Removendo vuvuzelas da transmissão da Copa

Prestando mais um relevantíssimo serviço de utilidade pública, este humilde pseudo-blog vem compartilhar com todos seus quase quatro cinco leitores essa informação preciosíssima (recortada-e-colada daqui) acerca de um filtro de áudio que permite remover o som das vuvuzelas da transmissão da Copa.

Quem tem um PC perto da TV onde assiste os jogos da Copa pode se livrar do irritante som das vuvuzelas usando um filtro de áudio fácil de obter, e ligando a saída de áudio da TV à entrada certa da sua placa de som, é claro.

A mágica é feita com o bloqueio das frequências de áudio das infames cornetas, usando para isso o software Jack (e seus amigos) para processar o som da transmissão, que passará a sair pelas caixas de som do seu micro. Seria interessante também um filtro para evitar o efeito do Bingo do Galvão, mas pelo menos para isso há alternativas em outros canais.

Via Maurício Teixeira recebi esta dica que explica passo-a-passo como configurar este filtro no Fedora. As eventuais adaptações para outros sistemas ficam como um exercício para o leitor – ao menos enquanto não se confirma que a FIFA pensa em banir o famigerado instrumento. (via fetzig.org)

Resíduos sólidos

Em solidariedade ao Copoanheiro, eis aqui seu post – na íntegra.

Por conta da vaidade de dois senadores tucanos, com aval do líder do PSDB, Arthur Virgilio, o Plano Nacional de Resíduos Sólidos foi, mais uma vez, engavetado — pelo menos temporariamente. Ontem o PNRS deveria ter sido votado, mas aí os senadores Cícero Lucena e Flexa Ribeiro fizeram nhenhenhém por não integrarem as comissões. O @Sérgio Abranches conta tudo como foi pro Heródoto, na CBN.

Mais no Correio Braziliense: Política para resíduos sólidos quase foi votada após duas décadas de tramitação, mas manobra encerrou a sessão.

Aula de Direito Constitucional

Nós, juristas, somos críticos, mas até certo ponto. Partimos de algumas premissas que não questionamos por uma razão muito simples: não precisamos questioná-las, nem temos tempo para questioná-las, nem nossa formação acadêmica nos dá elementos para questioná-las. Nesse aspecto, somos mesmo “dogmáticos” no sentido mais estrito e pejorativo do termo, uma vez que confiamos em nossas opiniões sem examinar criticamente os seus fundamentos, desconsiderando liminarmente qualquer ponto de vista que possa colocá-las em dúvida.

Para nós, a verdade jurídica está em um fantasioso “ordenamento jurídico”, que aprendemos a respeitar não apenas porque ele nos fornece o nosso ganha-pão, mas também porque é nele que depositamos as nossas esperanças e apostamos as fichas de nosso “sentido de vida”, pelo menos da nossa vida profissional. A justiça está em um livro verde e amarelo meio desbotado, escrito por alguns sujeitos que nunca vimos na vida, a não ser através de imagens. Acima da Constituição, só há a metafísica, a filosofia, a teologia e as estrelas: e o jurista comodamente finge que não precisa voar tão alto uma vez que as respostas para as nossas perguntas já são todas fornecidas por esse oráculo mágico e sagrado chamado “ordenamento jurídico-constitucional”. Com isso, deixamos de especular acerca de um suposto fundamento último de nossas convicções, sobretudo quando nossas convicções funcionam normalmente e, na maioria das vezes, nos levam na direção correta. Qualquer semelhança com as crenças religiosas não é mera coincidência: o fundamento é essencialmente o mesmo.

Alyson Mascaro, em seu livro Filosofia do Direito
George Marmelstein Lima

Emenda à Inicial: No afogadilho desta semana que quase já acabou, cometi DOIS equívocos (tá, tá, errei mesmo). Primeiramente que, ainda que tenha colocado as aspas,  não citei a fonte do texto – que é o link ali no nome do autor. E, segundamente, não prestei a devida atenção no próprio texto do post recortado-e-colado, pois me confundi (sim, eu sei, errei mesmo) no tocante à autoria do trecho acima. Graças à futura doutora Taiane (vide comentários deste post) é que pude me redimir. Agradeço sinceramente pelo aviso!

Família Santa Clara

Algumas coisas a gente tem que simplesmente replicar, no bom e velho recortar-e-colar, para aqueles que não acessam os mesmos blogs que a gente também tenham conhecimento. O texto a seguir teve origem no Eneaotil e, como dito pelo copoanheiro Bicarato, “é longo, mas vale cada palavra”.

Tem razão.

Realmente vale cada palavra e deve ser lido na íntegra.

Aos leitores do Eneaotil, nunca pedi nada por aqui. Mas gostaria de fazer um barulho em relação a essa história. Peço que leiam até o final e que divulguem. Que contem a seus amigos jornalistas, que enviem esta história para os jornais, que relatem tudo o que eu contei aqui hoje, na mesa do jantar. Que compartilhem este escândalo no Google Reader, no Twitter, em listas de discussões. Que ajudem. Porque todo mundo aqui teve a oportunidade de ter uma família e sabe o quanto isto foi importante.

**

Santa Clara
O casamento da Claudinha e do Pablo

Conheci a Família Santa Clara no casamento da Claudinha e do Pablo, em 2006, quando fui até o Rio de Janeiro para prestigiar a boda dos amigos e passar uns dias com meu irmão. Nunca tinha ido a um casamento daqueles, com uma família tão grande. Tão grande que não tinha espaço no altar montado na sala da casa para todos os padrinhos. Nem espaço para todos os amigos, primos, irmãos, tios, tias acompanharem a cerimônia sentados.

É melhor explicar tudo do começo: o Pablo é filho do Seu Cícero e da Dona Eliete, casal que, apesar do sobrenome Soares de Castro Rosa, criou a Família Santa Clara. Fazem parte desta família, além dos três já citados anteriormente e de Claudinha que se juntou a todos em 2006, Thiago e Diogo, filhos de sangue de Seu Cícero e da Dona Eliete, e outras dezenas de crianças, adolescentes e jovens que a sociedade abandonou, renegou, nem quis saber.

É isso mesmo: além de ter três filhos de sangue, Dona Eliete e Seu Cícero resolveram cuidar de gente que vinha das ruas, que tinha sido abandonada pela família biológica, órfãos e todos os outros tipos de vulnerabilidade social que se pode imaginar.

Desde que a Santa Clara surgiu mais de 1000 pessoas já fizeram parte desta família, cresceram e se desenvolveram naquela casa gigante de Vargem Grande, no Rio. Foram incluídos na sociedade, receberam estudo, proteção e, sobretudo, amor. Alguns saíram dali direto para uma Universidade, um futuro que parecia impossível. Outros saíram dali para construir sua própria família. E só pode ter sua própria família quem sabe o que significa ter uma.

**

No casamento de 2006, entendi que ali não era um simples abrigo. Eu, que trabalho com educação e projetos sociais há 10 anos, vi que o clima era mesmo diferente. Não era uma associação, um abrigo frio onde crianças e adolescentes esperavam uma adoção, um lugar simplesmente provisório onde se podia sonhar com uma vida melhor. O sonho era ali, acontecia todos os dias.

Ter uma família significa muito mais do que ter oportunidade de cursar uma faculdade, de fazer uma oficina de costura, de dança, de leitura e produção de textos, de agricultura, de informática e de artesanato, como a maioria dos projetos sociais oferece por aí (e, diga-se de passagem, a Santa Clara oferece também).

Ter uma família é poder assistir à novela junto antes de dormir, sentar à mesa para comer e contar como foi o dia, esfolar os joelhos e receber um beijo da mãe para sarar, tomar bronca do pai quando comeu o biscoito antes da refeição e perdeu a fome. É brincar com o cachorro, correr no quintal, sentar com as irmãs na cama para fazer fofoca, receber visita dos tios no fim de semana, ouvir música que a maioria gosta (ou que só você gosta). É aprender com os pais a ter senso crítico, a ter responsabilidades. É ficar de castigo quando foi para a Diretoria na escola, é ter alguém para ir à reunião de pais e mestres pegar as suas notas. É alguém te chamar pelo nome, é ter um nome e um sobrenome. É poder ir ao casamento do seu irmão sem mesmo precisar ter o mesmo sangue.

Todos eles estavam no casamento, centenas de pessoas. Todas as crianças de vestido, bem arrumadas, bem penteadas. Talvez a única oportunidade que tenham tido para ir a um casamento.

**

Conheci William Prudêncio durante a cerimônia. Lindo, com a mesma idade que eu. Em 2006, tínhamos 23 anos e ele morava na Família Santa Clara desde 1998. Chegou lá aos 15 anos, transferido de outra instituição onde só se podia ficar até esta idade.

Sua mãe está viva, mas William não sabe dela. Deixou-o ainda pequeno com uma senhora que faleceu quando ele tinha 8 anos de idade. A idade que o Lucas tem hoje. E dos 8 aos 13 morou no morro, na favela e em outras comunidades. Até morar na rua.

Aí, aos 13 anos, pediu ajuda em uma instituição, onde só pode ficar até os 15 e depois foi para a Santa Clara. Até os 13 anos, nunca tinha sentado em uma sala de aula. Depois começou a freqüentar a escola. E quando foi para a Santa Clara, ganhou uma família. A influência de Seu Cícero e Dona Eliete, pessoas simples, mas cultas, fizeram com que William decolasse.

Hoje, aos 27 anos, já é economista formado e este ano conseguirá a graduação no curso de Relações Internacionais.

**

Voltei para visitar a família Santa Clara em julho de 2008. Conheci a tradicional festa junina (em 2008 foi julina), gigante também, do tamanho daquela família. As crianças brincavam à vontade na barraca (assim como meu filho Lucas), dançaram quadrilha, se divertiram. Uma grande fogueira queimava no canto da festa. A casa estava toda enfeitava.

Me lembro que eu estava em uma fase difícil. Tinha terminado um namoro de uma maneira sofrida, fui para distrair a cabeça. E só ali eu consegui. Não por causa do velho papo de que a gente esquece os nossos problemas quando conhece alguém em situação pior, pelo contrário. Eu não acredito nisso. A gente só esquece os nossos problemas do lado de gente feliz. E era ali onde eu estava: do lado de gente muito feliz.

**

Nesta semana, a Justiça foi até a Família Santa Clara e levou todas as crianças. Alegaram que a casa era inabitável e que aquele não era um ambiente bom para morarem. Uma bagunça ou outra, talvez, o que é normal em uma casa com bastante criança. Tenho medo de receber uma visita de um promotor público porque é capaz de levarem o Lucas embora já que ao entrar no meu apartamento é possível tropeçar em uma porção de brinquedos. O Lucas é bagunceiro. Isso não significa que a casa dele, junto da família dele, não é um ambiente bom para ele morar.

O Ministério Público alegou que a casa precisava de reformas, mas não havia dinheiro para tais reformas já que a Família Santa Clara funcionava da boa vontade de instituições e pessoas parceiras. Ninguém cuidava de crianças ali para gerar renda, para trabalho infantil, para produzir retorno financeiro. Só havia gastos, grandes gastos e nenhum incentivo público. Em 2006, o principal apoiador financeiro deixou de contribuir com a Santa Clara e eles passavam por dificuldades. Ao invés de apoiar com o pouco necessário, o poder público resolveu enterrar a família de vez. Tirou os filhos do convívio de seus pais, afastou irmãos do convívio de irmãos.

As crianças e os adolescentes menores de idade foram mandados para abrigos diferentes, em diversas regiões da cidade. E foram afastados das escolas por 10 meses, já que estavam matriculados em unidades escolares ali da região de Vargem Grande. Só poderão voltar a freqüentar as aulas no ano que vem.

Não entendo como isso pode ser melhor do que estar na Família Santa Clara. Não compreendo leis que determinam que os abrigos devem ser provisórios, por exemplo. A nova lei da adoção diz que a criança deve ficar no máximo dois anos. E depois? O que acontece se essas crianças não forem adotadas por uma família?

Tiraram crianças de 07 a 16 anos da Família Santa Clara. Quem adota um adolescente de 12 anos? 14 anos? 16 anos? O pior é a gente saber que tiraram essas crianças da única família que tiveram para mandar para família nenhuma.

**

Abaixo, a lista de crianças e adolescentes que foram retirados da Família Santa Clara:

W. tem 7 anos e é o mais novo. Estudava no Colégio Vargem Grande, que é particular. É irmão de U., de 8 anos, e N., de 13 anos. Estavam na casa há 5 anos aproximadamente. Não tinham nenhuma referência familiar. W. chorou a noite toda no novo abrigo e ainda não entendeu o que está acontecendo.

L. tem 9 anos e é irmã da menina G., de 10 anos e do adolescente G., de 15 anos. Estão na Família Santa Clara desde muito pequenos, as meninas desde bebê. A mãe faleceu e as duas estão começando a aceitar isso só agora, depois de muito acompanhamento psicológico e colo da Dona Eliete e Seu Cícero.

As meninas foram separadas do irmão, que foi enviado para outro abrigo.

L. tem 14 anos e é irmão de C., de 13 anos. Estão na família Santa Clara há 5 anos. Não tinham nenhuma referência familiar.

A. tem 13 anos e é irmão de A., de 9 anos. Os dois tem pai biológico, mas são visitados por ele no máximo uma vez ao ano.

A. tem 8 anos e é irmã de J., de 10 anos e do adolescente J., de 13 anos. Os três tem mãe, mas ela os mandou para a Santa Clara por diversos motivos. As meninas foram separadas do irmão e mandadas para abrigos diferentes.

A adolescente A. é a mais velha de todos os que foram separados da família Santa Clara pelo Ministério Público. Ela tem 16 anos e é órfã.

**
Para saber mais sobre a Família Santa Clara, acesse: http://www.familiasantaclara.org.br.

Assista à reportagem do RJTV, pelo link: http://g1.globo.com/videos/v/justica-fecha-associacao-santa-clara-em-vargem-grande/1271468/#/Todos%20os%20v%C3%ADdeos/page/1

Politicamente incorreto (de novo)

Tava eu bestando por aqui enquanto aguardava completar um download (Alice, te segura!) e resolvi dar uma fuçada nas catacumbas de meu computador.

E acabei por (re)encontrar os textos que baixei lá do Jesus me chicoteia!

Já tinha transcrito aqui no blog aquele do Noé (muito bom, por sinal) e agora segue o de Caim e Abel…

CAIM & ABEL

Passaram-se os anos, Eva já era uma senhora respeitável e Adão um velho safado. Levavam aquela vida besta, Adão saía para trabalhar, Eva ficava cuidando dos filhos e dos primeiros netos. Viviam sem grandes preocupações a não ser as brigas constantes entre os dois filhos mais velhos, Caim e Abel.

Como se sabe, Abel era pastor de ovelhas e Caim era agricultor, e viviam discutindo sobre qual das duas ocupações era mais nobre e útil. Abel era apegado aos pais e carinhoso com os irmãos; Caim era o terror das mulheres (suas próprias irmãs e sobrinhas, que era o que se podia arranjar, dadas as  circunstâncias da época). Abel era apaziguador por natureza; Caim não resistia à tentação de entrar numa briga.

Apenas uma vez chegaram a um consenso: por sugestão de Caim, formaram uma dupla sertaneja. Pela primeira vez pareciam irmãos de verdade e animavam as festas da imensa família com seu talento nato. Abel entusiasmou-se tanto que até se esqueceu do tênis de mesa, que tinha sido a sua sugestão de dupla, mesmo porque ninguém ainda tinha tido a idéia de inventar a bolinha.

Mas, como era de se esperar do temperamento de ambos, a harmonia durou pouco. Os irmãos começaram a brigar em todos os ensaios, e nos shows um queria aparecer mais que o outro, com agudos, glissandos,  scats e outros malabarismos vocais para impressionar a platéia e irritar o irmão. Vendo deus que a dupla de que era empresário ameaçava desmontar-se, resolveu tirar a prova dos nove e convocou os dois para um concurso. Cada um devia apresentar uma canção de própria escolha, e o que se saísse melhor seria aceito como líder, sem discussão. Ambos aceitaram.

Chegado o dia do concurso, com uma numerosa platéia (lembremo-nos que os tempos eram outros, as pessoas viviam mais e não tinham muito o que fazer além de sexo, o que levava a taxas de natalidade absurdas), Abel foi o primeiro a apresentar-se, com a música Segura Na Mão De Deus. Cantou a última estrofe de um jeito meio sincopado e terminou com um agudo impressionante. O coro de “Já ganhou!” durou dez minutos.

Ainda no meio da ovação dirigida ao irmão, Caim subiu ao palco. Olhou com ódio para o público e começou sua interpretação intimista e sofrida de Se Eu Quiser Falar Com Deus, e foi tão aplaudido quanto Abel.

Terminado o concurso, deus subiu ao palco para anunciar o vencedor. O resultado justo seria o empate, mas Caim arriscara -se cantando uma música cuja letra chegava a questionar a existência de deus, vejam só. Movido mais por despeito do que por critérios musicais, deus anunciou Abel como vencedor e entregou a Caim o Troféu Abacaxi. Abalado com a injustiça e a ironia cruel de tudo aquilo, Caim arrebentou o violão na cabeça de Abel e saiu correndo do palco. Abel morreu como consequência de traumatismo craniano grave, e deus condenou Caim ao pior dos estigmas: sair pelo mundo sem destino, cantando em churrascarias.

Com isso, deus criou o exílio e Caim inventou o assassinato e inaugurou essa tradição de sempre morrer um nas duplas sertanejas.

Como não fazer Powerpoint

Sei que a poeira estática tem se acumulado nos cantos aqui no Legal, mas – fazer o quê? Garanto que não é falta de inspiração e sim falta de tempo para escrever algo que realmente valha a pena (certo, Cacá?). Tudo bem, tudo bem, “o ótimo é inimigo do bom” era o que o Davi sempre dizia. Mas, enquanto fico nesta entressafra critativa, utilizando o bom e velho esquema do recortar-e-colar, vamos compartilhando os textos de quem efetivamente vale a pena.

No caso é do Jarbas, um copoanheiro virtual, que em poucas palavras transmitiu tudo que eu sempre quis dizer acerca dos Powerpoint (royalties, please, Bill…) da vida. O original tá bem aqui.

Você certamente já viu slides de Powerpoint hiper poluídos. Quem os faz acha que é moderno e bom comunicador. Quem os vê acha que está diante de uma chateação.

Num Powerpoint o que importa é a imagem. Nada de detalhes. Cada slide é um convite para destacar um ponto, para ilustrar uma idéia. Por isso, texto excessivo nos slides nada comunica. Por isso, imagens poluídas aborrecem a platéia. Essas descobertas não são novas. Os modernistas da antiga União Soviética sabiam disso. Nessa linha, produziam cartazes com imagens simples e poucos detalhes, com pouco ou nenhum texto.

Tentei encontrar um cartaz de Kandinsky sobre o exército vermelho. Na obra, o pintor mostra uma cunha vermelha que penetra numa superfície branca (o exército branco combatido pelas forças revolucionárias). Poucas palavras. Algo assim: o vermelho derrota o branco. Nada mais. Bem diferente de certos cartazes nos quais os comunicadores querem colocar “todas” as informações. Excesso em cartazes acaba não chamando atenção das pessoas. Acaba nada comunicando. Como não encontrei o cartaz de Kandinsky, coloco aqui um outro exemplo mais recente: cartaz que mostra a força dos aliados no combate ao nazismo [nota: a imagem à qual o Jarbas se refere é aquela lá de cima, tirada daqui].

Volto ao Powerpoint. Em recente exposição sobre a Guerra no Afeganistão, o exército americano produziu uma obra prima de como não produzir slides em Powerpoint. Reproduzo aqui figura publicada no The New York Times sobre complexidade da estratégia americana na guerra. Alguém comenta que o material não é uma “figura informativa, é um tigela de espaguete”. Não preciso dizer que o slide é exemplo acabado de não-informação.