Sacolinhas de supermercado

“Uma no cravo, outra na ferradura”…

Essa foi certa.

Foi no cravo.

Considerando que 99,9% das pessoas acabam por utilizar aquelas “sacolinhas de supermercado” como sacos de lixo (o que deve ter implicado numa queda absurda no comércio desse setor), é muito bem-vinda a Lei Municipal nº 5.072/07 promulgada nesta última semana em Jacareí, SP, de autoria da vereadora Rose Gaspar. Segue o artigo 1º dessa Lei:

“Art. 1º. Ficam os estabelecimentos comerciais localizados no Município de Jacareí obrigados a utilizar, para o acondicionamento de produtos e mercadorias, embalagens plásticas oxibiodegradáveis – OBP’s.

Parágrafo único. Entende-se por embalagem oxi-biodegradável aquela que apresente degradação inicial por oxidação acelerada por luz e calor e posterior capacidade de biodegradação por microorganismos, e cujo resíduo final não seja eco-tóxico.

Quem quiser conferir o texto da Lei na íntegra, pode consultar o Boletim Oficial do Município nº 525.

Bitola padrão

As “explicações” a seguir recebi já há um bom tempo por e-mail. Não tenho certeza absoluta se é verdadeira ou não. Mas que faz sentido, ah faz!

Quando você vê o Ônibus Espacial em sua base de lançamento, sempre há dois foguetes propulsores auxiliares presos a ele perto dos tanques de combustível, chamados de SRB (Solid Rocket Booster).

Os SRBs são feitos pela Thiokol numa fábrica em Utah. Os engenheiros que os projetaram queriam fazê-los um pouco mais “gordos”, mas eles deviam ser enviados de trem até o Cabo Canaveral, sua base de lançamento.

Como existem túneis no caminho, e estes túneis foram construídos para comportarem um trem, os tais engenheiros tiveram que se contentar em respeitar os limites da bitola padrão (distância entre os trilhos) das estradas de ferro.

E a bitola padrão das estradas de ferro americanas é de 4 pés e 8 1/2 polegadas. É um número bem esquisito. E por que esta bitola é usada?

Porque é essa a bitola usada na Inglaterra e as ferrovias americanas foram construídas por ingleses. Mas por que os ingleses usam esta bitola?

Porque as primeiras linhas foram construídas pelos engenheiros que construíram os primeiros bondes e foi essa a bitola usada. Mas então por que era essa a bitola?

Porque o pessoal que construiu os bondes usavam os gabaritos e ferramentas para fazer as diligências, que usavam essa bitola.

Tá! Mas por que as diligências usavam esta bitola?

Porque se usassem qualquer outra bitola as rodas quebrariam nos sulcos das estradas inglesas, que têm seus sulcos muito uniformemente cavados. Mas por que as estradas inglesas têm sulcos tão uniformes?

Porque as estradas inglesas, como a maioria das velhas estradas europeias, foram construídas pelos romanos para a movimentação de suas tropas. E as carroças e as bigas usavam a mesma bitola para não quebrarem nos sulcos das estradas.

Então chegamos à resposta da pergunta original. A bitola padrão das ferrovias americanas é de 4 pés e 8 1/2 polegadas porque deriva das especificações originais das carroças militares do exército romano, que foram determinadas para que pudessem permitir a passagem de duas bundas de cavalo lado a lado.

Portanto, o desenvolvimento de um dos maiores projetos de transporte da humanidade foi originalmente limitado pela largura de duas bundas de cavalos romanos…

Premonição? Ou pré-munição…

Sonhos são coisas pra lá de esquisitas…

E, lógico, em sua maioria, inexplicáveis!

Mas acordei ainda há pouco, logo depois de uma sequência cinematográfica de situações tanto estapafúrdias quanto absurdas, em sua grande parte nonsense, apenas com um quê de coerência entre todas elas. Envolviam desde uma esdrúxula discussão com um garçom porque a conta do bar veio muito alta – exatamente R$165, 72 – pois haviam incluído uma taxa de dérreal por cada mergulho na piscina (???), passando pela fuga de um amante do apartamento de uma moça, indo se esconder na recém inaugurada loja de discos de vinil, logo na entrada do prédio (lojinha bem bacana, toda em piso de caquinhos de cerâmica branca, e com uns bons discos antigos de heavy-metal), chegando até a uma perigosa carona bem no meio de uma perseguição digna de Hollywood, a coisa de uns 160 por hora pelas antigas e estreitas ruas lá do bairro em que nasci, num velho Opalão turbinado preto e vermelho…

Mas uma das últimas “cenas” desse sonho dizia respeito a uma amiga (não lembro mais quem era, apagou-se da memória, sumiu…) que trazia consigo insistentemente uma página de jornal (acho que era a Folha de São Paulo) somente para tirar um sarrinho da cara do Bica, pois sua foto estava estampada ali.

Qual era a notícia?

Ele havia sido entrevistado no Programa Jô

Apesar de estar com o perfil meio virado na foto, era ele mesmo. Pra que não houvesse dúvida a garrafa da bebida que ele estava tomando permanecia bem ali em cima da mesa do Jô. Era uma boa e velha cachaça!

Será?…

Ubuntu 7.10

Então, na quinta-feira passada, a distribuição Linux Ubuntu foi lançada em sua versão 7.10 (oo-boon-too sev-uhn dot ten).

Ainda estou fazendo o download da imagem ISO lá do site do Ubuntu e devo fazer a instalação somente no final de semana. Afinal, o computador de casa já está “no ponto” para a instalação…

Particularmente já havia gostado bastante da versão anterior, mas algumas perfumarias desta me chamaram a atenção, como, por exemplo, os novos recursos em 3D. Imaginem a alteração em áreas de trabalho com a imagem atual girando, como um cubo, para dar lugar a outra. Bem simpático, não?

Mas nem só de visual veio recheada essa nova versão. Agora tornou-se possível a leitura plena de partições NTFS gravadas no HD, de modo que eventuais programas, digamos, “proprietários” poderão ser executados tranquilamente com recursos como o Wine.

Veremos como vai ficar…

República de Sete Lagoas

Pensei em classificar esse texto na categoria “Juridiquês“, mas, dado o absurdo da coisa, percebi que de tão bizarro ele se enquadraria melhor em “FEBEAPÁ“…

Somente para situá-los, caros leitores, a Lei nº 11.340/2006, conhecida como “Lei Maria da Penha”, foi um marco na defesa à mulher, eis que não só criou instrumentos para ajudar a coibir a violência contra a mulher no lar como também aumentou o rigor nas penas para esses tipos de agressões.

Creio que seja desnecessário ressaltar que, ainda que apregoem o contrário aos quatro ventos, na realidade vivemos, sim, numa sociedade machista, preconceituosa e dada a descalabros inomináveis.

Pois bem.

O juiz E.R.P., da Primeira Vara Criminal e de Menores de Sete Lagoas, simplesmente negou a vigência da Lei em sua comarca.

Considerou a Lei absurda e inconstitucional, afirmando que “o mundo é masculino”. Segundo ele, que vê na Lei “um conjunto de regras diabólicas”, ressaltou o seguinte: “Ora, a desgraça humana começou no Éden: por causa da mulher, todos nós sabemos, mas também em virtude da ingenuidade, da tolice e da fragilidade emocional do homem (…) O mundo é masculino! A ideia que temos de Deus é masculina! Jesus foi homem!”.

Enfim, dentro de sua convicção, parece que sua comarca não faz parte do ordenamento jurídico vigente no resto do país, pois tem sistematicamente rejeitado pedidos de medidas contra homens que agrediram e ameaçaram suas companheiras.

As notícias que li falam muito mais, porém não tive estômago para reproduzir a quantidade de disparates desse dito “juiz”.

E pensar que um sujeito como esse está por aí, solto, decidindo sobre as vidas das pessoas…

Próclises, ênclises e Ruy Barbosa

Participo de uma comunidade no Orkut chamada Salvem a Língua Portuguesa!!! e de quando em quando dou uma passadinha por lá. Vejam alguns trechos selecionados de uma “discussãozinha” que se deu em 17 de outubro (transcrevi ipsis litteris):

F:

Uma amiga na sala estava lendo uma redação e……
Ela gritou: Nossa! Que cara burro! Vem ver professora, ele escreveu ” faça” com “ç”!
hauhuhauhauhauhauahuahuahuahuahuahuahuahuahuahuahua
8ª série com um erro desses, credo!
Outra: Minha professora disse:
– Me entreguem as provas para eu corrigi-las!
Aí um bobão gritou:
– HAHAHA! “Para eu!” HAHAHAHAHA! Você que é professora de português fica errando?

P:

Felippe et al:
Há, sim um problema na frase a seguir:
– Me entreguem as provas para eu corrigi-las!
Na verdade, dois.
i. Não se inicia período com pronome oblíquo (“Me entreguem…”);
ii. Não se usa ênclise em final de frase (“… corrigi-las”).
“Consertando” a frase, ficaria:
– Entreguem-me as provas, para que eu as possa corrigir.
Obviamente, ninguém (a não ser Ruy Barbosa) falaria assim.
E, se falasse, ninguém entenderia…

R:

Só uma observação…
O fato de a ênclise estar de forma inapropriada no período em questão, se dá pelo fato de que o pronome pessoal reto “eu” serve como uma espécie de atrativo, propondo a próclise; e não pelo fato de estar no final da frase. Exemplo de ênclise em final de frase: “Dê-me as provas, preciso corrigi-las.”.
E concordo com a parte do Rui Barbosa!! hehehe

M:

Nossa …
Fiquei confusa….
1 – Faça não é com ç???
2 – só o “para eu” estava certo…. é justamente isso que você acha que está errado???
não entendi nadinha….

M2:

O “eu” não é palavra atrativa obrigatória então é facultativo usar próclise ou ênclise.
Frase pode sim acabar com ênclise, desde que o verbo não esteja no futuro, onde só se pode usar mesóclise.
Mas como (tirando o caso do futuro) qualquer palavra pode ser atrativo, na dúvida coloque uma palavra antes do verbo e vá de próclise!

F:

e quem é Ruy Barbosa?

Nesse ponto eu desisti de continuar lendo…