Melhor notícia do ano!

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( Publicado originalmente no blog etílico Copoanheiros… )

Ligia

A melhor notícia do ano é que eu, Ligia Ribeiro, mais conhecida aqui na internet por *margaridanegra* vou começar a destilar meu veneno (e em se tratando de copoanheiros, tudo o que é destilado é bom, não?!) nas páginas deste tão querido blog! Uma honra!!!  ;-D

 

E venho trazendo boas novas, pra você que só precisava de uma desculpa pra ir ao bar depois da academia…

Estudo mostra que cerveja hidrata igual à água após prática esportiva

“BRUXELAS – Um estudo apresentado nesta terça-feira, 20, em Bruxelas comprova que o consumo moderado de cerveja após exercícios físicos é tão eficaz quanto a água para a hidratação, segundo especialistas médicos.”

 

Tá feliz agora?  Vai encher a cara se hidratar, meu filho!

🙂

Prometo só trazer notícia boa!

 

Tirado daqui ó.

Aquilo que cativas

– Vem brincar comigo, propôs o príncipe, estou tão triste…

– Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

– Ah! Desculpa, disse o principezinho.

Após uma reflexão, acrescentou:

– O que quer dizer cativar ?

– Tu não és daqui, disse a raposa. Que procuras?

– Procuro amigos, disse. Que quer dizer cativar?

– É uma coisa muito esquecida, disse a raposa. Significa criar laços…

– Criar laços?

– Exatamente, disse a raposa. Tu não és para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo…

(…)

A raposa então calou-se e considerou muito tempo o príncipe:

– Por favor, cativa-me! disse ela.

– Bem quisera, disse o príncipe, mas eu não tenho tempo. Tenho amigos a descobrir e mundos a conhecer.

– A gente só conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa. Os homens não têm tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres uma amiga, cativa-me! Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa. Mas tu não a deves esquecer.

Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.

Será?

Essa frase – como já devem ter percebido – está na obra O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint Exupéry. A mensagem, que de início parece ser clara, vem sendo cada vez mais e mais “interpretada”, tendo chegado num ponto em que estão a lhe dar uma conotação de responsabilidade em relacionamentos. Mas um tipo de responsabilidade que extrapola – e muito – a intenção da raposa, na estória. Uma responsabilidade de propriedade, meio que amarga, não de compartilhamento, mas sim de fardo…

A questão é: dá pra concordar com esse ponto de vista?

Ser responsável por outrem, por seus sentimentos, por seus pensamentos, pelo seu próprio existir?

Existir…

A existência em si, independentemente de qualquer um, não seria, então, possível?

Parece-me que sim.

Ou que não?

Jogos de palavras às vezes são complicados!

Mas, na prática, o que quero dizer é que, nesse conceito hodierno, ter plena e total responsabilidade “por aquilo que cativa” me soa como uma impossibilidade, uma falácia, outro jogo de palavras fadado a ter uma bonita sonoridade, mas na prática atrelado a uma clara inviabilidade.

Explico.

O que seria cativar, na prática? Cuidar? Criar? Dar carinho? Se apaixonar?

– E quando não houver mais necessidade de cuidados?

– E quando a criatura não mais precisar do criador?

– E se o carinho enfraquecer?

– E se a paixão acabar?

Se o “cativar” estiver atrelado a alguma dessas acepções, ou mesmo qualquer de suas variações – o que me parece o caso nessa maluca interpretação – então, como eu disse, teríamos uma inviabilidade prática.

Desse modo, na minha humilde opinião, essa frase tão bela e tão repetida nos facebooks, twitters e sei lá que outras redes, seria na realidade uma bela duma falácia, um claro dum engodo. Como alguém antes já disse, havemos que lembrar que laços são laços, belos, que atam e desatam – não são nós, não são amarras…

Entendo que toda nossa vida, até ela própria, é marcada e pontuada por ciclos. E todo ciclo, como tudo, tem começo, meio e fim. Ainda que possa parecer confuso, mesmo os ciclos, por vezes, podem ser cíclicos, repetitivos – mas sempre com seu começo, meio e fim.

Assim, definir uma “eterna responsabilidade” pelo fato de que em algum momento da vida cativamos algo, parece-me um contrassenso à ordem natural das coisas.

O que não muda o fato de que, enquanto cativos (e não no sentido de cativeiro), podemos – e até devemos – dedicar toda nossa atenção, criando, cuidando, dando carinho e entregando-nos à paixão do con-viver.

Infinito enquanto dure!

Até que o ciclo se complete.

Ou se rompa.

Pois tudo, TUDO, nesta vida sempre teve, tem e terá…

começo,

meio

e

fim.

Escrever é preciso

No livro Cartas a um jovem poeta, o escritor austro-húngaro Rainer Maria Rilke (1875-1926) se corresponde com o jovem Franz Xaver Kappus, que tinha ambições de se tornar um poeta. De uma humildade sem par e com uma lucidez inenarrável tece conselhos e dá sugestões sobre a “arte” de escrever…

Um pequeno livro, facílimo e delicioso de ser devorado, mas que – por pura falta de tempo – ainda não terminei. Mas eis cá uma palhinha:

O senhor me pergunta se os seus versos são bons. Pergunta isso a mim. Já perguntou a mesma coisa a outras pessoas antes. Envia os seus versos para revistas. Faz comparações entre eles e outros poemas e se inquieta quando um ou outro redator recusa suas tentativas de publicação. Agora (como me deu licença de aconselhá-lo) lhe peço para desistir de tudo isso. O senhor olha para fora, e é isso sobretudo que não devia fazer agora. Ninguém pode aconselhá-lo e ajudá-lo, ninguém. Há apenas um meio. Volte-se para si mesmo. Investigue o motivo que o impele a escrever; comprove se ele estende as raízes até o ponto mais profundo do seu coração, confesse a si mesmo se o senhor morreria caso fosse proibido de escrever. Sobretudo isto: pergunte a si mesmo na hora mais silenciosa de sua madrugada: preciso escrever? Desenterre de si mesmo uma resposta profunda. E, se ela for afirmativa, se o senhor for capaz de enfrentar essa pergunta grave com um forte e simples “Preciso”, então construa sua vida de acordo com tal necessidade; sua vida tem de se tornar, até na hora mais indiferente e irrelevante, um sinal e um testemunho desse impulso. (…)

E se, desse ato de se voltar para dentro de si, desse aprofundamento em seu próprio mundo, resultarem versos, o senhor não pensará em perguntar a alguém se são bons versos. Também não tentará despertar o interesse de revistas por tais trabalhos, pois verá neles seu querido patrimônio natural, um pedaço e uma voz de sua vida. Uma obra de arte é boa quando surge de uma necessidade. É no modo como ela se origina que e encontra seu valor, não há nenhum outro critério. Por isso, prezado senhor, eu não saberia dar nenhum conselho senão este: voltar-se para si mesmo e sondar as profundezas de onde vem a sua vida; nessa fonte o senhor encontrará a resposta para a questão de saber se precisa criar. Aceite-a como ela for, sem interpretá-la. Talvez ela revele que o senhor é chamado a ser um artista. Nesse caso, aceite sua sorte e a suporte, com seu peso e sua grandeza, sem perguntar nunca pela recompensa que poderia vir de fora. Pois o criador tem de ser um mundo para si mesmo e encontrar tudo em si mesmo e na natureza, da qual se aproximou.

Equinócio de Primavera

 
Mais uma vez temos aí em cima o desenho Firebird Suite (Fantasia 2000), baseado num conto russo em que o Espírito da Primavera fica frente a frente com o Pássaro de Fogo – retratando musicalmente e visualmente os temas vida, morte e ressurreição.

Já falamos disso lá quando do Solstício do Inverno… Lembram?

Pois bem, chegamos ao Equinócio de Primavera. Pontualmente às 06h04min.

E – coincidência das coincidências! – exatamente neste dia concluo também o rol com todas as músicas que fizeram parte de todo um ciclo, de todo o período que antecedeu minha entrada no meu Inverno pessoal. Cada uma destas músicas, sem exceção, teve seu motivo. Tem sua história.

Não sei como será essa Primavera. Daqui donde olho ainda está distante, pois ainda estou em junho, que é quando escrevo este post, e vocês o estão lendo aí em setembro. Aliás, todos esses posts foram escritos com antecedência, pré-programados para, uma vez a cada dia, compartilhar um quê de música e de sentimentos…

E o trabalho a ser feito, a partir daqui, ainda é árduo. Pois a cada dia, a cada música, a cada lembrança, cada uma das mais ínfimas emoções que foram sentidas, o serão novamente em toda sua plenitude.

E por uma última vez.

Uma a uma.

Até que nada mais venha a restar.

Até que acabe o Inverno.

Até que acabe o meu Inverno…

Pelo menos é o que hoje sinto. É o que hoje espero. E, ainda, vai um recado para o meu “eu” aí do futuro: não sei em que novas confusões você anda metido, ou, mesmo, se ainda continua com as suas mesmas velhas confusões; só sei que com sua prodigiosa “memória de pombo”, concertezamente não vai lembrar do conteúdo destas linhas (até mesmo pelo grau etílico atual deste que vos tecla); então faça-me o favor de manter o foco.

Lembrou-se agora?

O motivo de cada uma dessas músicas?

Reviver todos seus sentimentos com intensidade suficiente para então, definitivamente, deixá-los enterrados lá de onde jamais deveriam ter saído?

Pelo menos o plano era esse…

Espero sinceramente que, aí no futuro, você esteja bem, cara. Pelo menos vai ter a certeza de que, daqui onde estou, vou tentar trabalhar para isso. Pois agora, com o fim desse ciclo, se você se meteu em alguma outra confusão, resolva-se! E rápido! A Primavera chegou e você não precisa ficar enclausurado pra sempre. Só precisa crescer. Ao menos o suficiente para aprender a lidar consigo próprio e, em especial, com esse teimoso e tinhoso coração – obstinado em ser independente.

Tenho planos para você.

Não necessariamente grandiosos. Mas planos.

Então, não me decepcione.

Simples assim.