Você conhece seu amor?

Perolazinha extraída lá do blog da Fernanda Barreto, em nem tão transitiva e direta assim… , num post de 14/01/08:

Sempre fico tensa com discussões amorosas. Dedos em riste apontam a incapacidade que temos de nos perceber humanos, míseros. Esta tendência rasa em enxergar o outro como um ser encerrado e estanque. Você mudou, acusa o homem. Quem mudou foi você, rebate a mulher.

(…) 

Crer que conhecemos alguém é supor que o mundo é inerte. A verdade é subjetiva – e os que não concordam com isso reforçam essa ideia.

Quem me escuta?

Isso que eu chamo zelar pelos interesses de seus clientes até as últimas consequências… Publicado no jornal O Estado de São Paulo, de 20/01/08, e recebido por intermédio do clipping da AASP:

“Advogados fazem malabarismos contra as escutas

O medo do grampo telefônico tem provocado situações inusitadas. Para fazer um acordo entre dois rivais comerciais, um advogado promoveu encontro em uma praia do Rio. Ali, os dois empresários foram obrigados a trocar ternos por sungas e a conversar na água, segundo o advogado de um deles, o Kakai, no livro A Era do Escândalo, do jornalista Mário Rosa.

Questões existenciais

– Já que os homens são todos iguais, então por que vocês, mulheres, escolhem tanto?

– Por que, algum tempo depois de escolhido, vocês sempre passam a dizer que o caboclo tem tantos defeitos que “no mercado” existiriam outros melhores?

– E depois, tendo voltado “ao mercado” e conseguido outro, teimam em dizer que “o antigo” tinha esta ou aquela qualidade insuperável?

Sinceramente?

Não consigo entender…

Kombi

Uma pérola para cultura inútil: a palavra Kombi (sim, referente àquele carro de uma aerodinâmica ímpar NO MUNDO), vem do alemão Kombinationskraftwagen*, e que, segundo nosso consultor linguístico de plantão (numa de nossas últimas sessões etílicas), trata-se de termo oriundo da língua alemã e que significa nada mais nada menos que “veículo-diferente-feito-para-japonês-carregar-barraca-de-feira-né”

 

 

* Na realidade significa “veículo de uso combinado”, ou melhor dizendo, “utilitário”

Adevogados…

Um chefão da Máfia descobriu que o seu contador lhe havia desviado dez milhões de dólares.

Esse contador era surdo. Por isso foi admitido pois, além de ser um deficiente físico, ele nada poderia ouvir para, depois, ter que testemunhar em algum tribunal.

Quando o chefão foi dar um arrocho no contador sobre os dez milhões, levou junto seu advogado, que sabia a linguagem de sinais dos surdos.

O chefão perguntou ao contador: “Onde estão os dez milhões que você levou?”

O advogado usando a linguagem dos sinais perguntou ao contador onde estavam escondidos os dez milhões, que logo respondeu (em sinais): “Eu não sei de que vocês estão falando.”

O advogado traduziu para o chefão: “Ele disse não saber do que se trata”.

O mafioso então sacou a pistola 45 e encostou-a na testa do contador, gritando: “Pergunte a ele de novo…”

O advogado sinalizando para o infeliz: “Ele vai te matar se não contar onde está o dinheiro.”

O contador sinalizou em resposta: “Ok, vocês venceram, o dinheiro está numa valise marrom de couro, enterrado no quintal da casa de meu primo Enzo, no bairro de Queens!”

O mafioso perguntou ao advogado: “O que ele disse?”

O advogado respondeu: “Ele disse que você não é macho o suficiente pra puxar o gatilho…”

Alê Félix, a Viajandona

Ultimamente uma de minhas leituras obrigatórias é o blog-diário da Alê Félix, que está viajando pela América do Sul do jeitão dela. Pouca grana, desfrutando perrengues homéricos, variando do mau humor absoluto à mais divertida molecagem que se possa imaginar, mas conhecendo o lado humano de cada localidade por onde passa, se redescobrindo como pessoa nesse “Caminho de Santiago” dos Andes. Acompanhem comigo alguns trechinhos dessa desventura:

29/11/07: Tem uns quinze dias que dei um chutão no meu inferno astral e me mandei pro Rio. Ah, o Rio de Janeiro… E aquele povo. Puta que o pariu de lugar abençoado, de gente engraçada, leve… Adoro até o humor rabugento do dono do apartamento que alugamos e que simplesmente ignora a existência e presença de paulistas.

15/12/07: Viajo daqui a pouco, não planejei nada, não falo nada de espanhol, não tenho data pra voltar, tô indo sem reservas, sem fazer a menor idéia do que há para ser visto, sem ter estudado o melhor percurso que farei chegando na Venezuela e seguindo em direção a Colômbia, Equador, Bolivia e Peru. Não sei onde estarei no Natal e muito menos no Ano Novo. Só sei que tenho uma passagem de ida para Caracas, saindo de Guarulhos hoje a meia noite. Tenho meus poucos quinhentos dólares na carteira e um tênis que custou quase isso e que eu espero que me ajude no folego que me falta. Vou de mochilão, vou atravessar os países de onibus apesar das recomendações, vou dançando salsa, vencendo meus medos da solidão, testando meus limites, escrevendo e fotografando. Voltarei pra cá sempre que der. Fui.

26/12/07: E agora, chegando em Quito estava conversando sobre as minhas impressoes sobre a Venezuela e lembrei que escrevi merda no post abaixo. Ignorem o que eu digo, eu estava num pessimo humor quando escrevi e tudo me parecia pior do que realmente tinha sido. Eu conheci muito pouco e muito rapidamente o país, tive o prazer de ser presa por tres horas no Palacio Miraflores e depois ainda conseguir nao só a camera fotografica de volta como tirar fotos com a boina do guarda que me prendeu, fora outras situacoes e pessoas que nao dei o devido valor. Como dizia Fernandinho (um colombiano simpaticao que adora o Brasil e queria o tempo todo que eu falasse em portugues e nao em portunhol porque era muito mais charmoso), nao é todo dia que se vive e parece que eu esqueci o quanto sao valiosos esses momentos de perrengue.

27/12/07: Ah! Tambem me escondi dentro daquele lugar onde o padre fica quando as pessoas se confessam. Uma senhora deve ter confundido minha capa equatoriana com alguma santidade papal e veio me contar suas travessuras. Fiz uma super-capsula imitando voz masculina e sai de la correndo antes que me prendessem tambem no Equador. Preciso parar com essas manias, mas quase sempre é irresistivel. Tomara que deus seja um cara bem humorado, senao eu to lascada.

31/12/07: Nao suporto correr riscos, mas tambem nao suporto ficar parada vendo minha passar toda certinha e bonitinha igual a da cartilha que a maior parte de nós segue sem questionar, sabe? Igual a de todo mundo que nem sabe porque trabalha, para quem vive, pelo que sonha, por quem goza… Pra que uma casa propria? Por que casamos? Por que tantas compras? Pra que tanta economia? Por que é tao importante ter filhos? Por que trabalhamos com o que nao gostamos? Por que nos sujeitamos a uma vida que nao vale uma vida? Por que mentimos para nós mesmos mais do que mentimos para as outras pessoas? (…) Feliz ano novo pra voces… Arrisquem. Arrisquem sempre que for possivel. Arrisquem novos caminhos, pensem diferente, pensem no que realmente querem fazer com os poucos anos que ganhamos de presente. A cartilha pode ser quentinha, mas as vezes sentir frio na barriga, gelo na espinha e arrepio na nuca é o que precisamos para nos sentirmos vivos.

02/01/08: Nao sou muito chegada a turistas e os lugares eleitos por eles. Nao aguento aquelas carinhas alegres comprando pacotes para trenzinhos, manja? Nao que eu nao ande neles. Minha alma brega acaba entrando nessas presepadas (sempre!) e se divertindo pra burro mesmo quando meu cerebro me empurra para as ruas onde vivem as pessoas reais. Curto passear pelas berimbocas, fotografar escondidinha, fotografar escancaradamente, conversar, conversar e conversar. Por sorte, ontem meu cerebro estava dominante e fui para as ruas mais afastadas onde festejariam os moradores de Banos…

No apagar das luzes

E eis que chegamos ao último dia do ano!

Estamos a apenas algumas horas do Réveillon (é, eu também achei esquisito, mas é assim mesmo que se escreve) e resolvi dar uma passadinha por aqui para uma rapidinha – a última de 2007.

A bem da verdade já há alguns dias venho ruminando o que escrever no dia de hoje…

Primeiro pensei em fazer uma espécie de retrospectiva pessoal do ano que passou, os fatos marcantes, os grandes acontecimentos, as melhores histórias, etc. Percebi que não teria assunto para nem meia dúzia de linhas…

Então imaginei algo mais zen, falar sobre as grandes novas amizades que surgiram no decorrer desse ano, sobre aquelas que se consolidaram, bem como aquelas que continuam marcantes, apesar da distância e da falta de contato. A redescoberta de parte de minha própria família – tanto os que estão longe quanto os que estão perto – foi uma constante nesse período. Mas isso tudo é algo por demais intimista, que diz respeito ao carinho especial que tenho por cada um de meus amigos e amigas (quer sejam parentes ou não), e resolvi deixar isso de lado.

Pensei em dar uma repassada pela política. Cogitei em falar sobre tecnologia. Quase escrevi sobre música. Família. Crianças. Software livre. História. Genealogia. Língua portuguesa. Causos – jurídicos ou não. E(in)volução da legislação.

Tudo isso bailou em minha mente, mas nada se fixou.

Pensamentos que fluíram como folhas que rodopiam correnteza abaixo num pequeno e límpido riacho…

Pois é.

Já é a trigésima oitava vez que atravesso de um ano para outro. Acho que não tenho mais expectativas mirabolantes sobre o ano vindouro. Não é o simples encerramento de um ciclo solar que vai fazer com que um ser humano mude por completo seu caráter, sua personalidade, seus planos, seus anseios ou sua capacidade de dar com os burros n’água.

Pensando bem, creio que sequer lembro-me de meia dúzia ou mais passagens de ano. Assim, dos detalhes, ao menos. A maior parte – tenho certeza – foi em família. Qualquer que seja, minha, de outros, a antiga, a atual, mas em família.

Particularmente, tenho carinho especial por uma que passamos a três: eu a Dona Patroa e o filhote mais velho (único à época) – ainda baila na lembrança a carinha sorridente dele com toda aquela festança colorida só nossa…

Noutra oportunidade – creio que no ano anterior – estávamos também nós três em plena praia vendo a queima de fogos, milhares de pessoas (eu disse milhares de pessoas) perambulando para todos os lados e quem encontro? Meu amigo, compadre, companheiro e sócio Luisinho. Se tivéssemos combinado, não teria dado tão certo!

Muitas vezes passei com amigos. Muitas vezes na balada. Pelo menos duas (ou três) tenho certeza que fiquei zanzando sozinho pelas ruas da cidade, sem vontade alguma de participar de nada daquilo.

Mas, para quem ia dar apenas uma rápida passada, já estou me estendendo por demais. A Dona Patroa já está pressionando para sairmos e ainda preciso me trocar.

Então fica aqui uma simples pergunta para quem quiser ou ousar responder: alguém realmente se lembra de todas suas passagens de ano? Qual a melhor? Qual a pior? E que tal foi essa última, então?

Tá, eu sei, não foi apenas uma pergunta – mas vocês pegaram o espírito da coisa!

Pois bem, crianças, volto em 2008. Provavelmente mais pro final da semana…

Boas festas a todos!