Daquilo que não me sai da memória

Seu sorriso.

Seu jeitinho único de conversar.

Uma conversa sem fim.

Da qual não se quer fim.

Seu toque.

Seu envolver.

Minha confusão de sempre.

Um carinho, um bem querer, um gostar maior que qualquer outro.

Mas não o suficiente.

Uma franqueza doída.

Um pedido de desculpas.

Um coração apertado.

Uma despedida.

A culpa de sempre.

A já familiar sensação de fracasso.

Novamente.

E um beijo.

Um beijo triste.

Mesclado.

Salgado.

Salgado pelas lágrimas que lhe deram tom e sabor.

E o vazio.

Sexo? Só se for agora!

Nessas minhas viajandanças pela Internet eu encontro cada coisa…

Por exemplo: O que leva todos a fazerem sexo?

Na realidade é algo simples: porque é bom, todo mundo gosta, é bom, desestressa, é bom, relaxa, é bom, dá prazer e tudo mais.

Já falei o quanto é bom?

Porém não é só isso, sexo é uma das melhores coisas para a saúde no geral (ôpa!), ajudando nos mais diversos aspectos, muito dos quais você nem imagina.

Então fique esperto e saiba o porquê de fazer sexo sempre:

1. Menores chances de ter câncer de próstata, pois fazer sexo cinco vezes ou mais por semana diminui as chances de se ter esse tipo de câncer em um terço. (Meu bisavô precisava ter lido esse texto…)

2. Adios enxaqueca! Sexo frequente melhora a circulação de sangue no cérebro, o que diminui as chances da pessoa sentir dores na cabeça. (Conheço algumas mulheres que precisam ler esse texto…)

3. Sexo é perfeito para perder peso, com ele pode-se perder até 200 calorias facilmente, mas se você preferir pode fazer uma corridinha de 15 minutos, que dá o mesmo resultado. (Correr? Fazer sexo? Difícil escolha, hein?…)

4. Sexo é a melhor arma contra o envelhecimento, pois melhora a qualidade de vida das pessoas, que, menos estressadas, dormem melhor e sentem-se mais dispostas, deixando todos com uma melhor aparência. (Putz! Fudeu.)

5. Para mulheres: sexo previne celulite, pois melhora a circulação. (É do conhecimento até do reino mineral que somente as mulheres é que conseguem enxergar celulite nas mulheres…)

6. Deixa as mulheres mais bonitas. Estudos mostram que mulheres que praticam sexo frequentemente produzem mais estrogênio, deixando a pele lisinha e os cabelos brilhosos. (Hmmm…)

7. Faz bem pra “cuca”, pois existe um grande liberação de adrenalina durante a relação sexual, fazendo nossa cabeça funcionar melhor. (Piada pronta. Não vou me manifestar.)

8. Melhora os sentidos, pois diversos hormônios são liberados durante a relação, mas o grande destaque fica por conta do olfato, que tem sua eficácia melhorada pela ação dos hormônios da prolactina. (Não sei o porquê me veio à mente a música “Mania de você”…)

9. Melhora o famoso colesterol, pois equilibra o bom e o ruim. (Ah! Tinha que ter algum benefício pra saúde também!)

10. Te livra de doenças. Pessoas sexualmente ativas produzem mais imunoglobulina, que melhora o desempenho do sistema imunológico. (Mas é bom não dispensar o condom!)

E aí?

Tá esperando o quê?

😀

O amor bom é facinho

Ivan Martins
Revista Época

Há conversas que nunca terminam e dúvidas que jamais desaparecem. Sobre a melhor maneira de iniciar uma relação, por exemplo. Muita gente acredita que aquilo que se ganha com facilidade se perde do mesmo jeito. Acham que as relações que exigem esforço têm mais valor. Mulheres difíceis de conquistar, homens difíceis de manter, namoros que dão trabalho – esses tendem a ser mais importantes e duradouros. Mas será verdade?

Eu suspeito que não.

Acho que somos ensinados a subestimar quem gosta de nós. Se a garota na mesa ao lado sorri em nossa direção, começamos a reparar nos seus defeitos. Se a pessoa fosse realmente bacana não me daria bola assim de graça. Se ela não resiste aos meus escassos encantos é uma mulher fácil – e mulheres fáceis não valem nada, certo? O nome disso, damas e cavalheiros, é baixa auto-estima: não entro em clube que me queira como sócio. É engraçado, mas dói.

Também somos educados para o sacrifício. Aquilo que ganhamos sem suor não tem valor. Somos uma sociedade de lutadores, não somos? Temos de nos esforçar para obter recompensas. As coisas que realmente valem a pena são obtidas à duras penas. E por aí vai. De tanto ouvir essa conversa – na escola, no esporte, no escritório – levamos seus pressupostos para a vida afetiva. Acabamos acreditando que também no terreno do afeto deveríamos ser capazes de lutar, sofrer e triunfar. Precisamos de conquistas épicas para contar no jantar de domingo. Se for fácil demais, não vale. Amor assim não tem graça, diz um amigo meu. Será mesmo?

Minha experiência sugere o contrário.

Desde a adolescência, e no transcorrer da vida adulta, todas as mulheres importantes me caíram do céu. A moça que vomitou no meu pé na festa do centro acadêmico e me levou para dormir na sala da casa dela. Casamos. A garota de olhos tristes que eu conheci na porta do cinema e meia hora depois tomava o meu sorvete. Quase casamos? A mulher cujo nome eu perguntei na lanchonete do trabalho e 24 horas depois me chamou para uma festa. A menina do interior que resolveu dançar comigo num impulso. Nenhuma delas foi seduzida, conquistada ou convencida a gostar de mim. Elas tomaram a iniciativa – ou retribuíram sem hesitar a atenção que eu dei a elas.

Toda vez que eu insisti com quem não estava interessada deu errado. Toda vez que tentei escalar o muro da indiferença foi inútil. Ou descobri que do outro lado não havia nada. Na minha experiência, amor é um território em que coragem e a iniciativa são premiadas, mas empenho, persistência e determinação nunca trouxeram resultado.

Relato essa experiência para discutir uma questão que me parece da maior gravidade: o quanto deveríamos insistir em obter a atenção de uma pessoa que não parece retribuir os nossos sentimentos?

Quem está emocionalmente disponível lida com esse tipo de dilema o tempo todo. Você conhece a figura, acha bacana, liga uns dias depois e ela não atende e nem liga de volta. O que fazer? Você sai com a pessoa, acha ela o máximo, tenta um segundo encontro e ela reluta em marcar a data. Como proceder a partir daí? Você começou uma relação, está se apaixonando, mas a outra parte, um belo dia, deixa de retornar seus telefonemas. O que se faz? Você está apaixonado ou apaixonada, levou um pé na bunda e mal consegue respirar. É o caso de tentar reconquistar ou seria melhor proteger-se e ajudar o sentimento a morrer?

Todas essas situações conduzem à mesma escolha: insistir ou desistir?

Quem acha que o amor é um campo de batalha geralmente opta pela insistência. Quem acha que ele é uma ocorrência espontânea tende a escolher a desistência (embora isso pareça feio). Na prática, como não temos 100% de certeza sobre as coisas, e como não nos controlamos 100%, oscilamos entre uma e outra posição, ao sabor das circunstâncias e do tamanho do envolvimento. Mas a maioria de nós, mesmo de forma inconsciente, traça um limite para o quanto se empenhar (ou rastejar) num caso desses. Quem não tem limites sofre além da conta – e frequentemente faz papel de bobo, com resultados pífios.

Uma das minhas teorias favoritas é que mesmo que a pessoa ceda a um assédio longo e custoso a relação estará envenenada. Pela simples razão de que ninguém é esnobado por muito tempo ou de forma muito ostensiva sem desenvolver ressentimentos. E ressentimentos não se dissipam. Eles ficam e cobram um preço. Cedo ou tarde a conta chega. E o tipo de personalidade que insiste demais numa conquista pode estar movida por motivos errados: o interesse é pela pessoa ou pela dificuldade? É um caso de amor ou de amor próprio?

Ser amado de graça, por outro lado, não tem preço. É a homenagem mais bacana que uma pessoa pode nos fazer. Você está ali, na vida (no trabalho, na balada, nas férias, no churrasco, na casa do amigo) e a pessoa simplesmente gosta de você. Ou você se aproxima com uma conversa fiada e ela recebe esse gesto de braços abertos. O que pode ser melhor do que isso? O que pode ser melhor do que ser gostado por aquilo que se é – sem truques, sem jogos de sedução, sem premeditações? Neste momento eu não consigo me lembrar de nada.

Passado e Futuro

Gosto muito dos textos e citações (e imagens) desta menina. Invariavelmente me surpreendo com algo que parece ter sido escrito única e exclusivamente para minha pessoa. Mas imagino que isso deva acontecer com todo mundo…

Aqueles que se apegam às lembranças do passado, quanto aqueles que não conseguem esquecer os traumas, colocam suas energias no passado. Por outro lado, as pessoas que vivem esperando pelo futuro, depositando nele sua felicidade e realização, deixam pouca ou nenhuma energia no presente. E é apenas no agora que podemos construir nossas vidas.

Solstício de Inverno

 
Acima temos o desenho Firebird Suite (Fantasia 2000), baseado num conto russo em que o Espírito da Primavera fica frente a frente com o Pássaro de Fogo – retratando musicalmente e visualmente os temas vida, morte e ressurreição.

Para mim esse desenho (e a música – ah, a música…) representa magistralmente a figura dos solstícios…

Explico:

Na astronomia, solstício (do latim sol + sistere, ou seja, “que não se mexe”) é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho, sendo que o dia e hora exatos variam de um ano para outro. Aqui no Hemisfério Sul, quando ocorre no verão (dezembro) significa que a duração do dia é a mais longa do ano; já quando ocorre no inverno (junho), significa que a duração da noite é a mais longa do ano.

Na mitologia antiga o Solstício de Inverno – o menor dia do ano, a partir de quando a duração do dia começa a crescer – simbolizava o início da vitória da luz sobre a escuridão. Festas das mitologias persa e hindu referenciavam as divindades de Mitra como um símbolo do “Sol Vencedor”, marcada pelo Solstício de Inverno. A cultura do império romano incorporou a comemoração dessa divindade através do “Sol Invictus”. Com o enfraquecimento das religiões pagãs, a data em que se comemoravam as festas do “Sol Vencedor” passaram a referenciar o Natal (no hemisfério norte), numa apropriação visando incorporar à fé católica as festividades de inúmeras comunidades recém-convertidas.

Pois bem. Esse momento do ano marca o “retorno da luz” (tanto no sentido real quanto figurado), pois a partir dessa data o Sol renasce e retorna a seu ciclo em torno do planeta, cada vez mais forte, com os dias se tornando gradualmente mais longos, para chegar ao seu ápice no Solstício de Verão. Assim, o Solstício de Inverno é também uma comemoração de renascimento. Marca o fim do Outono, que representa a morte do que não nos serve mais e ao mesmo tempo o início do Inverno, trazendo com ele seus ensinamentos.

É a época de Inverno, em que a natureza está adormecida e em que muitas plantas morrem. É o fim do que foi plantado. Mas também é o momento de fertilizar o solo para o plantio na Primavera.

O Solstício de Inverno, neste ano de 2011, dá-se neste dia 21 de junho pontualmente às 14h16min.

E – mais uma vez – é quando este velho e cansado causídico que vos tecla novamente tenta colocar em prática suas decisões – já há muito tomadas, mas que sempre acabam por apresentar um grau de dificuldade maior do que o esperado para serem aplicadas… Serão 93 dias de Inverno. Praticamente três meses. E deverá ser também o tempo necessário para sacramentar o fim de tudo que foi plantado. De morte. De fim de um ciclo. Mas também de introspecção, resgate e preparação para a Primavera que há de vir. E, óbvia e consequentemente, de renascimento. De Ressurreição.

E de paciência.

Muita, mas muita paciência…

Releituras

Mais de uma pessoa já me disse mais de uma vez que, às vezes, eu deveria reler o que já escrevi.

Assim, hoje resolvi dar uma passeada pela Penseira e, realmente, acabei achando algumas coisinhas interessantes e que ainda mantém seu frescor – ao menos em parte…

Já em 2007 eu possuía essa capacidade inata de levar sem saber, como fica claro em Sonho de uma noite de verão. E no meio desses posts temos ainda Constatação e Zetética para todos, ambos também de 2007. Mas, em especial, um que poderia ter sido de minha própria autoria, O único defeito da mulher, de 2004.

De fato.

Tudo muda.

Nada muda.

Menos esta minha incansável busca por algum reconfortante tipo de paz