O nome do mal

Há algum tempo (re)li numa revista de informática de uns dois anos atrás uma pequena matéria que comparava os usuários de Linux a ateus. Achei tão curiosa a abordagem que resolvi trazer o texto na íntegra. Desde já ressalto que a “parte curiosa” diz respeito ao enfoque dos linuxers, pois no que diz respeito à religiosidade tenho minha fé bem definida: eu aqui embaixo e o Senhor lá em cima – proseamos sempre que podemos, em qualquer ambiente, em qualquer situação (nunca gostei de intermediários).

O curioso é que nestes últimos dias ando num colóquio amistoso com o amigo Bicarato acerca de um livro que ele ganhou em seu recente aniversário (quatro-ponto-zero, hein?), do qual já conseguimos estabelecer comparações e analogias tanto com o caótico mundo informático da Metareciclagem quanto com o ordeiro mundo jurídico do Direito. O nome do livro? A alma imoral (escrito pelo rabino Nilton Bonder, diga-se de passagem).

Bão, apesar de muita coisa já ter mudado e melhorado nos últimos anos no ambiente do Linux, sem mais delongas, segue o texto.

“Olhos fechados

O maior perigo à evolução do sistema Linux é a arrogância de seus próprios evangelistas

Leandro Calçada

Tenho uma confissão a fazer: sou ateu. Deus, para mim, é criação humana e experiências religiosas e sobrenaturais não passam de alucinações individuais ou coletivas, a serem estudadas por psicólogos. Apesar de ter algum conhecimento religioso e, como todo brasileiro, ter sido educado num sistema de forte influência católica, nunca consegui frequentar grupos religiosos por muito tempo. Minha fé, ainda que fé não seja o termo correto, se deposita no método científico.

Mas não é exatamente da ciência que quero falar, nem de deuses ou religiões. Como ateu, em um mundo de cristãos, muçulmanos, budistas e praticantes de candomblé, sou minoria. E é na qualidade de minoria que posso dizer que os ateus têm muito em comum com um outro grupo, este, claro do mundo da tecnologia. Os entusiastas do Linux.

Esqueça as analogias óbvias. Não vou partir para aquela comparação estúpida e dizer que o entusiasta do Linux é um fanático religioso. Sim, entusiastas querem “evangelizar” os usuários. Sim, entusiastas vivem em uma “cruzada” pelo software livre. Mas, cá entre nós, se os entusiastas do Linux tivessem a mesma fé cega dos religiosos, o Slackware 3 já teria dominado o mundo há quase 10 anos. O que torna a minoria de entusiastas de Linux tão parecida com a minoria ateísta é algo bem mais básico: o sentimento de que se é especial.

Sentir-se especial é uma necessidade social humana. É isso que leva tantos adolescentes à rebeldia, ao mesmo tempo em que buscam popularidade e aceitação. Revoltar-se contra o mundo, por mais improdutivo que seja, dá uma sensação de poder, de controle. Estar certo, quando todos estão errados. Não se pode ser mais especial que isso. Quando se acha um grupo com a mesma mentalidade, então tem-se a mistura perfeita.

O problema com misturas perfeitas é que elas nunca estão erradas. Grupos de ateus, dos quais já participei, são uma mostra disso. Não basta ter espaço e respeito para sua opção de (des)crença, ateus costumam ter prazer em se lembrar, e lembrar aos outros, o quanto eles são superiores aos crentes, por não precisarem de divindades. Não é possível, afinal, respeitar as experiências religiosas dos outros, mesmo que não se acredite nelas.

Entusiastas do Linux sofrem do mesmo problema. Não importa quanto conteúdo bom alguém possa criar com o Windows, se o usuário não se dispuser a usar o Linux será mais um leigo para esta minoria, não importa o conhecimento que ele tenha. Não importa o quanto uma faca seja mais eficaz para cortar pão do que uma tesoura, a questão aqui não é usar a ferramenta adequada ao trabalho, e sim mostrar para o mundinho o quanto se é bom.

Arrogância. É este o nome do mal. Ateus, digo por experiência própria, são boas pessoas, assim como entusiastas do Linux também o são e o Linux, não me entendam mal, é um sistema operacional de peso, e o único que pode sobreviver a qualquer palhaçada marketeira da Microsoft. Para que o sistema ganhe o destaque que merece, porém, é preciso que seus entusiastas desçam de seus pedestais e parem de se considerar superiores. Só assim o mundinho fechado vai se abrir e as pessoas normais, que, no fim das contas, são quem determinam quais padrões são aceitos na informática, poderão dar sua contribuição à necessária evolução do Linux. Não ter provas de quem um Deus existe, afinal, não impede a sua existência, por mais desfavorável que seja a estatística.

Sonho de uma noite de verão

– Uaahhh… Bom dia amor!

– …

– Amor? Lindinha? Você tá legal?

– Humpf!

– Que é que há? Você não está passando bem?

– Ainda estou com raiva.

– Raiva? Por que messs?

– PORQUE TIVE O MAIOR QUEBRA PAU COM VOCÊ!

(PERIGO! PERIGO! Ativando modo defensivo. Analisando ambiente em busca de pistas. Processamento paralelo. Rastrear memória. Recapitular últimas doze horas. Fato: ingestão de bebida alcoólica na noite anterior. Questão: suficiente para ocasionar perda de memória? Fato: resposta negativa. Questão: discussão durante algum ataque de sonambulismo? Referência cruzada: sonambulismo = sonho. Conclusão lógica: sonho. Cancelar rastreamento. Suspender análise de ambiente. Processamento final: ela sonhou que teve uma briga. Desativando modo defensivo. Reassumindo funções. Tempo decorrido: 1,4 seg.)

– Ahhh… Você sonhou com isso né?

– É!

– E por que mesmo você brigou com este pobre coitado que vos fala?

– Porque o SENHOR estava numa BOATE dançando com um monte de VAGABUNDAS e com uma CALCINHA PRETA NA CABEÇA!!!

– Huá! Huá! Huá! Huá!

– E para de rir! Ainda tô brava com você!

– Amor… Justo eu, que jamais pus os pés numa boate? Pelo menos você pegou o endereço para futura referência?…

– Seu…

– AI! Isso doeu!

– É pra você aprender!

– Mas eu não fiz nada!

– Eu deveria me divorciar de você por uma dessas…

– Dá pra pelo menos esperar eu TRAIR de verdade antes de uma atitude assim drástica?

– Seu…

– AI! Isso também doeu!

– Xarope!

– …

– …

– Môr?

– O quê?

– Tá mais calma?

– Ah… tô. Desculpa. É que foi um sonho tão real que não tinha como não acordar com raiva.

– Tudo bem, eu entendo.

– Mesmo?

– Mesmo.

– Que bom…

– Só mais uma última perguntinha. Pode?

– Claro.

– A calcinha. Você disse que era preta. Mas você lembra dos detalhes?

– Era de rendinhas…

– VIXE! Então a coisa deve ter sido boa MESMO!

– ORA, SEU…

– AAAAAIIIIÊÊÊÊÊ!!!!!

Computador possuído?

Se eu tivesse apenas recebido estas fotos por e-mail, vá lá. Seria mais uma das inúmeras his/estórias que contam por esse mundão virtual afora.

Mas nesse caso não foi bem assim.

Esse computador é de uma amiga nossa, aqui do trabalho, recém-comprado e que vinha funcionando perfeitamente. Mas eis que, numa bela manhã de sol, ela resolveu abrir alguns arquivos de um pendrive. Conectou, acessou, começou a trabalhar. E aquele cheiro de queimado começando a se fazer presente. De repente – DO NADA – uma labareda se levanta da máquina. Foi só o tempo de puxar o pendrive e, numa presença de espírito fora do normal, sacar do celular com câmera e tirar algumas fotos.

E aí?

Alguém arrisca alguma explicação?

Apenas algum mau contato interno, sobrecarga de energia, problemas da aura eletromagnética da máquina, possessão digital, ou o quê?

Mistéééééério…

Correndo, correndo, correndo

Quem disse que final de ano é época de descanso?

O fluxo de trabalho anda batendo recordes, o ponteirinho da pressão passou da margem vermelha de segurança, o vapor já começou a apitar e sair em disparada pelos ouvidos e a coisa não para.

Apesar da pertinaz ajuda das minhas meninas (as advogadas e a estagiária que trabalham comigo), já estou antevendo o momento em que elas vão acabar me tocando da sala, tal é o mau humor que venho demonstrando por estes dias…

A elas só posso pedir paciência. Tudo passa. Tudo tem limite.

Para deixá-las um pouco em paz (e livres de minha presença) hoje vou pra Capital (do Estado, não do País) para uma daquelas reuniõezinhas básicas. Além de lhes dar sossego, também vai servir para dar uma espairecida na cabeça…

Isso porque a parte divertida da coisa é que vou acompanhar o amigo Bellini para resolver um perrengue de um convênio. Ele é tenente-coronel da polícia militar, atualmente na reserva (uma espécie de aposentadoria), e figurinha ímpar no pedaço. Sempre vestido de preto da cabeça aos pés, com um longo rabo-de-cavalo que se contrapõe à calvície do topo, amante de um bom e velho rock pesado, de temperamento forte mas com um coração de ouro, possui assunto e disposição pra qualquer proseio que se possa imaginar. Em suma, é daquelas figuras antigas de cujo estofo se forjam lendas.

É. Apesar da correria, parece-me que talvez o dia de hoje possa vir a ser um pouco mais calmo…

Boas Notícias – Más notícias

Atendendo uma ideia muito LEGAL dada pela Michelle em seu comentário em um post de 30/11, depois de dar uma boa fuçada por aqui e por ali, e graças ao plugin para WordPress (WP-EMail) criado por Lester ‘GaMerZ’ Chan, consegui inserir aqui no site um “serviço do tipo: envie esta notícia para um amigo”. É esse envelopinho aí embaixo com o texto “Envie este Post por e-mail”. Uma nova janela será aberta solicitando os dados de quem manda, de quem recebe e eventual comentário. Já testei e o bichinho funciona…

Essa foi a boa notícia.

má notícia é que ainda tenho que dar uma mexida no código desse plugin para deixá-lo totalmente em português, pois atualmente está bem híbrido (uns 80% em inglês e os 20% restantes em português). Essa é a parte fácil. O difícil – e continuando a “má notícia” – é que ao enviar o e-mail ocorre uma “tecnicidade”: ele desconfigura o padrão de texto UTF-8 para o qual o WordPress está originalmente configurado, transformando-o em ISO-8859-1. E ao fazer isso avacalha totalmente com a acentuação do texto…

Mas para tudo tem jeito. Mais um tempinho e eu vou acabar descobrindo o nó górdio desse trem doido e conserto…