Procura-se coerência

Roubartilhei lá da página virtual do jornal Oi diário… Mas entendo PERFEITAMENTE os sentimentos do juiz! O que não é mérito nenhum… :-/

Juiz ‘esculacha’ procuradores de Justiça em Mogi

15 de fevereiro de 2016

O Jornal Oi teve acesso na sexta-feira a uma decisão da Justiça de Mogi que não foi nada interessada para procuradores da prefeitura mogiana que recorreram ao Judiciário para resolver questões que deveriam ser tratadas internamente e não levadas as barras do tribunal. Leia a seguir o despacho bem ‘direto e reto’ do juiz Bruno Miano que é do fórum de Mogi.

A impetrante, APAMAT, ajuíza este mandado de segurança coletivo, pretendendo uma série de informações que não obteve na via administrativa, com base na Lei de Informações. Segundo a impetrante, seu pedido recebeu o nº 52142/15 e, devendo a resposta ser dada até 28 de dezembro de 2015, foi fornecida apenas em janeiro deste ano, sem a suficiência dos informes postulados.

É o relatório. Passo a decidir.

Primeiro e antes de tudo: o Judiciário não é o palco para tricas e futricas entre os senhores procuradores municipais. Que fique consignado – até para caso de haver recurso – que a situação na Procuradoria Jurídica de Mogi das Cruzes passou de insustentável a ridícula, por conta do comportamento infantil e intransigente de alguns de seus profissionais. Profissionais que comparecem no Gabinete deste Magistrado, trazendo “informações” contra colegas. Profissionais que aqui vêm, para lutar contra o projeto de lei que culminou por criar a própria Procuradoria como órgão autônomo. Profissionais que deram pareceres absurdos – enquanto o prédio da Prefeitura estava em reforma – porque “não conseguiam pensar com tanto barulho, pois parecia haver um helicóptero em suas cabeças”. Profissionais que se recusam a conversar com a Procuradora Chefe, mesmo em se tratando de caso de reintegração de posse de área com grande repercussão social, deixando a cargo do Magistrado telefonar ao Prefeito para resolver o impasse!! Profissionais com um pensamento burocrático, que pensam que uma estagiária é o busílis da Administração Pública, a pedra de toque de toda eficiência, a salvação da lavoura!!!

Ora!!

Este Juízo, repito, não é palco, nem servirá de teatro, para que tais profissionais venham, sob falso pretexto de “desrespeito a direitos”, fazer vendeta pessoal, perseguição aos chefes.

Isso é um absurdo! Usar o Judiciário para fustigar os demais colegas, porque não concordam com posturas de chefias, é um atentado à Cidadania, que precisa do Judiciário desafogado para agir no que de fato importa. Se as chefias não agradam, conversem! Mas se elas não infringem preceitos disciplinares, conformem-se!! Repito: se houvesse algo de fato ilegal, a macular as condutas dos chefes da Procuradoria Jurídica do Município (PJM), este Juízo seria o primeiro a invalidá-las, nos termos da lei. Mas o que se vê são picuinhas, e nada mais!!! As informações tinham que ser prestadas em 28 de dezembro (época pior, parece não haver), mas o foram em janeiro. Qual o prejuízo? NENHUM. E foram prestadas conforme a fundamentação feita pela própria impetrante: basta ler as folhas 30/32.

Destaco:

“(…) a associação buscava uma solução para o impasse de substituição da estagiária de uma das procuradoras. Segundo o subprocurador este fato era sem importância para que a associação intervisse. Contudo, antes de assumir o cargo sempre foi ferrenho defensor da estruturação da carreira. Não se entende agora o que pode ter ocorrido para mudar tão repentinamente.

(…)

Portanto, é de suma importância sim que os procuradores de Mogi das Cruzes tenham o apoio necessário para a realização de suas funções e esta associação envidará todos os esforços para que isso ocorra.”

O assunto, pois, era saber todos aqueles dados para confrontar com a falta do estagiário. Se os informes se relacionavam com esse assunto, e se o estagiário foi contratado (se exclusivo ou não, isso nem mesmo é objeto do pedido), não havia mais nada a informar. Houve perda do objeto! Não há direito líquido e certo em atrapalhar a Administração Pública com pedidos de informações, quando já se obteve o que queria. Estamos, repito, diante de mais um capítulo da eterna briga entre os grupos da Procuradoria Jurídica. Com o uso indevido e incorreto do Poder Judiciário. Por isso, ausente qualquer direito líquido e certo, INDEFIRO ESTA INICIAL E JULGO EXTINTO ESTE PROCESSO, com base no art. 267, I, do CPC.

Com a palavra os procuradores responsáveis pela ação extinta pelo juiz mogiano.

Envelhescência

Mario Prata

Se você tem entre 45 e 65 anos, preste bastante atenção ao que se segue. Se você for mais novo, preste também, porque um dia vai chegar lá. E, se já passou, confira.

Sempre me disseram que a vida do homem se dividia em quatro partes: infância, adolescência, maturidade e velhice. Quase correto. Esqueceram de nos dizer que, entre a maturidade e a velhice (entre os 45 e os 65), existe a ENVELHESCÊNCIA.

A envelhescência nada mais é que uma preparação para entrar na velhice, assim como a adolescência é uma preparação para a maturidade. Engana-se quem acha que o homem maduro fica velho de repente, assim da noite para o dia. Não. Antes, a envelhescência.

E, se você está em plena envelhescência, já notou como ela é parecida com a adolescência? Coloque os óculos e veja como este nosso estágio é maravilhoso:

– Já notou que andam nascendo algumas espinhas em você? Notadamente na bunda? [Nota: em mim, não!]

– Assim como os adolescentes, os envelhescentes também gostam de meninas de vinte anos.

– Os adolescentes mudam a voz. Nós, envelhescentes, também. Mudamos o nosso ritmo de falar, o nosso timbre. Os adolescentes querem falar mais rápido; os envelhescentes querem falar mais lentamente.

– Os adolescentes vivem a sonhar com o futuro; os envelhescentes vivem a falar do passado. Bons tempos…

– Os adolescentes não têm ideia do que vai acontecer com eles daqui a vinte anos. Os envelhescentes até evitam pensar nisso.

– Ninguém entende os adolescentes… Ninguém entende os envelhescentes… Ambos são irritadiços, se enervam com pouco. Acham que já sabem de tudo e não querem palpites nas suas vidas.

– Às vezes, um adolescente tem um filho: é uma coisa precoce. Às vezes, um envelhescente tem um filho: é uma coisa pós-coce.

– Os adolescentes não entendem os adultos e acham que ninguém os entende. Nós, envelhescentes, também não entendemos eles. “Ninguém me entende” é uma frase típica de envelhescente.

– Quase todos os adolescentes acabam sentados na poltrona do dentista e no divã do analista. Os envelhescentes, também a contragosto, idem.

– O adolescente adora usar uns tênis e uns cabelos. O envelhescente também. Sem falar nos brincos.

– Ambos adoram deitar e acordar tarde.

– O adolescente ama assistir a um show de um artista envelhescentes (Caetano, Chico, Mick Jagger). O envelhescente ama assistir a um show de um artista adolescente (Rita Lee).

– O adolescente faz de tudo para aprender a fumar. O envelhescente pagaria qualquer preço para deixar o vício.

– Ambos bebem escondido.

– Os adolescentes fumam maconha escondido dos pais. Os envelhescentes fumam maconha escondido dos filhos.

– O adolescente esnoba que dá três por dia. O envelhescente quando dá uma a cada três dias, está mentindo.

– A adolescência vai dos 10 aos 20 anos: a envelhescência vai dos 45 aos 60. Depois sim, virá a velhice, que nada mais é que a maturidade do envelhescente.

– Daqui a alguns anos, quando insistirmos em não sair da envelhescência para entrar na velhice, vão dizer: “É um eterno envelhescente!”

Que bom.

Cicatrizes

Hoje, logo após me levantar, já tendo enxaguado o rosto com água em abundância, comecei a olhar aquele sujeito que me mirava do outro lado do espelho. Aquela vetusta barba branca (outrora preta, num longínquo passado), o cabelo mais grisalho do que se poderia esperar (cada nova preocupação na vida, um novo fio de cabelo branco), olheiras cansadas, já denotando o acúmulo de responsabilidades dos últimos anos… Enfim, estava à procura de mim mesmo quando a percebi, ali, onde sempre estivera: uma pequena cicatriz do lado de meu olho esquerdo.

Não sem um sorriso me lembrei de quando adquiri essa, que talvez tenha sido a primeira de muitas outras. Criança, uns cinco anos eu acho, correndo desembestado e olhando pra trás, provavelmente por conta de alguma brincadeira ou traquinagem (sendo a segunda opção a mais provável), quando resolvi olhar pra frente… BONC! Tá, não foi bem esse o barulho, mas vocês pegaram o espírito da coisa. Dei de cara com o muro do vizinho, daqueles com chapiscão grosso, com pedra e tudo, formando uma camada totalmente não uniforme, com pelotas de cimento sobressaindo por todos os lados. É lógico que cheguei em casa aos berros, com um olho a mais no rosto. Do pouco que me lembro, sei que meu pai decidiu que não iria me levar para nenhum lugar para dar pontos, pois ficou com receio que, de alguma forma, aquilo afetasse minha vista.

E essa foi só a primeira de muitas outras cicatrizes…

Provavelmente a seguinte deva ser uma outra que tenho também no rosto, também do lado esquerdo, na base inferior da bochecha. Hoje, quando imberbe, muitas vezes quem olha acha que alguém me deixou uma marca de batom… Mas quando a adquiri, era bem diferente! Numa festa de casamento num local cheio de escuridões chamado Piraquara Clube, à beira do Rio Paraíba, a criançada se divertia na brincadeira de pega-pega. Eu inclusive. Devia ter uns sete, talvez oito anos… E, naquela correria no meio da escuridão, não mais que de repente senti bater em alguma coisa que esticou e me jogou pra trás, tal qual a corda de um arco que se retesasse antes de disparar a flecha. E a flecha era eu. Imaginei que fosse algum tipo de varal – que, de fato, era – mas após colocar a mão no rosto e vê-la voltar totalmente ensanguentada, só sei que saí aos berros a procurar meus pais, para desespero de todos na festa que viam aquele moleque gorducho empapado em sangue passando a seu lado. Mais tarde vim a saber que se tratava realmente de um varal, só que, conforme o costume dos antigos, de arame farpado (que era pra não precisar de prendedores). Isso me custou sete pontos na parte mais profunda da contusão e pequeninas outras cicatrizes que foram desaparecendo com o tempo, que vinham desde a orelha até o queixo, bem próximo de meu lábio inferior.

Após alguns anos de relativo bom comportamento, foi na adolescência que arrebentei meu joelho direito. A tropinha da época “rachava” uma cinquentinha para uso de todos e fui atrás do rapaz que estava com ela naquele dia. Casa bonita, com grades baixas, muros e paredes de ardósia. Bati a mão na grade e pulei para o lado de dentro para tocar a campainha. Toca, toca, toca… Nada! Ninguém em casa. Paciência. Do mesmo jeito que entrei foi o mesmo jeito que resolvi sair: pulando sobre a grade baixa. Mas calculei mal a distância e quando me arremessei por sobre a gradezinha enfiei o meio do joelho bem na quina da coluna de ardósia. Foi como abrir um livro. Só que no joelho. Apenas cinco pontos desta vez e a consciência de que voltar a dobrar a perna após um longo período de imobilidade é simplesmente uma droga.

Não muito tempo depois outra cicatriz, dessa vez por queimadura, na minha mão esquerda (ô ladozinho ativo!). Basicamente em decorrência de Longa Sina de Desastres, acho que uma de minhas mais arraigadas características desde que me conheço por gente. Pra todos efeitos foi por conta de prender a mão num escapamento quente enquanto consertava uma moto. Só pra constar: outra de igual monta e quase a mesma justificativa encontra-se hoje no peito de meu pé. Desta vez o direito.

A cicatriz seguinte foi mais “bem comportada”, digamos assim… É que fui acometido de um troço chamado cisto cóccix lombar, uma espécie de espinha eterna que fica bem em cima do último ossinho da coluna, quase lá na porta do… Bem, vocês sabem onde. Uma porcaria que dói pra diabo e não termina nunca, por mais que se esprema a maldita espinha. A remoção desse coiso é cirúrgica e – pasmem! – a cicatrização tem que ser feita de dentro pra fora, com trocas diárias de curativo, sem poder dar um ponto sequer. Foi quando fiquei uma temporada comportado em casa, de quina pra lua, lendo tudo que tinha pra ler, sob os cuidados de um enfermeiro amigo meu. E foi também quando, na época, minha cunhada entrou no meu quarto para “conferir o material” e poder esfregar na cara de meu irmão: “Isso sim é que é bunda! Não é como você, que tem que andar com uma carteira em cada bolso pra poder dar enchimento!”

Passada a vergonha – e a cicatriz – daquele momento, a próxima, clássica, dar-se-ia, muitos anos e uma ou duas vidas depois, quando do acidente, matéria exaustivamente explorada nas entranhas deste blog. Basta lembrar que dormi ao volante e atropelei uma desavisada árvore que passeava no meio da rua lá pelas onze e meia da noite. Me rendeu uma senhora de uma cicatriz na perna esquerda (garanto-lhes que ver o próprio osso enquanto sua pele cicatriza não é das experiências mais agradáveis), uma outra no pulso direito, decorrente de uma cirurgia que tive que fazer para remover um cisto que se formou por conta da trombada e, por fim, uma outra, longa, esqueci quantos pontos, no próprio joelho esquerdo, para uma vã tentativa de reaujuntar os ligamentos posteriores rompidos. Religou, mas a porra dói. O. Tempo. Todo. Às vezes mais, normalmente menos. Verdadeiro House encarnado, este sou eu, hoje.

Mas existem também cicatrizes totalmente ocultas que incomodam muito mais que qualquer uma das que citei. Cicatrizes do coração são dessas: perturbam quando não mais queremos lhes dar atenção e se fazem presentes nos piores momentos possíveis. E saibam que cicatrizes de paixões mal resolvidas são piores que as de amores sepultados. Enquanto estas somente coçam de vez em quando, aquelas não fecham, ficam expostas, doem quando querem e fazem nosso peito quase explodir. São difíceis de administrar, quase impossíveis de controlar. Somente com o tempo e com boa dose de indiferença (ou de uísque) conseguimos colocá-las em seu devido lugar.

E mais uma vez olhando para aquele espelho e me achando tão imperfeito quanto poderia me achar, encontrei meus próprios olhos. E também encontrei aquele meu próprio olhar que, mesmo nitidamente cansado, ainda era o mesmo olhar de dez, vinte, trinta anos atrás! Reconheci naqueles combalidos olhos o mesmo olhar de quando acordava quando criança, mirando outros espelhos, antes de sair para minhas estripulias.

Mas, apesar daquele meu olhar ainda estar ali presente, uma singela faísca num templo que caminha para a ruína e para o esquecimento, ainda assim os olhos são espelhos da alma

E quem meus olhos hoje vê, acaba por não perceber mais aquele meu olhar (mérito apenas de quem sabe me enxergar). Percebe apenas as cicatrizes. Da alma.

Cicatrizes causadas pelos desapontamentos, pelas desilusões, pelos fracassos. Sempre por conta de outrem – e, sim, tenho consciência de minhas culpas e responsabilidades, mas o que efetivamente marca a alma são as atitudes daqueles que logram nossas expectativas.

E por acreditar – porque sempre vou tentar buscar o melhor de cada ser humano que conheço – também sempre acabo por me machucar. Reiteradamente. De novo, de novo e de novo. Queria voltar a ter a singeleza da ignorância, que me permitia passar incólume a tudo e a todos: ignorava os pré-conceitos, ignorava as arrogâncias, ignorava as atitudes vis, ignorava as mesquinharias, ignorava as mentiras, enfim, ignorava a parte mais baixa que cada ser humano – sem exceção – possui dentro de si e utiliza para satisfazer suas próprias vontades, suas próprias crenças, seus próprios interesses.

E a vida em harmonia com a sociedade me parece algo cada vez mais distante…

As instituições estão falidas? Não, meus caros, o ser humano está falido.

Simples assim.

E mais uma vez, agora exausto por tantas conclusões, volto minha face para o espelho. Sim, estou velho. Velho e cansado. Como as estrelas…

Mas…

Mesmo as estrelas, ainda que velhas e cansadas – até as que já deixaram de existir – ainda assim não cumprem sua tarefa? Não são elas que existem para brilhar e dar vida e compartilhar vida? Não quero – não posso – crer que somos meros frutos do acaso, que meramente habitamos a terceira rocha que circunda um sistema solar periférico por conta de algum capricho da natureza, que nos tenha feito brotar de um nada só para que a esse nada voltemos. Creio, sim, no sagrado, no sentido traçado, no destino planejado. Que há Alguém lá do outro lado que se ri da infantilidade de todas essas minhas incertezas.

E, derradeira, vez, olho para o espelho. E lá está ele. Aquele meu olhar. Não mais fagulha, não mais mortiço. Agora ressurge pleno, vívido, sagaz, brilhando, fechando e dissipando as cicatrizes de minha alma. Dissipando minhas dúvidas. Gritando para mim que não devo me deixar abater. Não vou. Não por conta de outrem – jamais! A vida é, sim, bela – e azar daqueles que não sabem apreciá-la, presos que estão em suas próprias torpezas!

E, assim, nesse embaçado espelho, nesta fria manhã, por trás da barba e cabelos brancos, das rugas e das olheiras, consigo finalmente (re)encontrar meu ponto de fé, em tudo e em todos. E volto a enxergar novamente minha alma que brilha: criança que sou e sempre serei.

Até o fim de meus dias.

Maldito Erro 0x80070570

Doze horas.

DOZE HORAS praticamente ININTERRUPTAS!

Acontece que consegui uma boa placa, já com processador, memória, ventuinha e o escambau, a um bom preço para atualizar o bom e velho (mais velho que bom) computador da Dona Dete, também conhecida como “Senhora Minha Mãe”. É, filho que é filho tem que fazer dessas coisas de vez em quando…

Desconecta aqui, reconecta ali, troca isso, aquilo, aqueloutro, põe pra rodar o CD de instalação do Windows 7 (uma daquelas famosas “cópias para avaliação perpétua”), vai indo tudo muito bem até que… BUM!

Não, a bagaça não explodiu não. O que eu quis dizer é que deu pau. Um tal de “Erro 0x80070570”. Toca a buscar na Internet (Santo Google, Batman!): depois de vários fóruns, páginas de curiosos e até mesmo um vídeo que a cada gerundismo (e não foram poucos!) parecia me soar um gongo na cabeça, ficou claro que esse tipo de erro estaria vinculado a alguma falha na mídia de instalação, no próprio HD, ou, ainda, na memória RAM.

Ainda me restou a vã esperança de tentar crer piamente que fosse alguma questão de configuração específica. Talvez até mesmo por conta da tentativa de instalação direta. Com algum custo (também surgiram vários outros erros) consegui instalar um Windows XP SP3 na máquina. O suficiente para tentar rodar alguns diagnósticos.

Nada.

O erro teimava em se repetir.

Desacelerei a BIOS, alterei a velocidade de escrita e leitura tanto do disco rígido quanto da memória, xinguei¹, chutei², rezei, acendi vela, quase chorei, mas o máximo que consegui foi que em algumas das tentativas a mensagem de erro fosse alterada para “Erro 0xc0000005”. Depois de uma pesquisada rápida descobri que isso seria problema de configuração mínima da máquina, falha no HD ou na memória RAM. Grande porcaria. Basicamente a mesma coisa.

O negócio então seria ir por exclusão até descobrir o verdadeiro fator de erro que estava bugando minha instalação.

Primeiro ponto. A configuração da máquina era mais que o suficiente para instalação do Windows 7, que exige no mínimo 1 GHz para o processador, 1 GB para memória RAM e 16 GB de espaço livre no HD. Nada aqui.

Segundo ponto. A mídia de instalação estava em perfeito estado – tanto é que tentei com mais de um CD diferente, e até mesmo através de pendrive (não precisa ser “bootável”, basta copiar os arquivos do CD para ele). Nada aqui também.

Terceiro ponto. O HD foi verificado através do bom e velho CHKDSK, via prompt de comando, tendo rodado de cabo a rabo sem nem um pontinho de erro. Nadica de nada.

Quarto e último ponto. A memória RAM. Como testar esse negócio? Através do programa certo, é óbvio. E qual seria? Dos vários disponíveis pela Internet o mais recomendado foi o Memtest86+, que, inclusive, em uma de suas últimas versões transforma um pendrive para que o sistema seja inicializado por ele (o tal do pendrive “bootável”…) e automaticamente execute o programa de diagnóstico.

E qual foi o resultado?

Bem, confesso que ainda não acabou o diagnóstico, mas após mais de quarenta minutos rodando e já tendo acusado – até agora – 12.544 erros, por exclusão só me resta incluir a memória como a culpada, muito culpada, tão grande culpada…

Mèrde.

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P.S.: Segundo o profundo conhecedor do mundo da informática, Bob Charles, em seu livro best-seller interplanetário “Como não enlouquecer com seu computador”, temos que:

¹ Software é aquilo que você xinga;

² Hardware é aquilo que você chuta.