O Rio Paraíba – O “Furado”

Autor: Prof. Benedicto Sergio Lencioni
Publicado p. 33/37 da revista Historias gentes e cousas de minha terra
Jacareí – SP

O Rio Paraíba mudou de leito!

Lembro-me de ter ouvido, várias vezes, durante minha adolescência que o leito do Paraíba fora mudado pelo trabalho dos escravos de um fazendeiro, durante a noite.

Esta afirmativa despertava a minha imaginação, à base de imagens e fatos correlatos: Durante a noite, ao som de estalidos de chicote, braços negros e luzidios enterravam enxadões em solo virgem e o rasgavam pela primeira vez. Centenas de escravos trabalhando maquinalmente, abrindo o leito por onde correria pacatamente o lendário Paraíba.

Não imaginava outra cena, senão esta, que ainda hoje me acompanha como verdadeira, quando penso na abertura do célebre “furado” que mudou, por volta de 1850, o leito do Rio.

Ele passava, numa acentuada curva, nos fundos da Santa Casa de Misericórdia, banhando antes o atual leito da E. F. Central do Brasil no Cassununga e completando-se além da Rua XV de Novembro, passando pelos fundos da Igreja Matriz de N. Sa. da Conceição.

Que ele foi mudado provam os documentos e os indícios, mas que teria determinado a mudança do leito? Quais suas consequências? É o que procuraremos decifrar após a leitura e estudo dos documentos que conseguimos colher.

Em fins de 1850 ou 1851, o influente Barão de Jacareí encaminhou ao Juiz de Paz em exercício, Sr. João da Costa Gomes Leitão, o seguinte embargo:

“Ilmo. Snr. Juiz Mal. Supplente

Diz o Barão de Jacarehy, que estando prezentemente o Inspetor da Estrada geral abrindo hum Furado para novo encanamento do rio Parahyba, direcção que desvia extraordinariamente o rio da povoação em reconhecido prejuizo do publico, e especialmente do supplicante, porque o seu predio por onde passa o Parahyba perde consideravelmente de valor, como tudo se mostrará a seu tempo, vem requerer a V. Sa. Mandado de Embargo em dita obra, afim de que esta não continue, citando-se o Inspetor para audiência deste Juizo assistir aos artigos de nunciação e para todos os mais actos da cauza.

E. R. Mcê.

a) Barão de Jacarehy”

O embargo do Barão de Jacarehy suscitou o problema na Câmara e foi efetuada uma vistoria nas obras do “Furado” conforme atesta o interessante documento abaixo:

“Tristão Rodrigues da Silva, Escrivão do Juizo de Pas nesta cidade de Jacarehy e seo distrito na forma da lei. Certifico que revendo o Protocollo das Audiencias do Juizo de Pas nelle as Folhas quarenta hum verso athé quarenta e dois verso achei o Termo pela forma seguinte: Aos dois dias do mes de Março de mil oitocentos e oitenta e hum (1) nesta cidade de Jacarehy Comarca da Imperial Cidade de São Paulo, dirigindo-se o Actual Juiz de Pas em exercicio commigo Escrivão de Seo Cargo Ao diante nomeado e o official de Justiça Luiz Pinto de Morais e as Testemunhas Leocadio da Siqueira Cortes e Joaquim José dos Santos, ao Porteiro do Alferes João da Costa Gomes Leitão onde se estava abrindo hum furado para novo incanamento do Rio Parahiba o qual incanamento desvia o mesmo Rio sento e setenta braças da Povoação; E sendo ahy por ele Juis ditto que sendo a referida obra evidentemente Prejudicar ao Publico pois que retirava o curso do Rio muitas braças de huma grande parte da Povoação, deixando de paçar alem de por muintos Predios particulares, pela Caza de Caridade desta Cidade, indo essa nova direção do Rio ofender em grande parte a Ponte, na qualidade de Juis de Pas e poriço com o dever de ivitar qualquer obra prejudiciar ao Publico, muinto principalmente não existindo no lugar otro qualquer Juis no cazo de se opor a referida obra; E tão bem porque existe huma representação delle Juis ao Excelentisimo Presidente da Provincia sobre este mesmo furado, cuja representação viera para a Camara desta cidade informar. Não sendo avista desto posivel tal obra continuar, pois que he claro que o Governo procura dados para resorver-se com pleno conhecimento de cauza. Tendo-se já pidido huma convocação extraordinária da Camara, poriço fazia-se ver ao Inspetor desta obra João Rodrigues Munhos que não devia continuar nella athé que a Camara informace e o Exmo. Presidente da Provincia resolve-se a respeito, tanto mais que elle Inspetor hera o mesmo Vice-Presidente da Camara a quem tinha vindo a representação, e a quem consta a elle Juis que hum vereador avia requerido convocação da Camara Extraordinaria para informar sobre o objeto, e por elle Inspetor foi ditto que não tinha obrigação de convocar Camara já, poriço que estava incomodado e que não tinha a dar satisfação a ninguém, poriço que estava aotorizado por huma Portaria para esse fim do Exmo. Prezidente ao que elle Juis replicou que esta obra já se tinha começado sem aotorização no dia quatro do corrente como consta da copia della, e para constar mandou elle Juis lavrar o prezente Termo que asigna commigo Tristão Rodrigues da Silva Escrivão de seo cargo e as Testemunhas Leocadio da Silveira Cortes e Joaquim José dos Santos que a rogo do mesmo asigna José Rodrigues da Silva Toledo. Assignaturas: Frederico Candido de Lima Juis de Pas em exercicio. Leocadio da Silva Cortes. Jose Rodrigues da Silva Toledo, he o que se contem o dito Termo a qual me reporto e dou fé. Jacarehy 10 de março de 1851. Tristão Rodrigues da Silva, Escrivão do Juiso de Pas.”

Em data de 10 de março de 1851 o Sr. João da Costa Gomes Leitão em vista da autorização e da pertinácia do encarregado da obra do “Furado” exarou o seguinte despacho ao embargo do Barão de Jacarehy:

“Não tem lugar o que o suple. requer, visto o Inspector da Estrada Geral abrindo o dito furado por portaria do Exmo. Snr. Prezidente da Província e com sepção do proprietário. Jacarehy 10 de março de 1851.

a) Leitão.”

A mudança do leito foi efetivada, baldados os protestos e a celeuma levantada. Quatro anos após, em 22 de setembro de 1855, mais uma vez o Barão de Jacarehy, ainda não se conformando com a mudança declarava em reunião na Santa Casa “que não fazia a obra na enfermaria grande, mas que dava à Irmandade a quantia de 1:000$000 se ella conseguice voltar o Rio Parayba ao seu antigo leito”.

Em 7 de outubro do mesmo ano o Barão demitiu-se da Irmandade, “ao que parece por não ter a mesma se interessado pela volta do rio ao antigo leito” escreveu Rogélio Rodrigues no seu livro “Santa Casa de Misericórdia de Jacareí – Seu primeiro Século”. Não foi este apenas um episódio envolvendo a Casa de Caridade e o problema do “Furado”, outros se verificaram, uma vez que em sua Irmandade encontravam-se as pessoas mais influentes da cidade.

No livro de Atas da Câmara encontramos a seguinte discussão sobre o assunto, quando se procurava solucionar o problema estudando-se uma nova direção ao Rio. A Comissão Permanente encarregada de dar seu parecer sobre o novo “Furado” e prevenir a continuação desses danos, deu o seguinte parecer:

“Fazendo-se a mudança do Rio Parahyba pelo posto do Sr. Joaquim Antonino e procurando o antigo leito, previne-se todo o mal futuro: porém sendo esta mudança muito dispendioza, e talvez com tanta dificuldade, quer quando se realize a mudança, já o rio tenha dado grandes prejuizos.

A outro meio que sendo facilimo é muito dispendiozo, e por isso a Comição é de parecer que se lance mão delle, e é o seguinte:

Fazem-se mudar o rio pelo lado direito principiando pelo pasto do Sr. Leitão pouco para cima do portão do mesmo pasto, e dahy fronteando uma árvore que se acha no pasto do Sr. Joaquim Antonino, porque assim supõem-se que o rio procurando o meio previnira o mal, e quando não previna dará tempo a dar-se outras providências. Martins e Cardozo.

O Sr. Leitão largou a cadeira, e indicou que, se pelo pasto delle ficar melhor, que elle dá o terreno, mas que julga que fica no mesmo estado, e que sendo para por o rio em seo antigo leito, fazendo uma valla no pasto de Joaquim Antonino, procurando a volta do Cassununga, êlle dá para adjutoria 500$ Reis e o Sr. Joaquim Antonino Rapozo, fazendo-se a mudança do rio conforme indicação do Sr. Leitão tão bem dá 500$000. Reis.

A Camara officiou ao Exmo. Prezidente para êlle resolver a respeito mandando um Engenheiro para observar o melhor lugar, orçar a quantia priciza e dar a planta da óbra votando vencido o Sr. Andrade e Camara.”

Esta reunião extraordinária da Câmara Municipal realizou-se a 12 de outubro de 1863 e em data de 17 de dezembro de 1864 enviava ao Presidente da Província o seguinte ofício, dizendo entre outras informações:

“Percorre êste município o Rio Parahyba, que é navegável desta cidade para baixo. nada pode dizer esta Camara sobre profundidade, correnteza, largura e mais circunstâncias que podem interessar a navegação, porque não ha trabalhos a respeito no archivo desta municipalidade.

O rio Parahyba em consequencia de um canal que foi aberto por ordem do Exmo. Snr. Presidente Vicente Pires da Motta, em 1851, tem levado a força de suas correntes para uma direção tal que vae fazendo visivelmente um novo leito, de modo que a magnifica ponte de pedra que está sobre elle, e ponte que custou à provincia mais de 70 contos, vae ficar em secco, lançando-se o rio para o lado da cidade, onde causará graves prejuisos. Em vista disto esta Camara já representou ao Exmo. Governo Provincial por duas vezes, pedindo providencias e a illustrada Assembléa Provincial votou na sessão do presente anno a quantia de 2:500$000 para dar nova direcção ao rio. Infelizmente, porem, esta medida de salvação não tem tido applicação, de modo que breve a provincia terá o prejuizo da perda infallivel da ponte de pedra, e ainda maiores prejuizos pela aproximação do caudaloso rio que com suas enchentes impetuosas inundará esta cidade. Esta Camara toma a liberdade de chamar a sabia attenção de V. Excia. para este grave assumpto.

Paço da Camara Municipal da cidade de Jacarehy, em sessão ordinaria de 17/12/1864.

a) João da Costa Gomes Leitão
Ignacio de Siqueira Cardozo
Salvador de Oliveira Preto
Candido de Siqueira Cardozo
Joaquim Antonio de Paula Machado
Felismino Delfim d’Andrade e Camara”

Como se observa pela redação deste ofício, ainda nessa data a ponte de pedra não estava inutilizada de todo, o que nos leva a concluir que havia o leito velho e o “furado”, portanto o Paraíba correndo em duas direções. Também se deduz pela leitura que o “furado” foi se alargando pela “força de suas correntes” até dar o leito atual, ficando seu antigo o “lamaçal do cassununga” e o então “esmaga sapo”, hoje, ambos aterrados.

A preocupação dos homens públicos da época é constante e novas solicitações são formuladas: 5/4/1867, 7/8/1869: “É esta a décima vez que fazemos êste pedido”. Devido a tantos reclamos insistentes da Câmara o Governo da Província determinou em 6 de novembro de 1869 a vinda do engenheiro para estudar o controvertido assunto.

Em 14 de novembro de 1877 a Câmara mais uma vez voltou à carga comunicando ao Presidente da Província: “O rio continua a produzir desmoronamentos na margem do lado desta cidade e ultimamente com tanta força que formou um reconcavo. Neste andar, pois, é lógico que dentro em pouco tempo este desmoronamento alcance o leito primitivo”.

Nada disto, porém, aconteceu. O rio permaneceu em seu novo leito. O “furado” levou o rio para mais distante da cidade e suas águas deixaram no Cassununga o vestígio periódico do antigo leito – uma região baixa, inúmeras vezes inundada nas cheias.

Em 17 de maio de 1903, o assunto fôra, certamente, pela derradeira vez abordado em reunião da Mesa Administrativa da Santa Casa, nesta feita já intimamente ligado aos interesses do hospital no aproveitamento do leito antigo e não mais de seu retorno.

Como fato consumado, o assunto não mais agitou os meios políticos conformados com a irreversibilidade. O assunto estava encerrado.

(1) Estando o documento datado de 10 de março de 1851 trata-se de equívoco a data 2 de março de 1881.

Bibliografia:

  • Atas da Câmara Municipal de Jacareí
  • Santa Casa de Misericórdia de Jacareí – Seu Primeiro Século de Existência – autor: Rogelio Rodrigues

 

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Imagem constante na pág. 21 do livro Pelas Ruas da Cidade,
de autoria de João Baptista Denis Netto – o Jobanito.

A morte da leitura?

Interessantes considerações – principalmente nesta era internetística em que vivemos e que acaba criando uma falsa sensação de que estaríamos lendo mais. Talvez estejamos, de fato, mais antenados… Mas será que realmente temos conseguido mais profundidade com esse tipo de leitura?

Enfim, dá no que pensar…

Vejam só:

“(…) No Brasil, cerca de 77 milhões de pessoas dizem não gostar de ler. Razões:

  • 17% dizem que lêem muito devagar,
  • 11% não têm paciência para ler,
  • 7% não compreendem o que lêem,
  • 7% não têm concentração para ler,
  • os demais têm explicações outras.”

 
Muito mais detalhes com o Jarbas, no Boteco Escola, bem neste link aqui.

Costumes de antigamente…

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Adauto de Andrade

Trecho extraído diretamente do livro Nossa Cidade de São José dos Campos, publicado em 1991 e que trata da visão pessoal do autor – Jairo César de Siqueira – sobre a metrópole entre os anos de 1917 e 1930.

Era costume antes das compras nos armazéns, executarem o ritual tradicional do “mata bicho”. O chefe da família pedia um martelo de pinga e era o primeiro a degustar o explosivo líquido. Passava o copo ao filho mais velho, que bebia um gole e dava o copo a outro irmão, e este a outro, até que o patriarca molhava o dedo indicador da mão direita na bebida e dava-o ao menino de colo para chupar – “é para não espantar as bichas” – dizia convicto. Só então pedia nova rodada e outro martelo de pinga com capilé ou groselha para atender a parte feminina da família e as crianças.

Na terça, uma foto

Estes dois da direita são meus tios de Jacareí: Ari e Caridade (das três irmãs: , Esperança e Caridade, lembram?). As crianças, provavelmente, devem ser as filhas mais velhas: Cacilda e Sueli.

Tia Caridade vai bem, inclusive, recentemente, nasceu mais uma bisneta – a Manuela!

Já meu tio – Ari Ramos Arantes, na realidade – faleceu há 26 anos. Especificamente no dia 1º de julho de 1983, com apenas 44 anos, vítima de um acidente ocorrido na Rodovia Dom Pedro, em Igaratá, SP…

Francisco Teodoro Teixeira

Não há verdadeiramente muitos dados a serem extraídos deste testamento. Basta dizer que Francisco Theodoro Teixeira foi meu tetravô (e pentavô ao mesmo tempo, mas outra hora conto isso), casado com Maria Emerenciana de Andrade.


 TESTAMENTO de FRANCISCO TEODORO TEIXEIRA

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 | Arquivado no Museu Regional de São João del Rei - Caixa 141        |
 | Transcrito por: Edriana Aparecida Nolasco                          |
 | Transcrito em : 2003                                               |
 | Solicitante   : Maria Nazaré de Carvalho                           |
 | Objetivo      : Dados Genealógicos                                 |
 | Testador      : FRANCISCO TEODORO TEIXEIRA                         |
 | Testamenteiro : MANOEL TEODORO DE ANDRADE                          |
 | Testamento redigido em São João del Rei em 1874                    |
 | Número de folhas originais: 82                                     |
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 - FL.004 -

 Diz Manoel Teodoro Teixeira Testamenteiro do finado seu pai o  Capitão
 Francisco Teodoro Teixeira,  que  ele  suplicante  foi  intimado  para
 prestar as respectivas contas, o que não  cumpriu  logo  em  razão  de
 grave incômodo em sua saúde, e ultimamente em pessoa de sua família; e
 portanto (...) 

 - FL.005 -

 Certifico e dou minha fé judicial, que em meu poder e cartório  existe
 arquivado o Testamento solene com que faleceu na Freguesia de Madre de
 Deus Francisco Teodoro Teixeira,  de  quem  é  primeiro  testamenteiro
 Manoel Teodoro de Andrade (...) 

 TESTAMENTO 

 Em nome do Padre, do Filho e do Espírito Santo. Amém. 

 Eu Francisco Teodoro Teixeira, estando adoentado, mas em meu  perfeito
 juízo, e conhecendo que sou mortal, e que de um momento a outro  posso
 dar minha alma a meu Criador, tenho resolvido fazer meu Testamento  de
 última vontade na forma e maneira seguinte. 

 Declaro que fui casado com Dona Maria Emerenciana de Andrade, de  cujo
 matrimônio tive filhos, os quais são meus legítimos herdeiros. 

 Nomeio para meus testamenteiros em primeiro lugar a meu  filho  Manoel
 Teodoro de Andrade, em segundo meu filho Venâncio Teodoro de  Andrade,
 em terceiro a meu filho Marciano Onostório Teixeira. (...)

 (...) meu corpo será sepultado na Matriz de minha Freguesia (...) 

 (...) deixo a meu neto José, filho de minha filha Maria, um crioulinho
 por nome André. Deixo a meu neto Francisco Teixeira de Andrade  o  meu
 escravo Venerando. A meu neto Emerenciano, deixo a quantia de duzentos
 mil réis, ou uma cria que está próxima a nascer de Maria Rita. 

 Deixo a cada uma de minhas netas filhas de minha filha  Maria  e  pras
 minhas netas filhas de meu filho Venâncio Teodoro de Andrade e  as  de
 Manoel Teodoro de Andrade a quantia de duzentos mil réis. 

 Deixo a meu filho Marciano Onostório Teixeira em remuneração  de  seus
 bons ofícios e companhia que  me  tem  feito  os  seguintes  escravos:
 Geralda, Peregrino, Carolina, Mariano,  Inês,  Gervásio  e  Eugênia  e
 Teolindo. 

 Nomeio meu  herdeiro  dos  remanescentes  de  minha  Terça  meu  filho
 Marciano Onostório Teixeira. 

 Declaro que nada devo a meu filho João  Gualberto,  e  ordeno  a  meus
 testamenteiros que não paguem qualquer quantia a  ele.  Pois  não  lhe
 devo (...) 

 (...) estou enfermo, não podendo escrever mandei escrever que assino.

 Retiro dos Dois Irmãos, 18 de Dezembro de 1870 

 - FL.008/VERSO -

 DATA DE ABERTURA 

 21 de Dezembro de 1870, nesta Freguesia de Madre de Deus. 

 - FL.012 -

 PROCURAÇÃO 

 DATA – 30 de Maio de 1871 

 LOCAL – São João Del Rei 

 QUE FAZ – Manoel Teodoro Teixeira, morador no  Distrito  de  Madre  de
 Deus, deste Termo. 

 PROCURADOR NOMEADO – Capitão José Antônio Rodrigues. 

 FINS – Tratar de todos os termos do Inventário e partilhas dos bens de
 seu finado pai Francisco Teodoro Teixeira (...)

Mulheres pré-delivery

Eis um texto bastante interessante.

Mas o trecho que mais me chamou a atenção foi esse aqui: “Anuncia-se nas revistas de decoração novos ‘modelos’ de cozinha, mais modernos e funcionais, porque ‘agora o homem está na cozinha’, como se os séculos que a mulher passou nesse ambiente não merecessem atenção”.

Enfim, vale realmente a pena dar uma lida na íntegra – para quem quiser, tá bem ali no Umas & Outras.

Grub… grub… grub…

E lá estou eu a fuçar na boa e velha máquina que já tem me servido há anos (estou falando do computador, gente!) mas que resolveu, por conta própria, ter “soluços” operacionais. Que vem a ser isso? Bem, a cada um desses malditos “soluços” o computador simplesmente reinicializava, independentemente do sistema que eu estivesse utilizando. Parece que consegui isolar o problema, limitando-o a uma antiga placa de som (não tenho certeza ainda) que entrava em conflito com os sistemas on-board da placa, uma placa de captura de sinal de tv (dessa eu tenho quase certeza), bem como a um dos três HDs utilizados (certeza absoluta). A possibilidade de algum perrengue com os módulos de memória não foi descartada ainda, mas o bichinho vem se comportando bem desde então.

Então temos a seguinte situação: esse computador tem que rodar com três sistemas operacionais. Primeiramentemente, o Windows 98 SE, pois tenho alguns hardwares que só funcionam com ele – em especial um scanner muito bom, que já me acompanha há mais de dez anos, mas para o qual não existe driver em nenhum outro sistema. Segundamentemente, o Ubuntu 9.04, que é o que venho utilizando no trabalho e em fase de padronização em todos os c0mputadores. E, terceiramentemente, o Windows XP, pois tenho alguns programas de captura (da filmadora para o computador) que só funcionam a contento nesse sistema operacional.

Só pra registrar e deixar bem claro: não trabalhamos com Windows Vista em hipótese nenhuma!!!

Então. O perrengue é que instalei o Windows 98. Tudo bem. Instalei o Ubuntu. Tudo bem. Ainda não instalei o XP, mas aí tem o “pulo do gato” para que funcione esse terceiro sistema – e outra hora eu conto sobre isso. Porém, ao contrário de antigamente, quando tínhamos no Linux o gerenciador de boot chamado LILO (Linux Loader), hoje temos o GRUB. Trata-se de uma espécie de “programa” que é carregado na inicialização da máquina e te dá múltiplas opções de inicialização.

Só que o mardito não reconheceu o Windows 98 (guinorânti…).

Bem, se existe um menu de opções, em algum lugar deveria existir também a possibilidade de editar esse menu.

Nesse sentido é indispensável registrar a aula que tive sobre o tema, num artigo de janeiro deste ano, do Carlos Morimoto, que é possível encontrar bem aqui.

Localizado o menu (não sabe como? leia o artigo, pô!) só tive um probleminha de cara. Em função do sistema de permissões do Ubuntu eu não consegui alterá-lo. Tenho certeza absoluta que pelo menos meia dúzia de pessoas ainda vai me dizer algo do tipo “mas é fácil, bastava fazer o seguinte…” – só que meu tempo é escasso e eu precisava resolver logo o problema. Daí a dica para resolver logo uma situação dessas: abra o arquivo, faça as alterações que tiver que fazer, salve-o em um diretório para o qual você tenha permissão de acesso. Depois, logado como root, basta copiar esse arquivo para o lugar do original, sobrescrevendo-o.

Simples assim.