STF nonsense

O original tá aqui.

STF tem ativismo sem paralelo, diz jurista

O jurista português José Joaquim Gomes Canotilho acredita que o Supremo Tribunal Federal está avançando em assuntos do Legislativo e do Executivo, num “ativismo judicial exagerado que não é compreendido na Europa”. Por outro lado, ele reconhece que, ao entrar nessas questões, o STF faz alertas aos outros Poderes, com mensagens positivas e busca de soluções para problemas práticos do Brasil.

Canotilho é um dos principais constitucionalistas de Portugal. Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, suas ideias fundamentaram a Constituição Portuguesa de 1976 e a Carta Brasileira de 1988. Ele defendeu que a Constituição deve ser um programa para o país. Em 1976, Portugal necessitava de um programa, após a Revolução dos Cravos, e, em 1988, o Brasil precisava de um para a Nova República. O problema, segundo Canotilho, é que o nosso programa de 1988 está sendo conduzido pelo STF e ele questiona se é função do Judiciário resolver questões como demarcações de reservas indígenas, infidelidade de políticos aos seus partidos e uso das algemas pela polícia.

“Meus amigos do Supremo me disseram que, quando as políticas não se movem, eles fazem as políticas em acordo com a Constituição”, afirmou Canotilho, que é bastante conhecido pelos ministros do STF.

Na última vez em que ele esteve na sede do tribunal, em Brasília, em agosto de 2008, mais da metade dos onze ministros da Corte pararam as suas atividades para cumprimentá-lo no gabinete de Gilmar Mendes, de quem é amigo. A amizade, no entanto, não impede Canotilho de questionar o papel do Supremo. Ele fez estudos sobre decisões recentes e concluiu que o STF segue metodologia única no mundo. Para Canotilho, o Supremo não julga partindo das normas. O tribunal procura agir a partir de problemas concretos e tenta encontrar soluções práticas. “Perguntei ao Gilmar se era mesmo o tribunal que pegava um helicóptero e ia ver as terras dos índios e definir os limites. De fato, o STF tenta captar a realidade”, concluiu.

Só que esse tribunal não é compreendido na Europa, pois lá é “nonsense” (sem sentido) tribunal definir política pública. “O STF faz coisas que nenhum tribunal constitucional faz”, disse Canotilho ao Valor. O maior exemplo, segundo ele, são as súmulas vinculantes – orientações dadas pelo STF que devem ser seguidas por todos os juízes do Brasil. “Eu compreendo a tentativa de dar alguma ordem, mas o problema é que as súmulas vinculantes se transformam em direito constitucional enquanto não são revogadas pelo próprio tribunal. Elas não são apenas legislação. São verdadeiras normas constitucionais.” Em outras palavras, é como se o STF promovesse novas definições para a Constituição.

Essa advertência de Canotilho ao STF aproxima-se muito de outra, feita, há três anos, a empresários que queriam criar um movimento de revisão da Constituição, na sede da Fiesp, na avenida Paulista. “Eles me disseram que cada geração poderia fazer a Constituição que quiser. Então, eu perguntei a eles: vocês têm povo para fazer a Constituição? Não havia. Era uma elite de São Paulo.”

Por outro lado, Canotilho vê um aspecto extremamente positivo no STF. Para ele, o Supremo transforma julgamentos em alertas, “numa vigilância aos outros poderes de que não podem ficar parados”. Assim, se o Congresso não aprova a lei de greve dos servidores públicos, e o Brasil enfrentou uma crise sem precedentes por conta da paralisação dos controladores de voo, o Supremo decide, por analogia, que eles terão de cumprir as regras de greve para o setor privado. “Esse tribunal procura respostas para problemas que não se colocam na França, ou na Alemanha, e cuja solução não é fácil.”

Para Canotilho, o STF chegou a uma “solução razoável” no caso da fidelidade partidária. O tribunal decidiu que os parlamentares podem mudar de partido, mas perdem o mandato se trocarem de legenda na mesma legislatura em que foram eleitos. “É a mensagem de que o parlamentar é escolhido numa lista. Nos outros países, isso está resolvido a nível legislativo. No STF, vai ser regulado com súmulas.”

Outra decisão interessante, segundo ele, foi a que proibiu a exposição de pessoas algemadas pela Polícia Federal. “A partir da visão de que as algemas podem ser humilhantes para a pessoa humana se buscou a igualdade para todo o cidadão e essa mensagem em termos da dignidade das pessoas está correta.”

Apesar de incompreendido na Europa, o Supremo brasileiro é citado “como um caso paradigmático de evolução na discussão sobre os entendimentos entre os poderes”. Neste ponto, Canotilho vê outro aspecto positivo no STF, pois o tribunal procura entrar em sintonia com demandas da população, que não são atendidas pelo Congresso e pelo Executivo. No caso da fidelidade partidária, por exemplo, é difícil acreditar que os parlamentares fossem punir os seus semelhantes por mudarem de partido. “Neste aspecto, o tribunal está adotando uma posição de alerta, chamando a atenção dos outros poderes para que tomem posição”, afirmou Canotilho. “Mas a minha posição é a de que não são os juízes que fazem a revolução. Nunca o fizeram. Só que eles podem pressionar os outros poderes políticos dessa forma. E eu creio que é essa a posição do STF.”

São Thomé das Letras – A Viagem (I)

“Caminhante: não há caminho – o caminho se faz caminhando.”
Ataualpa

I – Preparativos

Não lembro ao certo como o convite surgiu. Só tenho certeza que deve ter sido numa mesa de bar.

– E aí? Vamos pra São Tomé?

– Das Letras?

– De onde mais?

Dei uma longa tragada em meu cigarro e pensei um pouco sobre o assunto. Um feriadão se aproximando, uma oportunidade de fazer algo diferente com a criançada, levar a Dona Patroa a um lugar que ela ainda não conhecia e – por que não? – tentar resgatar um pouco de mim mesmo que parece ter ficado naquele lugar quando estive lá, já tem quase uns vinte anos.

– Legal. Só vou ver com a Dona Patroa e depois a gente se fala.

Tenho certeza absoluta que já era essa a resposta esperada pelo Evandro, autor do convite, copoanheiro eventual e parceiro em desventuras no geral. Sabem, é algo como aquele caboclo que está na mesa do bar – normalmente no mais divertido da festa -, levanta-se e diz algo como “vou até tal lugar e, qualquer coisa, eu volto”. Não adianta protestar ou argumentar. Esse não volta mais. E a resposta que eu dei soou exatamente nesse tom. E eu tinha consciência disso.

Mesmo assim, no final de semana seguinte, conversei com minha amada, idolatrada, salve, salve, Dona Patroa. E ela topou.

Na mesma hora liguei e avisei que iríamos.

E a comoção geral tomou conta da platéia naquele momento…

Os dias seguintes foram, digamos, interessantes. Um meio que preparativo – mas sem preparativos. Tá, na prática a semana se resumiu num feriado maluco – o Dia do Servidor Público – que, em alguns lugares foi adiantado para segunda-feira, em outros foi comemorado no dia mesmo, na quarta-feira, e, em ainda outros, ficou para sexta-feira. E como Murphy é um velho sacana, é lógico que eu e a Dona Patroa tivemos nossos feriados escalados para dias diferentes: ela na quarta e eu na sexta.

Mesmo assim, zuzo bem.

Ela aproveitou a quarta para fazer as compras do que fosse necessário para viagem. Ou seja, zilhares de lanchinhos, frutas, água, refri, etc. O mínimo indispensável para manter calmos os três filhotes – de cinco, sete e dez anos – pelas horas a fio que passariam dentro do carro.

Mas, e na prática, como fazer?

Bem, sendo ela funcionária pública estadual, com direito à chamada licença abonada – uma vez a cada mês, ou bimestre ou a cada seis meses, sei lá – e considerando que em mais de dez anos de serviços prestados nunca utilizou essa prerrogativa, não foi sem surpresa de sua chefe que ela pleiteou esse direito para a sexta seguinte.

E por que na sexta? Bem, como o feriado não seria geral para todos na sexta, mas sim na segunda seguinte (Finados), então seria o melhor dia de pegar a estrada para ir, com um movimento, no máximo, médio, e deixar para voltar no domingo, praticamente sem movimento, enquanto que todo o resto do mundo deixaria para voltar na segunda.

Parecia o plano perfeito.

Já na véspera, quinta-feira, ao combinar com o Evandro o caminho pelo qual iríamos, propus o circuito das águas, pois passei por aquela estrada há uns cinco anos e me pareceu confortável o suficiente para prosseguir até São Tomé. Ele iria propor a SP-50 (também conhecida como estrada para Monteiro Lobato), mas concordou comigo. Avisou que sua irmã e mãe também iriam, em carro próprio. Combinamos um ponto qualquer na Dutra para nos encontrarmos.

Masssss…

Conversando com a Dona Patroa chegamos à conclusão que o “divertido” não seria a viagem propriamente dita, mas sim o “viajar” em si. Daí que um caminho, digamos, mais bucólico, deveria ser bem mais interessante.

Falei com o Evandro novamente e recombinamos o ponto de encontro. Já aí não tive como não vislumbrar alguns acordes do Raul: “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”. Bons auspícios, em se tratando de São Tomé das Letras…

Como eu havia deixado a viatura para alguns ajustes mechânicos, fui gentilmente levado para o serviço pela Dona Patroa. Aliás chegaram inclusive a me perguntar se eu não iria para lá com o Opalão.

– Não. Por mais que eu queira – e eu quero – ainda não confio nele.

– Como assim?

– É que, para mim, todo carro novo que a gente pega – ainda mais sendo velho – passa por um período de adaptação. Eu tenho que pegar confiança nele. Saber que ele não vai me deixar na mão, conhecer seus macetes, manias, cacoetes e birras. Só então daria para encarar uma viagem dessas.

– É, mas isso não é só com carro velho não, carro novo também…

Enfim, ao encerrar o expediente na quinta, após um merecido choppinho com o copoanheiro Bicarato – que, infelizmente, por motivos trabalhísticos não pode se juntar à nossa caravana – a Dona Patroa foi me pegar com as crianças. Deixei a tropa em casa para acabar de arrumar as malas e parti para providências de praxe antes de qualquer viagem. Amortecedores, freios e pneus já eram novos, substituídos há cerca de três meses. Então foi questão de trocar óleo, completar água, calibrar pneus (inclusive o estepe), trocar o extintor vencido há dois anos, completar o tanque e tomar três latinhas nesse processo.

Tudo pronto.

Chegando em casa acabei de fazer também as minhas malas, separei uma muda de roupas para viagem, colocamos tudo no carro – inclusive pensando na logística de acesso aos mantimentos, remédios, blusas, etc.

Celulares carregados e baterias da câmera fotográfica completas.

Algum dinheiro em espécie disponível na carteira.

Tudo preparado.

Heh…

E pensar que, nas minhas viagens de antigamente, o máximo que eu me preocuparia seria em deixar uma graninha à parte para eventualmente pegar o busão de volta caso não conseguisse carona. De resto era carregar o mínimo de peso indispensável para não passar nenhum perrengue. Ou seja, máxima eficiência com mínimo esforço.

Com tudo encaminhado, ansiedade da criançada devidamente controlada e despertadores a postos bastava aguardar o raiar do dia 30 de outubro para a grande viagem.

Mal sabíamos o que nos aguardava.

Continua?

Quintana de hoje

Depois de ter feito na Clínica Pinel o tratamento contra o alcoolismo, no início dos anos 50, Mario nunca mais bebeu. Certa vez, lembrando os velhos tempos, disse que na verdade não bebia, havia tomado apenas um porre. E que este porre durara 25 anos.

Durante o tal porre, numa manhã Nelson Boeira Faedrich se dirigia à redação da Revista do Globo quando viu o amigo entornando o copo num bar da Rua da Praia. Acercou-se e, cuidando para que não parecesse censura, em tom protetor:

– Mario! Já bebendo?

– Já não, ainda.

Do livro Ora Bolas – O humor de Mario Quintanta, de Juarez Fonseca.

Reinstalando o instalado – Fase II

Bem, depois do início dessa nova “aventura” (como visto aqui), aproveitei para dar uma olhada na questão da dita “memória incompatível”. A marca ASUS modelo P5S800-VM salta aos olhos na motherboard… Retiro o módulo de memória que está lá espetado – existem apenas duas baias e ela está no banco 1.

Curioso.

Esse computador foi montado por uma loja chamada Chipinfo – que já não mais existe. Mas o módulo de memória possui a etiqueta da Lion

Bem, mesmo assim trata-se de uma KVR400X64C3A/1G. Não entendeu nada? Então vamos por partes. É um módulo de memória Kingston Value Ram DDR 400 SDRAM (Synchronous DRAM) com 2.6 Volts.

De acordo com o manual (sim, ela trouxe o manual junto com o computador – não é uma graça?)  está dentro dos parâmetros aceitáveis de memória para essa máquina.

Já o módulo “rejeitado”, que foi encaminhado juntamente com algumas outras peças, é um DDR 400 de 1Gb da marca Samsung – sem maiores indicações (que eu saiba fazer a leitura) acerca de seu modelo. E, pelo que me parece, seria o que veio originalmente com o computador. Mas, ainda assim, também dentro dos parâmetros aceitáveis…

E que parâmetros seriam esses? Ah, vamos combinar, vai! Tá tudo lá no item 1.7 do dito manual. Tá em inglês, tá certo e eu não tô a fim de traduzir… Basta saber que, dentro da DDR400 Qualified Vendors List foi possível encontrar a discriminação desses módulos.

Ou seja, não tenho dúvidas, espeto os dois e dou um boot na máquina – já sem HD – só pra ver se rola.

Rolou.

Já o HD, devidamente acessado por outro computador, não.

Apesar de reconhecido no Setup da máquina, o Ubuntu não conseguiu enxergá-lo. Nem da primeira, nem da segunda, nem da terceira vez que reiniciei o PC. Só na quarta tentativa é que tive acesso ao disco rígido. Com muito custo – pois, não sei porque cargas d’água, essa conexão estava instável – consegui acessar o que encontrei de arquivos. Principalmente dentre fotos e filmes, coisa de uns 26 giga!

Ou seja, esqueçamos a operação pendrive.

Foi tudo para meu HD, mesmo…

Já com outro sistema operacional carregado, dei uma verificada com um antivírus nesses arquivos. Nada. Provavelmente outro dos aparentes defeitos, que seria o computador acusar vírus novos a todo momento, poderia também estar se dando em virtude do acesso inconstante ao HD…

E quanto ao disco original?

Bem, baixei uns programas de testes e forcei o bichinho ao limite.

Funcionou.

Reiniciei a máquina.

Parou de funcionar.

Depois funcionou.

Depois parou.

Daí funcionou de novo.

Daí ameaçou parar.

Aí minha paciência acabou…

Em termos de “isolar os possíveis defeitos”, parece-me que seria este o mais gritante – essa inconstância no acesso ao HD confere com a descrição de travamentos da máquina. Passei esse diagnóstico para ela e começamos a trabalhar na solução: um novo disco, pois esse não estaria confiável o suficiente para tentarmos uma outra instalação.

Bem, para encurtar a história vou pular a parte do primeiro HD que ela trouxe – e que eu, lerdo, não percebi – que era um SATA em vez de um IDE. Também não vou falar do trabalho que ela teve para encontrar um nesse padrão (e eu nem sabia que isso estaria rareando no mercado). Vamos direto à parte que ela me trouxe outro HD, agora de 160Gb, e coloquei-o na máquina.

De início, como não sabia quem já passeou pelo Setup do computador, nem tampouco o que já foi feito por lá, dei uma zerada em tudo.

Ou seja, o famoso Load Setup Defaults.

Dali fui passo a passo checando o reconhecimento da memória (2 giga – ok), do disco rígido (encontrado – ok), do drive de DVD (reconhecido – ok), da placa de vídeo on board (32Mb reservado – ok), da placa de rede on board (netware aceita – ok) e da placa de som on board (essa, apesar de reconhecida, eu desativei).

Já sendo possível a inicialização do equipamento, e munido de um CD original de instalação do Windows XP SP 3 (direto daqui, diga-se de passagem) dei início à instalação do novo sistema no computador.

Foram cerca de três horas para a formatação e instalação do sistema básico do básico do básico do básico.

Depois espetei as placas acessórias – uma de som (pois originalmente essa parte do sistema estava dando conflito) e uma de fax-modem (para o acesso à Internet pelo provedor que ela tem contratado).

Com o sistema basicão instalado, antes mesmo de colocar qualquer outro programa, conectei o computador diretamente à minha rede e acessei a Internet para atualizar o sistema (atualizações de segurança, novas versões de softwares e toda aquela parafernália virtual de sempre). Cinquenta e seis atualizações encontradas.

Deixei baixando.

Nesse meio tempo reduzi a capacidade de lixeira de 10% do HD (16Gb) para 1% (1,6Gb). Particularmente sempre considerei essa configuração automática com muito espaço perdido para pouco lixo utilizado – mas, sabendo disso, ela poderá alterar esse parâmetro caso queira…

Atualizações efetuadas, computador reinicializado, então é hora de “blindar” o sistema.

Isso mesmo: antivírus.

Gosto do Antivir – um programa gratuito, eficiente, leve e e que automaticamente se conecta com a Internet para se atualizar. Baixei e instalei. Também ativei o firewall e as Atualizações Automáticas do Windows.

Ainda falta configurar as placas que foram instaladas, bem como reinstalar todos os demais programas além do sistema operacional.

Mas, por enquanto, chega.

Afinal de contas, já está na hora de ir para o trabalho…

Isabel Pedrosa

Este é o testamento de Isabel Pedrosa, mãe de Maria de Nazaré – tendo sido esta última casada com José Garcia.


 TESTAMENTO de ISABEL PEDROSA

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 | Arquivado no Museu Regional de São João del Rei - Caixa 101        |
 | Transcrito por: Edriana Aparecida Nolasco                          |
 | Transcrito em :                                                    |
 | Solicitante   : Regina Junqueira                                   |
 | Objetivo      : Dados Genealógicos                                 |
 | Testadora     : ISABEL PEDROSA                                     |
 | Testamenteiro : MANOEL DA COSTA SILVA                              |
 | Local         : São João del Rei                                   |
 | Número de folhas originais: 58                                     |
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 - FL.003 -

 Testamento

 Eu Isabel Pedrosa, moradora na minha fazenda da Freguesia  das  Lavras
 estando em meu perfeito juízo e em avançada idade e  por  isso  com  o
 temor da morte faço este meu Testamento pela maneira seguinte:

 Peço e rogo em primeiro lugar a  meu  filho  Manoel  da  Costa  queira
 aceitar este meu testamento para cumprir as suas disposições e ser meu
 Testamenteiro, e em segundo lugar a meu filho Antonio da Costa (...).

 Declaro e instituo por meus legítimos herdeiros aos filhos  que  tenho
 de um e outro matrimônio;  pois  fui  primeiramente  casada  com  José
 Rodrigues, depois e por morte deste com João da  Costa  Guimarães  dos
 quais me ficaram os filhos que declarei nos Inventários que se fizeram
 proximamente pelo Juízo de Órfãos desta vila.

 Declaro que por meu falecimento meu corpo será envolto com o Hábito de
 Nossa Senhora do Carmo (...).

 (........)

 Deixo de esmola a minha filha Ana da  Silva,  viúva  de  Francisco  de
 Oliveira e sendo morta a seus filhos, a quantia de vinte mil réis.

 Deixo de esmola a Maria da Conceição, órfã de José Gonçalves,  a  qual
 vive em companhia de meu filho Manoel, a quantia de vinte mil réis.

 (........)

 Todos os mais remanescentes de minha terça é minha vontade a  desfrute
 como coisa sua e na sua falta a filhos ou filhas  do  dito  meu  filho
 Manoel da Costa, o que assim a este  deixo  em  remuneração  da  minha
 paciência e amor com que tão fielmente me tem  acompanhado  e  a  quem
 tanto devo a conservação e aumento de minha casa obrando em  tudo  com
 público desinteresse.

 (........)

 (...) e por não saber ler nem escrever roguei ao Doutor José Gonçalves
 Gomes que este por mim fizesse e a meu rogo assinasse (...).

 Vila de São João del Rei, aos 08 de Janeiro de 1812

 Isabel Pedrosa

 
 - FL.004/VERSO -

 Abertura

 Certifico que falecendo da vida presente Dona Isabel Pedrosa, aos sete
 dias do mês de Abril de  mil  oitocentos  e  treze  (...)  moradora  e
 aplicada nas Lavras do Funil (...).
 
 - FL.006 -

 Procuração

 Procurador Nomeado: Capitão Luís Antonio da Silva Rodarte

 Local: Ribeirão de São João

 Data: 30-04-1813

 Que Faz: Manoel da Costa Silva (filho da Testadora).