Profissionais da comunicação

Cena: pai, todo orgulhoso, num restaurante na hora do almoço, explicando que o filho de apenas quatro anos recém- completados adora esportes, todo tipo de esportes, sem exceção:

– O garoto é assim. Sempre gostou de esportes. Tô até pensando em inscrevê-lo numa escolinha de natação, mas vou esperar o verão, né? Tá muito frio por estes dias… – e , virando-se para o petiz, ali do lado – E aí? Que é que você acha filhão?

– Paaaaaai… Eu gosto de assistir esportes, não de fazer esportes…

Na hora quase engasguei ante um iminente acesso de riso.

O pai ainda tenta se justificar: “Tá vendo? Essa criançada de hoje é muito esperta mesmo….”

De fato. Como já dizia o Velho Guerreiro, quem não comunica…

Harry Potter e sua tradução

E então foi feito um super hiper ultra mega blaster advanced plus evento para o lançamento mundial do sétimo (e último?) livro da série, cujo título é “Harry Potter and the Deathly Hallows” (Harry Potter e as Relíquias da Morte).

E então esse lançamento se daria de forma sincronizada em todo o mundo sob a batuta da autora, J. K. Rowling.

E então, alguns dias antes, alguém conseguiu burlar o esquema de segurança, fotografou TODAS as páginas do livro e – adivinhem? – disponibilizou na Internet!

E então a brasileirada, não contente em ter somente a versão em inglês em mãos, e ainda ter que esperar até novembro para que a editora Rocco, por intermédio de Lia Wyler, tradutora oficial da série, se dignasse a publicar o livro, bem, o que eles fizeram? O impensável: reuniram-se virtualmente e através do trabalho em equipe traduziram TODO o livro. Ah, sim, em tempo recorde.

Detalhe: desta vez a ação se deu sob a batuta de Isadora, internauta, fã da série e que tem apenas 14 anos!

Várias lições podem ser tiradas do episódio: desde que haja um ideal comum, qualquer que seja, tudo é possível; “A informação quer ser livre”; internautas unidos jamais serão vencidos; e outras quaisquer interpretações que se aventurem a atribuir ao ocorrido…

Mas o fato é que, assim como o mercado fonográfico, o mercado editorial não está preparado para “lidar” com essa tal de Internet e, menos ainda, com essa teimosa liberdade de expressão que ela proporciona.

Pirataria? Sim. Crime? Sim. Os internautas deixarão de agir assim? JAMAIS! A lei brasileira já é retrógrada no que diz respeito aos direitos autorais e essa situação só piora quando falamos dos meios digitais. Esse foi apenas um pequeno exemplo de como as coisas podem ficar confusas não pela falta, mas pelo excesso de regulamentação. Quanto maior for a intenção de se deixar algo devidamente organizado e ordenado, de uma forma diretamente proporcional, maior será a probabilidade de que tudo isso dê com os burros n’água, principalmente em função daqueles que não se permitem vergar a tais situações.

Bem, enfim, o “estrago” está feito. O curioso é que, de forma surpreendente, a editora Rocco não se incomodou muito com tudo isso. Demonstrou apenas que possui uma séria expectativa de que “fã que é fã vai comprar o livro oficial”.

Bom, muito bom.

Eu, certamente, farei isso.

Aliás, não adianta procurarem o livro para download. Ele não está em nenhum lugar provável na Internet. Mas quem resolver se aventurar nos cantos mais improváveis da Rede, pode ser que ache alguma cópia por aí. Elas estão indo e vindo, aparecendo e desaparecendo, nos mais variados sites. Um bom lugar para iniciar uma busca é no próprio Orkut.

É certo que talvez o texto final possua alguns erros de português e até mesmo de tradução. Mas nada disso é intransponível para um “verdadeiro fã”

De minha parte, o meu arquivão pê-dê-éfe já está garantido, devidamente downloadeado e arquivado nas catacumbas do meu computador! 😀

Nuvem cinzenta

Mais um dia cinzento pela frente. Tem dias que dá vontade de simplesmente ser como o Chefe-Cavalo-Galopante. Não conhecem a estória? Aí vai:

Um índio entra com toda calma no saloon, com uma escopeta numa mão e um balde de bosta na outra.

– “Cavalo Galopante” querer café.

O garçom lhe serve uma xícara, que ele esvazia num gole só. A seguir joga o balde de bosta para cima, dá-lhe um tiro certeiro, espalha merda pra todo lado e vai embora.

Na manhã seguinte ele retorna ao saloon, pede outro café e pergunta porque ainda não limparam tudo.

O dono do bar corre imediatamente pro balcão e, puto da vida, diz:

– Como é que é ??? De jeito nenhum !!! A gente ainda nem conseguiu terminar de limpar a sua estripulia de ontem e você ainda tem a audácia de voltar aqui, sem nem ao menos dar uma explicação???

Então o índio explica:

– Mim fazer curso management. Querer virar executivo. E ontem fiz trabalho prático. Mim chegar de manhã, tomar café, espalhar merda e desaparecer resto do dia.

E conclui:

– Hoje cobrar resultado.

Manifesto Hacker

Outro dia assisti (novamente) um filme que já pode ser chamado de antigo: Hackers.

Tudo bem que não é lá nenhuma super produção, mas o filme tem seu charme. Sei que muita gente (vulgos “entendidos”) desceu a lenha nesse filme, dizendo ser um dos piores já feitos ao abordar esse tema.

Mas discordo veementemente.

O filme tem pelo menos três grandes pontos fortes.

Em primeiro lugar preocupou-se em “traduzir” para os leigos toda aquela linguagem informática. Fez isso com os recursos que tinha à época, concentrando-se mais na linguagem visual do que na técnica propriamente dita. Até porque, para quem não é da área, seria muito chato um filme mostrando as invasões de hackers da maneira como realmente acontecem (comandos, scripts, comandos, telas de texto e mais comandos). De se destacar alguns pontos interessantes que aparecem no filme na busca de elementos, como a chamada engenharia social, os manuais técnicos utilizados, as incursões nos lixos das empresas, as políticas de segurança, e por aí afora.

Em segundo lugar, o filme possui, antes de mais nada, um alento de saudosismo, de ingenuidade. Você percebe a luta do grupo em manter seu padrão ético. Subversivo, sim, mas ainda assim totalmente ético. E com isso vem à tona das lembranças os áureos tempos de transgressão ginasiais. Não éramos guiados por interesses financeiros ou de ganhos pessoais, seja a que título for. Na verdade os interesses diziam respeito à sede pelo conhecimento, à capacidade de realização e – por que não? – a um pouco de divertimento também. Mas a gente cresce e o mundo acaba ficando mais complicado, mais difícil, mais cinza (como o tempo chuvoso lá fora…). Para onde foi tudo isso? Para onde foi aquela antiga convicção de que iríamos mudar o mundo? Eu também não sei…

Aliás, eis o trecho final de um texto citado no filme, conhecido como O Manifesto Hacker, escrito originalmente em 8 de janeiro de 1986 por The Mentor.

Este é nosso mundo agora. O Mundo do elétron e do switch, a beleza do modem, a lógica do zero e um, positivo e negativo, dentro e fora. Nós nos utilizamos de um serviço já existente recusando-nos a pagar pelo que deveria ser baratíssimo se não fosse comandado por glutões corporativistas ambiciosos. E vocês nos chamam de criminosos.

Nós exploramos e vocês nos chamam de criminosos. Nós buscamos conhecimento e vocês nos chamam de criminosos. Nós existimos e sobrevivemos independente de raça, nacionalidade ou orientação religiosa e vocês nos chamam de criminosos…

Vocês constróem armas atômicas, vocês declaram guerras, matam, trapaceiam e mentem tentando convencer-nos de que é para nosso próprio bem e mesmo assim tem a maldita cara de pau de nos chamar de criminosos.

Sim! Eu sou um criminoso! E meu crime é o de curiosidade! Meu crime é o de julgar as pessoas pelo que elas falam e pensam e não pela sua aparência.

Meu crime é o de ser mais esperto do que vocês, algo pelo que vocês nunca vão me perdoar…

Eu sou um hacker, e este é meu manifesto. Vocês podem até barrar este indivíduo. Mas você NUNCA vai conseguir acabar com todos nós. Afinal de contas… Somos todos iguais…

Bem, e em terceiro lugar (e sei que vou ser massacrado por isso), outro ponto forte do filme é poder assistir à Angelina Jolie com uns dezoito aninhos, mais ou menos no começo de carreira… 😉

Dieta: o fim?

Pois é, gente.

Acho que já deve estar mais ou menos bom…

Convenhamos: eu realmente estava precisando dar uma controlada no peso.

Mas, apesar de não ser um cara lá muito vaidoso, eu sou um cara muuuuuito sistemático. O período de controle absoluto (estilo “Vigilantes do Peso”) foi de 20/02 até hoje – 20/07, ou seja, cinco meses apenas.

A tal da dieta do carboidrato propriamente dita somente começou lá pelo quadragésimo dia (é quando a linha do gráfico começa a despencar), então temos, basicamente uns três meses e meio.

Confesso que, para horror do amigo Bellini (fundador dessa dieta aqui no trabalho), eu trapaceei. Sim, senhoras e senhores, eu trapaceei. Não deixei de tomar minha cervejinha e muito menos o bom e velho tablete de doce de leite logo após o almoço. Fui em churrascos, aniversários, festas e afins e não passei vontade. Apenas controlei a boca e o paladar. Isso explica os altos (picos, na realidade) e baixos no gráfico lá do começo…

Dos originais 100,6 kg, mais de uma arroba depois (tomou, Paulo?), agora me encontro com 84,2 kg. Agora o negócio, segundo me explicou tecnicamente minha amiga Sheila, é manter: para cada quilo perdido devo contar um mês de manutenção do peso. É… Ainda tenho quase um ano e meio pela frente…

Isso porque meu filhote mais velho teima que, antes de começar o controle, eu estava com 104 kg. Não duvido, pois eu estava numa fase em que evitava balanças de uma maneira tal assim como o diabo foge da cruz.

Resultados? Digam vocês mesmos. Essa foto abaixo foi tirada no início de fevereiro, no churrasco em comemoração aos dez anos de formatura da minha turma da faculdade.

Já essa foto seguinte foi tirada hoje de manhã. Apesar de estar vestindo uma camiseta preta, garanto que foi coincidência: sem truques! Acho que dá pra perceber que perdi uns quilinhos…

E então? Tá bom? Acho que já posso – finalmente – decretrar o fim da dieta e passar para a fase de controle…

Grandeza animal

– Mãiê?

– Oi, meu amor.

– O que é maior: um inseto ou uma formiga?

– Não faz sentido, meu anjo, pois a formiga é um tipo de inseto.

– Ah…

Com todos à mesa durante o café da manhã, após essa resposta, do alto de seus cinco anos de idade, o filhote do meio parou, pensou, sorveu calmamente mais um longo gole de sua canequinha, olhou desconfiado com o rabo dos olhos e voltou à carga.

– Mas então o que é maior: um inseto ou uma formiga?

A Dona Patroa, sorrindo para ele, deu um longo suspiro e tentou de novo.

– Meu amor, não tem como dizer o que é maior, pois é a mesma coisa. A formiga é um tipo de inseto. Assim como tem a aranha, o pernilongo, o mosquito, também tem a formiga e todos são um tipo de inseto. No reino animal, além dos insetos, temos também as aves, como os passarinhos, temos também os herbívoros, como as vaquinhas, temos também os mamíferos, como nós e todos aqueles outros tipos de animais que mamam um leitinho. Entendeu?

– Ah… Sim!

– Agora você sabe porque não dá pra comparar o tamanho de inseto e de formiga, porque é a mesma coisa?

– Sim!

– Então tá bom…

Dessa vez foi ela quem calmamente começou a levantar sua xícara de café, quando:

– Mãiê?

– Oi, meu amor.

– Então, o que é maior: um mamífero ou uma baleia?…

Celular roubado: contrato cancelado

É bom deixar anotada essa notícia para futuros casos de emergência…

Roubo de celular gera cancelamento de contrato com operadora

Publicado em 16 de Julho de 2007 às 11h22

O roubo de aparelho celular é um fato imprevisível, que leva à rescisão do contrato realizado com a operadora, sem qualquer despesa para o consumidor. Assim decidiu a 18ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, ao julgar um processo de uma cliente de Juiz de Fora, que teve o celular roubado, contra uma operadora de telefonia celular.

A decisão impõe à operadora o cancelamento do contrato, sem qualquer despesa para a consumidora, proibindo a cobrança de débitos e o lançamento de seu nome em cadastros de inadimplentes, sob pena de multa diária de R$ 50, até o valor máximo de R$ 5 mil.

A cliente adquiriu o celular e aderiu a contrato com a operadora em 31 de dezembro de 2005. Pelo contrato, a cliente se obrigou a efetuar o pagamento das mensalidades da assinatura do plano pelo prazo de 12 meses. O aparelho foi adquirido para uso do sobrinho da cliente, então com 14 anos.

Em 25 de abril de 2006, o adolescente foi vítima de um roubo à mão armada em via pública de Juiz de Fora, ocasião em que levaram seu aparelho celular. O fato foi registrado em Boletim de Ocorrência.

A titular da linha comunicou o fato à operadora, solicitando o cancelamento do contrato, já que, sem o aparelho, não poderia mais utilizar os serviços. Entretanto, a operadora exigiu o pagamento de “taxa de cancelamento do contrato”, no valor de R$ 300.

Inconformada, a consumidora ajuizou ação contra a operadora, pedindo o cancelamento do contrato, sem despesas para ela, bem como a suspensão da cobrança das mensalidades e que a operadora fosse proibida de inscrever seu nome em cadastros de inadimplentes.

A sentença de 1ª instância acatou o pedido, fixando multa diária de R$ 50, até o valor máximo de R$ 5 mil, em caso de descumprimento.

A operadora recorreu ao Tribunal de Justiça, alegando que, mesmo após a perda do aparelho celular, a relação contratual subsiste. Segundo a empresa, nesse caso, basta a aquisição de novo chip pelo consumidor, para que o contrato seja cumprido até o prazo estabelecido, o que foi recusado pela cliente.

Os Desembargadores Fábio Maia Viani (relator), Guilherme Luciano Baeta Nunes e Unias Silva, entretanto, confirmaram a sentença.

Segundo o relator, “o roubo do aparelho celular alterou a realidade dos fatos, porquanto a consumidora teria que desembolsar valores para adquirir novo aparelho e chip, o que, sem dúvida, resultaria em mudança da situação econômica”.

“O cumprimento do contrato só é exigível enquanto se conservarem imutáveis as condições externas”, ressaltou o Desembargador.

Processo: 1.0145.06.320869-1/001

Fonte: Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais