016?

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E então 2016 chegou!

Não serei como os céticos de plantão que adoraram compartilhar nas redes sociais algumas imagens do Spock falando sobre a comemoração de mais um ciclo de translação solar e o escambau… Acho que Ano Novo é, sim, um momento de renovar as energias, de fixar novas metas, de ter esperança, de procurar olhar para o futuro com otimismo. É isso que nós somos. É assim que esta nossa raça humana funciona. Mesmo nas religiões pagãs mais antigas o encerrar de um ciclo para dar início a um novo era festejado!

E assim, no meio de tanta festança e tentando sair de um marasmo que já vem se arrastando por anos, depois de muito tempo resolvi fixar minhas metas e promessas para este ano que se inicia…

Pra começar, percebi que tenho lido muito menos do que gostaria. Minha biblioteca aumenta na exata proporção que os livros não lidos também. Então fica combinado que a leitura, doravante, será de ao menos dois livros por mês: um clássico e um outro qualquer. Mas quando digo “um outro qualquer” não estou minimizando ou desvalorizando a literatura, apenas quero dizer que me dou muito bem com ilustres escritores desconhecidos e que tem muito potencial para mostrar. Até mesmo porque EU sou um desses ilustres escritores desconhecidos…

Querem acompanhar essa brincadeira? Então aqui está o link com os livros em voga: Lendo de Tudo.

Já que estamos falando de “cultura”, todos sabem como adoro um bom filme – ainda que nem sempre consiga ir ao cinema. Então, aqui vai uma meta um pouco mais complicada – principalmente em função de minha agenda invariavelmente maluca: assistir um filme clássico por semana. Tem muita coisa boa, que até tenho em casa, mas jamais me sobra tempo para assistir… Aliás, junto dessa meta (e daí já não sei se conseguirei um por semana) também um “filme de advogado”. E o que vem a ser isso? Qualquer um que tenha uma temática jurídica, seja por conta de um julgamento, atuação de um advogado, por se passar num tribunal, sei lá! Tanto para os clássicos quanto para esses de tribunais vou tentar reservar algumas horinhas por semana para dar conta. E, lógico, compartilhá-los!

Se também quiserem acompanhar o desenrolar disso, eis aqui o link para os filmes já assistidos e os vindouros: Um Clássico por Semana.

E já que estamos falando de minha “saúde mental”, então que tal verificarmos minha saúde física, hein?

Bem, parar de beber seria uma falácia… Ainda mais para um boêmio apaixonado pela boemia como eu. Então, no mínimo, preciso reduzir drasticamente a litragem de breja e uísque consumidos em 2015. Ou ao menos minimizar o suficiente para algo mais aceitável e palatável para meus parcos recursos financeiros.

Acompanhando essa linha de raciocínio, poderíamos também falar em parar de fumar, certo? Idem no que diz respeito à boemia… Mas nunca fui daqueles caras que ficam desesperados se não tiverem um cigarro à mão. Passo bem um dia ou mais sem chegar perto do danado do cigarro. Mas, todavia, vou topar o teste: fiquei curioso em saber o quão drástico é possível diminuir isso também. Vamos ver até onde isso vai dar…

E já que estamos falando de mens sana in corpore sano, o próximo passo é até evidente, não é mesmo? Exercícios físicos! Ei, é verdade! Não, não, não, não riam não… Desta vez vou em frente, mesmo. Parem de rir, vai. PAREM, PÔ! Cáspita, ninguém me leva a sério mesmo…

Enfim, acreditem ou não, este sedentário que vos tecla já passou da hora de se dessedentarizar. Ao menos caminhadas diárias me parecem ser algo que combina com um sujeito da minha provecta idade…

Até agora estávamos no âmbito personalíssimo, de meu próprio eu. Mas o que mais seria possível e/ou recomendável?

Que tal resolver minhas pendências financeiras, custe o que custar? Me parece uma boa decisão. Saldar as dívidas que teimam em me saudar… E, junto com isso, guardar uma graninha. É, poupancinha mesmo. Ter pra onde correr na hora do aperto. Do ponto de vista financeiro, as coisas degringolaram tanto nos últimos anos que deixei esse velho costume de lado. É indispensável retomá-lo!

Desarquivar projetos guardados na gaveta também é algo que soa bem aos meus ouvidos. Me enche de esperança. E tenho projetos, viu? Alguns maiores, pessoais e profissionais que envolvem toda uma vida, outros menores, de se resolver a curto ou médio prazo, assim como alguns minúsculos, que basta fazer e pronto. É, basicamente, destralhar minha fila de pretensões.

Dar mais atenção à minha casa. Não, ainda não estou falando da família, mas simplesmente da casa em que moro. Sempre fui um “faz-tudo” dentro de casa e meio que deixei isso de lado. Por inúmeros motivos. Mas isso faz parte do que sou, do que gosto de ser. Pintar o que falta da garagem (ói vocês rindo de novo, que eu tô ouvindo…), trocar lâmpadas, refazer alguns pontos da parte elétrica, (re)construir uma churrasqueira… São coisas que estão ao meu alcance e dentro da minha capacidade e que fui deixando pra lá. Mesmo realizar outras coisas, não diretamente ligadas à casa, mas necessárias, como consertar alguns móveis, organizar prateleiras, fazer uma revisão nas bicicletas e, em especial, fazer com que a cama pare de ranger. Isso, sim é importante.

No campo pessoal preciso me dedicar mais à família. Simples assim. Tanto dentro quanto fora de casa. Ora, eu não me autoproclamei o “guardião das histórias” quando resolvi escrever um livro sobre minha família? Só tem duas maneiras de guardar histórias: participando delas ou conhecendo-as por quem as viveu. Se eu não estiver presente no dia-a-dia de meus próprios parentes (que não são poucos), jamais conhecerei essas histórias e não poderei registrá-las. É importante me entrosar e participar mais da vida de meus tios e tias, primos e primas, enfim, da família de um modo geral…

Acho que é isso.

É o que preciso.

É o que posso.

É o que quero.

E, sobretudo, tomara que eu tenha força (principamente de vontade) para tocar tudo isso adiante!

Um excelente 2016 para todos!

Emenda à Inicial:

– Se bem que viajar (ou, ao menos, passear) um bocadinho mais até que não me faria mal não…

Operação Resgate

Não é de hoje que ando querendo “voltar a desenhar”… Mas sequer consigo arranjar tempo – ou paciência (leia-se “ânimo”) – para ao menos uma caminhada diária, que dizer então dessa tola pretensão?

Bem enquanto – frise-se “enquanto” – isso não ocorre (desenhar, não caminhar), andei resgatando alguns rabiscos que tenho guardado comigo já há muito tempo…

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Este é um dos mais antigos. Se bem me lembro era a ilustração de uma camiseta de meu irmão e que achei bem bacaninha…

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Este aqui, ainda da época do ginásio, vem a provar que desde sempre eu estava fadado a ter uma Harley!

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Quando estudava Administração de Empresas, no segundo grau, haviam algumas aulas simplesmente insuportáveis! E o que me restava era rabiscar nas folhas do meu caderno. Este desenho é fruto de um desses momentos de tédio. Existem outros, mas são impublicáveis…

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Já este daqui, baseado em uma imagem tirada de uma das revistas do Conan, remonta ao tempo em que eu estudava Desenho Técnico Mecânico, na ETEP.

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Falando em Conan, já tratamos deste desenho antes, bem aqui

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Mais alguns devaneios – já não sei mais de qual época…

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Este aqui tem uma longa história – que não cabe nestas parcas linhas. Basta, por ora, saber que foi um “estudo” pensando num “brasão de família”, baseado na figura central, que é a tatuagem que tenho.

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Eis outro desenho que também não sei dizer exatamente de que época foi, copiado de uma das tirinhas do Laerte, referente aos Piratas do Tietê.

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E pra fechar, o guru mutcholoco do Angeli, desenhado quando eu trabalhava no Valeparaibano, como Supervisor de Digitação, e tinha que ficar às vezes horas aguardando o fechamento do jornal…

Vamos ver se crio coragem para trazer algo de novo por aqui. Até mesmo pra saber se ainda resta alguma firmeza nestas trêmulas e ébrias mãos que invariavelmente vos tecla… 😉

Desenhices

Fuçando nas minhas tralhas – nas quais guardo um tanto de coisas de minha longínqua adolescência – acabei encontrando este desenho.

Lembro-me bem de quando o fiz.

Eu estava internado, aguardando uma cirurgia para remoção de um cisto cóccix lombar (nem vou contar o que é isso, mas acreditem em mim quando digo que é tão ruim tê-lo quanto curá-lo…) e, já naquela época, entediado. Tudo que tinha como companhia era uma das primeiras revistas do Conan, comprada numa banca a caminho do hospital, e com o maravilhoso traço do John Buscema.

Chamei a enfermeira e lhe pedi papel e caneta. Tudo que ela conseguiu foi um envelope de exames usado e uma caneta Bic quase no fim da carga! Enquanto não começava a cirurgia fiquei ali, deitado na cama, me esmerando no desenho. Até que ficou bem bom! O suficiente para que DEPOIS DA CIRURGIA a mesma enfermeira voltasse, agora com um bom papel, lápis, borracha, etc e me pedisse para desenhar um Papai Noel pra ela…

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Em tempo: até que minha letrinha de meus 15 anos não tá assim tão diferente da de agora…

Meu Mundo Perfeito

No meu mundo perfeito eu sou casado. Sim, pois por mais que eu goste de meus momentos de solidão, por mais que aprecie poder ter a paz de espírito de me largar em devaneios e sempre reavaliar tudo que ocorre à minha volta, ainda assim eu gosto de companhia. Gosto de poder acordar – ou ser acordado – logo pela manhã e ter alguém para ver, abraçar, aninhar. Gosto de ouvir e ser ouvido. Gosto de debater sem ser julgado. Gosto de fazer pequenas surpresas e de ser gentilmente surpreendido. Gosto de cuidar. Gosto de ser cuidado.

No meu mundo perfeito eu tenho filhos. Minhas crianças, sempre, não importa que idade tenham. São bonitos, inteligentes e amorosos. Gostam de perguntar, de tentar entender como o mundo funciona e apreciam a minha opinião acerca disso. São alegres, divertidos e espirituosos. E eu os amo profundamente – não porque são meus filhos, mas porque eu os criei, cuidei, sofri e me regozijei com cada pequenino novo momento e etapa de suas tenras vidas.

No meu mundo perfeito eu trabalho naquilo que gosto. E, curiosamente, não é preciso chamar isso de “trabalho”. Vejam só: eu faço aquilo que gosto, me dão condições mínimas necessárias para fazê-lo, tenho uma equipe capacitada e dedicada e ainda me pagam por isso? Não, realmente eu não tenho um trabalho e – definitivamente – não tenho um “emprego”. Eu faço aquilo que gosto e ponto final.

No meu mundo perfeito eu ganho o suficiente. Não preciso ser rico. Nunca quis isso. É necessário, sempre, ter limites para que saibamos que eles existem. Ganho o suficiente para sustentar o modo de vida que escolhi. Às vezes pode ter algum aperto daqui, alguma dificuldade dali, mas sempre existem saídas. Sempre é possível dar a volta por cima. Sempre.

No meu mundo perfeito eu tenho amigos. Não importa a idade, o credo, a cor, o sexo, a orientação sexual, o posicionamento político ou seja lá o que for. São amigos. Não estou falando de “colegas”, mas sim de amigos. Aqueles que me são fiéis na mesma proporção em que lhes sou, que me dão apoio e a quem apoio, que me escutam e a quem oriento, que tanto me divertem quanto lhes faço rir, sem cobranças, sem trocas, sem dedos em riste. Como diria Quintana: “a amizade é um amor que nunca morre”. Meus amigos são imortais.

No meu mundo perfeito nada é perfeito. Existem crises – para que as contornemos. Existem fracassos – para que possamos vencer. Existe tristeza – para que possamos nos alegrar. Existem brigas – para que nos reconciliemos. Existe dor – para que possamos ter alívio. Existem distâncias – para que nos reaproximemos. Existe ódio – para que possamos amar. Esse meu mundo é binário (por mais nuances que possam existir entre um limite e outro), pois para cada negativo haverá sempre um positivo. Basta que prestemos atenção o suficiente que conseguiremos enxergá-lo.

E então resolvo sair da utopia e encarar a realidade. E comparando meu mundo perfeito com essa imperfeita vida que levo, na qual reclamo, me entristeço, me revolto, me deixo levar, me deprimo e sabe-se lá o que mais pode caber dentro do coração e da cabeça de um ser humano, percebo finalmente a verdade que não está lá fora, mas aqui dentro: não existe mundo perfeito. Pois todos os mundos são perfeitos. Nós é que somos imperfeitos ao encarar nosso dia-a-dia e, muitas vezes, simplesmente não ter a coragem suficiente de relaxar, sorrir e compreender que o mundo perfeito daquele que está ao seu lado não é melhor ou pior que o seu, pois é dele e a ele pertence. E sim, a vida é um caos – mas de alguma maneira, no final, tudo sempre dará certo. E, chavão dos chavões, se ainda não deu certo é porque ainda não chegou no final.

E um dia de cada vez é o que temos que encarar.

Vivendo, cada qual, em seu mundo perfeito.

Imperfeitamente, é claro.