Esta estória foi contada pelo Chico Anysio no Programa do Jô (duas figuraças já extintas da boa época da televisão brasileira). A piada já começa na própria chamada, pois sob qualquer ângulo que se busque, JAMAIS houve um Opala fabricado no ano de 1967. Em minha nada humilde opinião, pelo teor do causo, acredito que a referência ao ano “67” deva ter sido mesmo para fugir de eventual encrenca com a GM/Chevrolet, depois de descrever tantas “particularidades” do veículo…
Autor: Adauto
Minhas motos
Como muito bem lembrado pelo @michelpachecoramos, lá do @casal_demoto, hoje, 27 de julho, é comemorado o Dia do Motociclista. Então eis uma palhinha com todas as motos que já tive em minha vida, a partir dos 14 anos de idade – só bicheira! 😃
– Garelli 1976;
– Mobylete 1978;
– RDZ 125 1983;
– CB 400 1982;
– RX 125 1980;
– DT 180 1983;
– CB 400 1984;
– DT 180 1988;
– NX 150 1989;
– CB 400 1985;
– CBX 200 Strada 2001;
– YBR 125K 2004;
– Harley Davidson 883 2010; e
– CB 400 II 1981 – a quarta CB, minha atual moto e que é a última que pretendo ter…
Sexta-fotos
E já tem alguns anos que rolou nas redes um conceito moderno do Chevrolet Opala 1978, com motor de 851 cavalos e 106,4 mkgf do Dodge Challenger. Vou ser muito sincero: particularmente não me agradou. Sei lá se porque sou um saudosista e gosto dos clássicos ou porque nesse conceito do “Opala Extinction” praticamente as únicas linhas que seguiram as do original foram as da ponta do capô. Enfim, vejam por si mesmos e tirem suas próprias conclusões…
Descomutando a seta
Estou muito – MAS MUITO MESMO – longe da verve de alguém como Guimarães Rosa, mas é certo que volta e meia me meto a inventar e desinventar palavras e palavrórios para ilustrar os “causos” que destilo neste cantinho virtual para meus quase quatro e meio leitores que – sei lá, anualmente? – resolvem passar por aqui para saber se ainda existe alguma novidade sobre o Titanic.
Bom, pra começo de conversa, vamos deixar uma coisa bem clara: apesar da pandemia, não morri, nem mesmo – o que seria ainda pior – interrompi o Projeto 676. É certo que o Titanic ainda não está pronto, pois somente agora estou emergindo de um longo período que mesclava muito trabalho, um tanto de vagabundagem e outro tanto de cachaçada.
Mas (mais uma vez) estou de volta.
Tentando me programar para ao menos uma vez por dia ir atualizando o blog, principalmente com a parte “retroativa”, pois a última postagem digna de nota acerca da reforma foi ainda quando eu ainda havia acabado de montar o capô, em 2018, e sequer os vidros laterais estavam no lugar. Só que atualmente o veículo está montado, regulado, documentado e rodando. Ainda que não esteja terminado.
Mas vamos ao que interessa pra hoje.
Como vocês devem saber (ou, ao menos, deveriam) a seta – ou “pisca-pisca” – do Opala nada mais é que um conjunto de lâmpadas simples, acionadas por uma alavanca na direção, porém no meio do caminho há um relê, há um relê no meio do caminho. E é graças a esse relê (um dispositivo elétrico que tem como função produzir modificações súbitas, porém predeterminadas, em um ou mais circuitos elétricos de saída) que essas lâmpadas da seta não ficam simplesmente acesas ao se acionar a alavanca, e sim ficam piscando, com aquele característico “tec-tec, tec-tec, tec-tec”.
(O que me fez lembrar de uma das célebres frases de Mário Quintana: “Mera ilusão auditiva graças à qual a gente ouve sempre “tic-tac” e nunca “tac-tic”… Depois disso, como acreditar nos relógios? Ou na gente?”)
Mas tergiverso.
Enfim, o problema é que, muito de vez em quando, em vez de seu barulho e reação característicos, a seta em vez de piscar simplesmente travava num longo “pééééééééééé”. E não setava. De quando em quando voltava ao normal no meio do defeito, ou então não voltava. Às vezes, ainda, sequer dava defeito. E o defeito intermitente é péssimo, pois não tem como o especialista avaliar qual seria se ele não surge.
E o especialista, nesse caso, era o nosso já conhecido Japonês da Autoelétrica.
Num primeiro momento desconfiou do relê e trocou-o. Na sequência deu uma checada nos fusíveis (que ainda são daqueles de vidro) e numa outra desconfiança também trocou um deles. Voltou a funcionar perfeitamente.
Até hoje.
E o problema é aquilo que eu acabei de comentar: como avaliar o defeito se estiver funcionando normalmente? A coincidência das coincidências é que eu estava por ali e fui com ele para fazer um socorro (entenda-se: atender um cliente cujo carro não está funcionando e você tem que ir até o local onde o veículo desmilinguiu) e na volta surgiu o malfadado defeito! Parei em frente da oficina e nem desliguei o Titanic.
E eis que ele me entra, e volta com sua chave de testes caseira (feito com um raio de bicicleta e mais certeira que muitas das digitais que se pode encontrar no mercado), fuça daqui, fuça dali, acelera, desconecta isso, reconecta aquilo e então dá o veredicto: “É algum mau contato no comutador, cilindro de ignição ou nos dois.” Dito isso ligou a seta e aproveitou aquela ligeira folga que existe em todo cilindro de ignição para mostrar que quando o defeito aparecia bastava dar uma mexidinha na borboleta e já voltava a piscar normalmente.
E qual a solução para hoje? Pegou um desengripante (tipo um WD-40, só que outro), deu uma limpada em todos os contatos e montou tudo de volta com firmeza. Aparentemente deu certo.
Agora só mesmo rodando e setando pra tudo quanto é lado pra ver se acabou o defeito mesmo…
Motorizando – parte XIV
Em que pese os mais de dois anos de excelentes serviços prestados, tudo que começa, um dia acaba. E para o Agile (que durante todo esse tempo acabou não sendo “batizado”) esse tempo também havia de chegar.
Tudo começou com um maldito “segundo sensor” do escapamento que estava fazendo com que aquela desacorçoada luzinha amarela do painel ficasse acesa direto. Particularmente costumo chamar essa luz de alerta de xabu geral, pois não tem como você saber a que ela se refere a não ser que se passe o tal de “aparelho”, um equipamento informatizado que se conecta ao módulo e consegue identificar especificamente o que estaria dando problema. E, no caso, era o tal do segundo sensor.
Mas era um defeito intermitente, que ora vinha, ora sumia. Fui verificar com o mecânico de plantão quanto seria para trocar de vez essa bagaça e ele me disse que seria de uns trezentos a quinhentos dinheiros! Larguei mão. Até porque os pneus já estavam começando a chegar no fim da vida, assim como os amortecedores. Talvez o melhor fosse passar o carro pra frente…
E também porque lá no início de 2020, antes que a pandemia assolasse nosso planeta, já tínhamos nos desfeito do próprio Bilbo, nosso pequeno notável Ford Ka 2010, justamente porque já estava começando a querer dar sinais de que teríamos que ter gastos com sua manutenção.
Mas não deu nem tempo de sugerir a venda do Agile pra Dona Patroa, pois ela mesma já me adiantou essa ideia. Mesmo que ainda faltasse um ano de carnê pela frente, como essa parcela já estava entubada mesmo, então que se pegasse um carnê maior. Sugeri que ela procurasse algum carrinho 2015, algo mais ou menos por aí. Ela, que de boba não tem nada, fuçou, fuçou, fuçou, fomos até algumas lojas ver alguns veículos, mas ela se encantou mesmo foi com um Toyota Etios HB X-Plus 1.5 AT 2019.
Olha, vou te contar, um carrinho hatch realmente bonito. O painel todo digital, com diferentes opções de mostradores – coisa de louco! Completo, com ar condicionado que realmente gela, muitos nichos espalhados pelo painel e pelas portas (o que a Dona Patroa ama de paixão), um câmbio de seis marchas que permite alongar e economizar principalmente nas viagens, direção elétrica (que, eu não sabia, consegue ser ainda MUITO mais confortável e maleável que a hidráulica) e outros tantos quetais. Fora o fato de ser um Toyota, que tem a prodigiosa fama de nunca dar defeito.
E o motor, então? Quando você para o carro no sinal ele é tão silencioso e estável que dá a impressão que morreu! Agora, o mais interessante mesmo é que esse motor é de 1.5 para um veículo que pesa menos que 1.000kg. Ou seja, o bichinho tem uma puxada violenta. Pisou, correu. O que já lhe valeu, desde o início, o respeitável apelido de Ligeirinho…
Dando a luz (de ré)
ÔPA, ÔPA, ÔPA!!!
Não é nada disso não, ô cambada de hereges!
Só pensam em bobagens, né? Que feiura…
Estamos falando da LUZ DE RÉ do nosso querido, amado, idolatrado – salve, salve! – Titanic.
Desde que eu levei a viatura para a revisão dos 1.000 km (sim, eu sei, vocês não sabem nada sobre isso porque este vagabundo que vos tecla deixou acumular poeira, ferrugem e até mesmo zinabre aqui nos cantos do blog e agora precisa criar coragem e subir com DOIS ANOS de atualizações do nosso Projeto 676) – e sem que eu percebesse – a luz de ré parou de funcionar. A bem da verdade foi meu amigo (amigo?) Osvaldo, o Japonês da Autoelétrica, que me avisou que não estava acendendo: “Você sabia que a luz de ré tá apagada?”.
Um pequenino detalhe: já faz mais de um ano que eu estou rodando com o Opala desse jeito!!!
E desde o início ele já sabia!
Fiadaputa…
Enfim, testa daqui, testa dali, a constatação foi que o interruptor da luz de ré pifou. E ainda era original! UM ABSURDO! As peças hoje em dia realmente não duram nada: pouco mais de quarenta anos e já deixou de funcionar! Desse jeito onde é que esse mundo vai parar?
No final da contas, estamos falando deste camaradinha aqui:
A dureza é que essa peça simplesmente não existe mais no mercado. Ao menos não no “mercado normal” de autopeças… Por isso, caríssimos, vamos atacar de Mercado Livre!
Fucei um tanto e acabei encontrando a bendita peça. E me custou somente trezentos e sessenta e um dinheiros! Não, não achei barato; sim, estou sendo sarcástico. Mas, como dizem por aí, já que está no inferno, abraça o capeta… E dá-lhe seis vezes no cartão!
Não levou nem uma semana e chegou a danada. Confesso que quando abri o pacote fiquei com imenso sifonáptero na parte posterior do pavilhão auricular (ou seja, uma enorme pulga atrás da orelha) dado o estado de (des)conservação da caixa em que a peça veio. Confiram:
Bão, se considerarmos que levou quarenta anos pra peça estragar, nada mais lógico que essa peça também esteja lá na prateleira também há uns quarenta anos (isso se chama autoengano ou a arte de torcer para não ter me ferrado nessa).
De volta ao Japonês, ele instalou a peça no devido lugar (não sem antes reclamar bagarái) e fomos conferir: beleza! Voltou a funcionar!
Caso estejam se perguntando o porquê de a alavanca de câmbio estar sem a coifa, já lhes respondo: é que dia desses o câmbio abriu no meio. Oi? Ainda não contei essa desventura? Tá bom, em breve (mesmo) lhes atualizarei sobre mais essa.
No final das contas devo desculpa aos meus quase quatro e meio leitores por ter deixado o blog largado e sem dar notícias do que estava acontecendo. O Titanic já está rodando há um bom tempo, até mesmo a documentação já está em dia e muita coisa foi feita desde a última postagem sobre a montagem (Carái, véi! Isso foi de outubro de 2018!)– de modo que vou tentar trabalhar “no retroativo”, ou seja, preenchendo as lacunas que deixei pra trás. Mas sem deixar de lado o que anda rolando hoje em dia, ok?
E meu agradecimento especial vai para o nosso amigo opaleiro Anderson de Souza e Silva, pois foi somente por conta de seu comentário no post da CB 400 que me caiu a ficha do quanto tempo eu estava sem escrever por aqui.
Valeu, cara!
Motorizando – parte XIII (de volta às origens)
Não tãããão às origens assim, pois tenho certeza que meu nobre porte não seria mais suportado lá por aquele velocípede que deu início a esta saga…
Estou falando da primeira moto grande que eu tive: uma CB 400. Pois bem, o que vou lhes apresentar é a última moto grande que terei: uma CB 400.
Tudo começou em fevereiro de 2020 (pouco antes do início da pandemia) num proseio descompromissado lá na autoelétrica do meu amigo japonês – que, para quem não se lembra, é o sujeito que simplesmente reconstruiu todo o chicote e fez a parte elétrica completa do Titanic. Como volta e meia estou sempre cafungando por lá, acabei encontrando um caboclo que estava consertando um jipe. Judiado, o coitado. O jipe, não o caboclo. Papo vem, papo vai, começamos a falar de veículos antigos, de Opalas, de jipes, de Opalas, de fuscas, de Opalas, de motos, e por aí afora. Foi quando ele me veio com essa:
“Pois vou te contar uma coisa: você acredita que eu tenho uma CB 400 parada lá em casa?”
“Cumassim???”
“Pois é. Comprei essa moto, reformei e fiz o motor. Logo em seguida fiz uma viagem de uns 300 quilômetros, ida e volta, encostei a moto e está lá até hoje.”
“Uai, mas nem pra funcionar de vez em quando?”
“Nada. Tá lá, debaixo de uma coberturinha…”
“Poxa, cara. Tem um cascalho que pode ser que entre pra mim aí por esses dias… Põe preço nessa criança!”
“Ah, cara. Não sei não. Sei lá. Uns quatro contos tá bom?”
“É minha!”
Para que vocês percebam como sempre fui um cara comedido, nunca dado a arroubos de momento ou coisas do gênero… #SQN Eu não vi a moto, sabia que não estava funcionando, não sabia como estava a documentação, sabia que ia dar trabalho, não sabia que ia ficar caro, e mesmo assim fechei o negócio ali, na hora. Acho que deve ter sido um record, até mesmo pra mim.
Enfim, antes de pegar a moto o rapaz ainda me mandou uma foto (antiga) para eu ver como ela estava antes de encostá-la. Bonita, até. E foi assim, em 29 de fevereiro de 2020 (tinha que ser num ano bissexto!), que efetivamente concluímos o negócio. Fui até a casa dele e levei a moto – empurrando – até a oficina do japonês. As laterais estavam desencaixadas, os espelhos desmilinguidos, a pintura opaca, os pneus rachados, o cavalete quebrado, a bateria um lixo, o tanque enferrujado e eu FELIZ.
A moto ficou de molho por quase duas semanas lá na autoelétrica, pois eu precisava levantar a grana para trazê-la de volta à vida e, pior, ainda precisava descobrir um jeito de como contar para a Dona Patroa…
Nesse meio tempo fui conversar lá com o Buldogue, da Metal Motos, que é o mecânico especializado que cuidava da manutenção da Harley que eu tive – meio que já sabendo que ele não faria esse tipo de serviço, pois o negócio dele, além da manutenção, era customização, e não reforma de moto véia.
“Ih, cara, eu não mexo com isso aí não. Quem gosta e sabe cuidar de moto assim é o Russo.”
Ele me explicou onde ficava a oficina desse tal de Russo e assim que pude fui lá prosear. Um senhorzinho das antigas, com uma oficininha simpática (cabe, no máximo, umas três ou quatro motos desmontadas) e cujo negócio é reformar e restaurar motos antigas. Perfeito!
Enfim, contratei um reboque (de motos) e em meados de março levei a moto para ele. No mesmo esquema que sempre fiz com o Seo Waltair: “enquanto um não tem pressa, o outro não tem dinheiro”. Mas zuzo bem. Levou dois meses para concluir os serviços e, dentre outras coisas, trocar todos os cabos, as pastilhas, as lonas, o óleo, verificar o motor, revisar a parte elétrica, e mais, muito mais. Ficou pronta em meados de maio.
Ao retirar a moto foi como se tivesse voltado à década de noventa, quando tive minha primeira CB! Que delícia, que maciez, que desempenho! Mas depois de quatro anos parada e após dois meses na mecânica, obviamente a moto precisava de uma bela de uma limpeza. Resolvi tirar os escorpiões do bolso e levei a moto numa oficina especializada em “higienizar” veículos. A moto foi lavada, bem tratada, os cromados polidos e minuciosamente limpada, inclusive com um polimento que lhe deu vida nova. Vejam como ficou:
Então é isso, meus quase 3 ou 4 amigos que ainda teimam em passar por aqui neste decadente blog (é, isso ainda existe). Agora em nossa casa a Família Chevrolata passou a ser constituída de um Agile 2010, um Opala 79 e uma CB 400 1981 (não se deixem enganar pelo adesivo que o Zé Ruela do dono anterior colocou nela – quando for pintar eu resolvo isso).