Action Movie Kid

Preparar...

Vamos combinar? Qual pai – vá lá, e, também, mãe – nunca entrou na “onda” de seus filhos e encarou a brincadeira de participar da fantasia deles? Aliás, não precisa ser só filho ou filha não! Sobrinhos, filhos de amigos, priminhos mais novos, e, até, netos – ou, no meu caso, sobrinhas-netas…

Força!

Desconheço as brincadeiras das meninas – se bem que tenho amigas que foram (ou são) mais moleques que muito moleque por aí… Mas, com meus três filhos (ao menos quando eram menores), a viagem sempre estava em inventar o improvável, participar do impossível. Ninguém podia descer do sofá porque o tapete era um mar de lava, o meio-fio da calçada era a borda de um penhasco, o cachorro que pulava era um dragão em ataque – e por aí vai…

Perdi...

E, nesse sentido, descobri a figurinha de Daniel Hashimoto. Um sujeito que trabalha como animador de efeitos especiais para a DreamWorks em Los Angeles. Ele já participou na produção dos filmes mais incríveis da atualidade. E ele resolveu explorar a imaginacão do filho e construiu efeitos especiais em cima de situações normais do dia a dia. Ele simplesmente filma o filho nas suas brincadeiras e depois usa efeitos especiais para fazer que tudo aquilo que o filho estava imaginando pareça verdade – como nos filmes. O efeito é simplesmente incrível!

 
Junte a imaginação de uma criança com o talento de um pai e você vai ver o que dá! Aliás, não tema, pois, no final o mocinho sempre vence!

 
Particularmente gostei mais do segundo… Mais elaborado e com participação do pai. Em especial o destaque vai para o sabre de luz sendo arrastado pelo chão!

É, meus amigos, mas o tempo passa, as crianças crescem e as brincadeiras mudam. E a gente também. Ficamos mais sérios, mais taciturnos, mais “cheios de obrigações” e as nossas crianças – que crianças? – agora já são praticamente adolescentes. Ou “aborrecentes”, como diria a Dona Patroa…

Num mundo cheio de games, celulares, tablets, computadores e o escambau, cada vez mais vai ficando pra trás aquela boa e velha brincadeira fantasiosa que tínhamos com nossos filhos. Carrinho ou casinha, não importa. A cumplicidade ainda existe – pois foi forjada em aventuras inúmeras das quais participamos num virtual mundo paralelo – mas a magia meio que evanesceu…

Então, caríssimos, aproveitando este Dia das Crianças que se aproxima, fica a dica: não deixe – jamais – esse mundo de fantasias se perder. Não importa qual a idade de seus filhos ou quão “rídiculo” isso possa parecer aos olhos d’outrem. Você é o pai que é herói. Você é a mãe que é heroína. E seus filhos sempre serão seus filhos, não importa a idade que tenham.

A magia – a alegria! – deve sempre perdurar…

Não basta ser pai... Tem que participar!

Entrevista: Wagner Baccaro

Muito boa esta entrevista, mui digna da criatividade do Wagner, nosso copoanheiro eventual, e que faz coro com dezenas de centenas (de milhares?) de muitas outras gentes – inclusive eu.

A original tá lá no blog dele, o Rebostejos.

O segundo turno eleitoral se aproxima. Para elucidar as questões que você nunca quis saber, publicamos esta entrevista exclusiva com Wagner Baccaro, na qual são tratadas suas preferências políticas e as razões de seu voto.

Rebostejos: Wagner, em quem você vai votar no dia 26, no segundo turno da eleição presidencial?

Wagner: Votarei na Dilma, como fiz no primeiro turno.

Rebostejos: Mas por que você votará nela?

Wagner: Porque acho que, embora seu mandato não tenha cumprido as expectativas que eu tinha, certamente foi muito melhor do que a imprensa insiste em divulgar.

Rebostejos: Se não cumpriu, não seria hora de mudar?

Wagner: Não acho que a mudança para o Aécio seja melhor. Em termos de macroeconomia, não existem grandes diferenças nos projetos, o que muda é o enfoque social. Não acredito no comunismo, mas também não creio que o livre mercado é capaz de fazer a sociedade mais justa e melhorar a vida de todos.

Rebostejos: Quando falamos em ”social”, pensamos primeiramente no Bolsa-Família. Esse programa não é uma forma de compra de votos?

Wagner: Acho engraçado quem pensa assim. Ora, toda ação de governo que beneficie determinada faixa social pode ser tachada de compra de votos. Redução do IPI? Compra de votos da classe média. Aumento dos juros dos Bônus do Tesouro Nacional? Compra de votos dos investidores. Bolsa-Família? Compra de votos dos mais pobres… O problema é que existe um preconceito arraigado de nossa elite que faz pensar que seu voto é mais qualificado porque lê a Veja e ouve a Jovem Pan (risos).

Rebostejos: Mas o Bolsa-Família tem viés eleitoreiro, virou peça de propaganda.

Wagner: Se pensarmos assim, então nenhum governo não pode fazer nada. Toda ação de governo se transforma em peça de propaganda, cabe ao povo decidir se tal ação foi boa ou não. O Serra faz propaganda dos genéricos até hoje, então por que o Governo Federal não pode falar do Minha Casa, Minha Vida?

Rebostejos: Quem pergunta aqui? Eu ou você?

Wagner: Faz diferença?

Rebostejos: Bem… E o que você achou da reeleição do Alckmin?

Wagner: Ninguém se sente seguro em São Paulo, todo mundo que pode foge da escola pública, a participação do Estado na Saúde é pífia e agora temos a falta d’água. Mesmo com tudo isso, São Paulo reelegeu o PSDB para completar 24 anos de mandato, o que é coerente.

Rebostejos: Coerente?

Wagner: Sim, coerente com o voto de quem elege o Russomano, o Tiririca, o Marco Feliciano e o Maluf. Depois o paulista tem coragem de bater no peito pra dizer que o nordestino é que não sabe votar.

Rebostejos: Voltando à eleição presidencial, você não se preocupa com a corrupção?

Wagner: Muito! Me preocupo com a corrupção no Governo Federal e no Governo Estadual. A diferença é que no primeiro a apuração tem sido feita, e no segundo, não. O PT é acusado de ser antidemocrático, chavista, etc., mas em que outro governo alguns líderes do partido no poder foram julgados e condenados por erros que cometeram? O mensalão foi pelo menos tão grave quanto a compra de votos para a reeleição do FHC, mas neste último ninguém foi sequer processado. Os culpados pelo mensalão tucano, pela propinas do metrô paulista, pelo aeroporto na fazenda do tio do Aécio e outros escândalos do PSDB também não foram apurados, por isso não faz sentido dizer que vai votar no Aécio por questões éticas.

Rebostejos: Você não diz isso tudo por que é comissionado em um cargo numa administração petista? Você não é petralha?

Wagner: Petralha é a senhora sua mãe. Eu fui comissionado por dez anos, agora não sou mais. Tenho muito orgulho do trabalho que realizei nesse tempo. Pode ser que em alguns lugares não seja assim, mas as pessoas com quem tive contato trabalhavam muito sério e muito duro para melhorar a cidade. E em dez anos nunca ouvi falar num plano para transformar o Brasil numa nova Cuba.

Rebostejos: Não corremos o risco de uma cubanização, ou uma venezualização, do Brasil?

Wagner: Olha, me desculpe a franqueza…

Rebostejos: Claro que desculpo, o blog é seu…

Wagner: …acho muita idiotice acreditar que o Brasil está sob a influência de Cuba ou da Venezuela, ou que corremos o risco de nos transformarmos num país totalitarista. Quem pensa assim não sabe nada sobre Cuba ou Venezuela e, pior, sabe menos ainda sobre o Brasil. Essas teses só servem para que articulistas de uma revista de m*** tenham assunto.

Rebostejos: Por favor, modere o linguajar, este é um blog de família.

Wagner: Desculpe. Quem faz isso de qualificar pejorativamente quem pensa diferente é essa revista aí. Cometi o mesmo erro.

Rebostejos: Tudo bem, é uma revista de m*** mesmo.

Wagner: Veja, ops, perceba que já em 1989 eu escutei da dona da banca de jornal que ela tinha medo do Lula, que ele faria que repartíssemos nossas casas com outras famílias. Essa mesma ladainha é usada até hoje. O duro é muitos que criticam a eleição do Tiririca acreditam nessas bobagens a ponto de ter paranoia com o vermelho das ciclovias, sendo que a ignorância de votar no Tiririca ou de acreditar no comunismo do PT é a mesma.

Rebostejos: É verdade que você vai se afastar do Facebook nesses próximos dias?

Wagner: Sim. As redes sociais já estavam difíceis, mas se tornarão insuportáveis até o fim do segundo turno. Tenho muitos amigos que pensam igual a mim, e tantos outros que pensam diferente, então não quero me indispor com pessoas de quem eu gosto mas que por vacilo ou por emoção do momento podem se achar mais inteligentes do que os outros só que porque votam assim ou assado.

Rebostejos: Você tem consciência de que não vai fazer falta nenhuma?

Wagner: Absoluta.

Rebostejos: Agora, para finalizar, nos responda uma coisa: o que você sabe sobre transtorno dissociativo de personalidade? E sobre transtorno de personalidade narcisista?

Wagner: Talvez não o suficiente para publicar esta entrevista.

Ai, que saudade d’ocê!

Hoje sonhei com você.

Como há muito tempo não sonhava!

Sei que andamos distantes, distraídos e praticamente sem contato. Coisas de nossas vidas, entendo bem isso. Afinal de contas, é basicamente minha a decisão de não estar por perto. Você sabe bem o quão complexo e complicado eu sou e, ainda que eu venha a sofrer com toda essa lonjura, vamos combinar que, para mim, é meio que um instinto de autopreservação…

Mas sonhos não se dão a esse luxo.

Sonhos, talvez, devem ser manifestações psíquicas das necessidades físicas de um ser humano. E ter você por perto – não se engane! – é, sim, uma necessidade física!

E foi um daqueles sonhos tão vívidos, tão reais que, ao acordar, ficamos na dúvida se ainda não estamos sonhando.

E, nesse sonho, encontramo-nos casualmente. Não me pergunte onde, não sei! Mas sei que, como sempre, à distância mais senti sua presença que realmente te vi. E quando menos esperava já havia me aproximado, já estava do seu lado, sorrindo, te desejando, num flerte aberto e escancarado. E você, impassível. Um gelo. Normal.

E, ato contínuo, já estávamos a sós. Delicadamente, segurando todo meu afã, sem pressa, te despi, expondo toda sua pujante nudez.

Antevi aquilo que estava por vir, já me lembrando de sua textura, de teu sabor, de teu cheiro – ah, teu cheiro! Odores estão diretamente ligados à memória e a memória a estes. Não tem como não meramente lembrar de você sem lembrar desse teu saborosíssimo cheiro… É inebriante! Alguma vez você já se deu conta disso?

E, tal qual numa dança, lenta dança, prazerosa dança, segurei-me ao máximo para sequer te tocar. Nosso ato de consumação não poderia ser leviano – nossas preliminares deveriam ser respeitadas. Um simples toque poderia colocar tudo a perder.

De tão próximos, mesmo não te tocando, senti tua temperatura. E teu cheiro. Novamente teu cheiro! E foi nesse instante que tive a plena certeza de que não mais conseguiria me segurar. Era impossível me segurar. Queria – precisava – ter você, novamente, só pra mim.

E então, quando estava praticamente no momento final de dar início ao nosso íntimo ato, de te penetrar, já começando a sentir o teu aconchegante contato, já antevendo a alegria de, mais uma vez poder te saborear total e completamente num devaneio de arroubo de prazer…

Acordei.

Tonto, perdido e deslocado.

E então me dei conta: era um sonho.

Ainda não foi dessa vez que voltamos à nossa antiga relação…

Fica pra próxima.

Quem sabe.

E ficamos assim: sorvete de creme, vai vivendo tua vida e eu, a minha.