Você tem coragem?

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Tem?

Não estou falando daquela coragem cinematográfica de confrontar um leão, pular de um despenhadeiro, enfrentar a morte certa. Isso é ficção.

Também não estou falando daquela coragem aventuresca de pular de bungee jump, acelerar a moto a duzentos por hora, saltar de paraquedas. Isso é fácil. Não que eu faça.

Estou falando de uma coragem ainda maior. Uma coragem que poucas pessoas têm. A coragem de mudar.

Mas mudar o quê? – perguntar-me-iam meus parvos botões.

Mudar de vida. Radicalmente. Ou quase. Mas o suficiente para ser visto com assombro por seus pares.

Deixar para trás um trabalho de cerca de dez anos num local que você gosta e na profissão que escolheu para si. Por livre opção. Sem pressão.

Deixar para trás uma cidade que você viu crescer e, ainda que pequenina engrenagem, ajudou a construir e se tornar o que é hoje.

Deixar para trás seus amigos, colegas, rotinas, correrias, festas, brincadeiras, tudo aquilo de bom e de ruim que aconteceu durante todo esse período.

Imagine ter que se reinventar enquanto profissional.

Imagine deixar o certo pelo duvidoso.

Imagine ter que recomeçar sua vida tanto social quanto profissionalmente.

E, repito, por livre opção. Sem pressão.

Você tem essa coragem?

Confesso que eu não tenho. Mas conheço gente que tem.

Amiga, mãe, esposa, linda, escritora, inteligente, espirituosa (e espiritualizada), guerreira e, sobretudo, uma mulher de coragem. Que resolveu fazer tudo isso, sacrificar uma vida e um estilo de vida em prol de seus próprios sonhos e de uma qualidade de vida que não quer correr o risco de perder. Ou de não alcançar.

E, de minha parte, desejo-lhe sinceramente que a sorte sempre a acompanhe.

A cada instante da vida…

Dia Mundial do Rock

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Isso mesmo crianças: 13 de julho continua sendo o Dia Mundial do Rock!

Vocês querem saber como começou essa bagaça? Então sentem-se e leiam um pouco de história neste link aqui.

Agora, se vocês quiserem apenas ouvir um bom e velho rock’n roll, então confiram estas duas clássicas neste outro link.

Mas para que não digam que sou apenas um velho dinossauro saudosista – ainda que minha idade mental em termos musicais tenha parado lá pela década de oitenta – eis um pouco de bom e novo rock atual para vocês. Ou quase. Pois o álbum é de 2010…

Senhoras e senhores: Linoleum, de Pain of Salvation!

Candidata por candidata…

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Tudo começou com o beijocado do Vítor, meu sobrinho, filho de meu irmão.

Ele postou essa foto lá no Facebook e depois de muitos comentários, curtidas e gracinhas, a mãe dele me mandou essa mensagem: “Oi. Você viu o seu sobrinho? Sua cara!!! Não tem como não lembrar!!!”.

Explico.

Conheço a mãe dele desde as mais priscas eras, quando vivíamos num outro mundo e numa outra vida, ela ainda namorava meu irmão na adolescência e eu era a criança pentelha que vivia perturbando os dois… Crescemos todos meio que juntos e quando tinha lá meus vinte e poucos anos, ainda sem os cabelos grisalhos ou a barba branca dos dias de hoje (e com uns vinte quilos a menos), até que eu era um tipão… Assim como meu sobrinho atualmente, que, segundo dizem, é MUITO parecido com o meu eu daquela época.

A foto mais antiga que consegui encontrar barbado ainda assim já é com uns trinta e poucos anos anos – dez a mais do que ele, agora. Comparem:

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Mas esse ainda não é o ponto.

O ponto é que, de minha parte, também resolvi compartilhar a foto do meu sobrinho pimpão lá na minha timeline – até pra perguntar para o povo se realmente encontravam alguma semelhança – o que também rendeu sua cota de curtidas e comentários.

O interessante é que, offlinemente falando, comecei a ser assediado por “candidatas a sobrinha” das mais variadas espécies! Dentre elas, uma amiga, a Mohini, uma linda e alta morena, que após ver a foto do jovem mancebo, num tom divertido e com uma piscadela, me veio com essa:

“Chefe… Vamos combinar que eu sou a primeira da fila como candidata a sua sobrinha, tá bom?”

Rimos, trocamos comentários irônicos e tudo bem.

Bem, nem tudo.

Um pouco mais tarde, noutro departamento lá do trabalho, outra amiga – a Nenoca, outra linda e alta, só que loira – me veio exatamente com o mesmo comentário! Disse-lhe que sentia muito, mas a Mohini já tinha chegado antes. Ao que, nada boba, com sua carinha de lambeta, ela me saiu com essa:

“Bom, chefe, então tá bom. Mas acho que entre ser candidata a sua sobrinha e a Mohini ser candidata a minha sogra, prefiro ficar com a segunda opção…”

Ri litros.

Naquele mesmo instante já liguei pra Mohini e perguntei-lhe dessa disponibilidade. Tudo que ouvi do outro lado da linha foi:

“OI???”

(Nota: para quem não conhece, esse “oi” dela é um negócio meio que atordoado e definitivo, quando a pessoa parece querer ganhar tempo para uma resposta, mas, na realidade, é que o cérebro travou e ainda vai levar alguns momentos para voltar a pegar no tranco…)

Talvez vocês não estejam entendendo a graça disso tudo, não é mesmo? Bem, por mais que eu me esforce na escrita, não tem jeito: uma imagem vale mais que mil palavras. Confiram por vocês mesmo uma foto com o filhote da Mohini, um garotinho de tenros dezoito aninhos e raspando nos dois metros de altura…

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É… Acho que esse menino ainda vai dar trabalho…

Aliás, ambos! 🙂

Desenhices

Fuçando nas minhas tralhas – nas quais guardo um tanto de coisas de minha longínqua adolescência – acabei encontrando este desenho.

Lembro-me bem de quando o fiz.

Eu estava internado, aguardando uma cirurgia para remoção de um cisto cóccix lombar (nem vou contar o que é isso, mas acreditem em mim quando digo que é tão ruim tê-lo quanto curá-lo…) e, já naquela época, entediado. Tudo que tinha como companhia era uma das primeiras revistas do Conan, comprada numa banca a caminho do hospital, e com o maravilhoso traço do John Buscema.

Chamei a enfermeira e lhe pedi papel e caneta. Tudo que ela conseguiu foi um envelope de exames usado e uma caneta Bic quase no fim da carga! Enquanto não começava a cirurgia fiquei ali, deitado na cama, me esmerando no desenho. Até que ficou bem bom! O suficiente para que DEPOIS DA CIRURGIA a mesma enfermeira voltasse, agora com um bom papel, lápis, borracha, etc e me pedisse para desenhar um Papai Noel pra ela…

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Em tempo: até que minha letrinha de meus 15 anos não tá assim tão diferente da de agora…

Meu Mundo Perfeito

No meu mundo perfeito eu sou casado. Sim, pois por mais que eu goste de meus momentos de solidão, por mais que aprecie poder ter a paz de espírito de me largar em devaneios e sempre reavaliar tudo que ocorre à minha volta, ainda assim eu gosto de companhia. Gosto de poder acordar – ou ser acordado – logo pela manhã e ter alguém para ver, abraçar, aninhar. Gosto de ouvir e ser ouvido. Gosto de debater sem ser julgado. Gosto de fazer pequenas surpresas e de ser gentilmente surpreendido. Gosto de cuidar. Gosto de ser cuidado.

No meu mundo perfeito eu tenho filhos. Minhas crianças, sempre, não importa que idade tenham. São bonitos, inteligentes e amorosos. Gostam de perguntar, de tentar entender como o mundo funciona e apreciam a minha opinião acerca disso. São alegres, divertidos e espirituosos. E eu os amo profundamente – não porque são meus filhos, mas porque eu os criei, cuidei, sofri e me regozijei com cada pequenino novo momento e etapa de suas tenras vidas.

No meu mundo perfeito eu trabalho naquilo que gosto. E, curiosamente, não é preciso chamar isso de “trabalho”. Vejam só: eu faço aquilo que gosto, me dão condições mínimas necessárias para fazê-lo, tenho uma equipe capacitada e dedicada e ainda me pagam por isso? Não, realmente eu não tenho um trabalho e – definitivamente – não tenho um “emprego”. Eu faço aquilo que gosto e ponto final.

No meu mundo perfeito eu ganho o suficiente. Não preciso ser rico. Nunca quis isso. É necessário, sempre, ter limites para que saibamos que eles existem. Ganho o suficiente para sustentar o modo de vida que escolhi. Às vezes pode ter algum aperto daqui, alguma dificuldade dali, mas sempre existem saídas. Sempre é possível dar a volta por cima. Sempre.

No meu mundo perfeito eu tenho amigos. Não importa a idade, o credo, a cor, o sexo, a orientação sexual, o posicionamento político ou seja lá o que for. São amigos. Não estou falando de “colegas”, mas sim de amigos. Aqueles que me são fiéis na mesma proporção em que lhes sou, que me dão apoio e a quem apoio, que me escutam e a quem oriento, que tanto me divertem quanto lhes faço rir, sem cobranças, sem trocas, sem dedos em riste. Como diria Quintana: “a amizade é um amor que nunca morre”. Meus amigos são imortais.

No meu mundo perfeito nada é perfeito. Existem crises – para que as contornemos. Existem fracassos – para que possamos vencer. Existe tristeza – para que possamos nos alegrar. Existem brigas – para que nos reconciliemos. Existe dor – para que possamos ter alívio. Existem distâncias – para que nos reaproximemos. Existe ódio – para que possamos amar. Esse meu mundo é binário (por mais nuances que possam existir entre um limite e outro), pois para cada negativo haverá sempre um positivo. Basta que prestemos atenção o suficiente que conseguiremos enxergá-lo.

E então resolvo sair da utopia e encarar a realidade. E comparando meu mundo perfeito com essa imperfeita vida que levo, na qual reclamo, me entristeço, me revolto, me deixo levar, me deprimo e sabe-se lá o que mais pode caber dentro do coração e da cabeça de um ser humano, percebo finalmente a verdade que não está lá fora, mas aqui dentro: não existe mundo perfeito. Pois todos os mundos são perfeitos. Nós é que somos imperfeitos ao encarar nosso dia-a-dia e, muitas vezes, simplesmente não ter a coragem suficiente de relaxar, sorrir e compreender que o mundo perfeito daquele que está ao seu lado não é melhor ou pior que o seu, pois é dele e a ele pertence. E sim, a vida é um caos – mas de alguma maneira, no final, tudo sempre dará certo. E, chavão dos chavões, se ainda não deu certo é porque ainda não chegou no final.

E um dia de cada vez é o que temos que encarar.

Vivendo, cada qual, em seu mundo perfeito.

Imperfeitamente, é claro.

Questão de igualdade

Em conversa com a Julia agora:

“Gostei da sua foto colorida, mãe.”

“É para comemorar a legalização do casamento gay no EUA. Agora todo mundo pode casar!”

“E antes não podia?”

“Não, só em alguns lugares.”

“Nossa, que nada a ver. Por que não podia? Casamento é de amor, não é? Você e o Jaime podiam se casar, mas mulher com mulher não?”

“É, não podia…”

“Todo mundo que se ama tem que poder casar, que nada a ver não poder… Eu, hein?”

Tão reconfortante ver que mesmo ao meio das trevas obscurantistas, ela consegue ser um raio de sol de compreensão. Espero que a geração dela como um todo entenda que casamento é uma consequência do amor entre pessoas que é sustentado por esse mesmo amor enquanto ele existir.