Ainda não do jeito que eu gostaria, mas, sim, o Titanic voltou às ruas!
Ainda que seja em cima do caminhão guincho…
Bem, ainda que fosse plena segunda-feira, precisei sair mais cedo do trabalho para um compromisso nada interessante. O sepultamento do pai de um amigo de infância muito querido. Mas, como se diz no populacho, faz parte da vida. Enfim, após as exéquias, sendo tarde demais para voltar ao trabalho, mas ainda cedo demais para voltar para casa, resolvi juntar o inútil ao desagradável. Ou não. Liguei para o Seo Evilázio (o bigodudo do guincho, lembram?) e combinei de pegarmos a lata (em São José dos Campos) para transportar até a oficina (em Jacareí). Coisa de aproximadamente uns 10 quilômetros…
Em paralelo, abusando da amizade, pedi para o amigo Flávio se ele poderia disponibilizar a Jabis (o carinhoso diminutivo da picape dele, a Jabiraca) para carregar as peças graúdas até a oficina. Dito o dito e combinado o combinado, partimos todos da prosa à ação.
O primeiro passo foi acabar de depenar o já depenado Titanic, pois não adiantaria levá-lo até a oficina com o capô, a tampa do porta-malas, os paralamas, etc. Serviria somente para correr o risco de riscar essas peças que, por ora, serão inúteis. Mais tarde vou guardá-las numa casinha no fundo da casa de meu pai até que chegue o momento de voltarem a fazer parte do conjunto. Tá certo que meu pai AINDA não sabe disso, mas não terá problema nenhum. Eu acho.
Com o veículo devidamente depenado e utilizando o super-ultra-mega-blaster-advanced-plus carrinho tabajara de rodas malucas (patente requerida), foi só questão de puxar o conjunto pra fora da oficina e guinchá-lo para o guincho.
É lógico que Murphy é um cara sacana (e que tem a cara do House) e não poderia deixar de dar uma passadinha por ali…
Acontece que ângulo do carrinho é baixo se comparado com o ângulo da rampa do guincho. Explico. Ou, ao menos, tento. Com a rampa abaixada quando você vai puxando todo o conjunto para cima do caminhão, chega um ponto que o carrinho fica solto, pois raspa a “barriga” do Opala – tanto na rampa quanto no chão. A solução? Dar uma “levantadinha” enquanto o cabo de aço faz seu trabalho. E, é lógico, sobrou para o marmitão aqui fazer isso. Mas tudo bem, só a lata não é tão pesada assim. Bem, mais ou menos…
Mas, não contente com isso, Murphy resolveu atormentar também o Seo Zé. Enquanto o caminhão ia puxando a lata ele pediu para que desse uma paradinha para amarrar melhor as portas. É que, como não têm trincos, havia apenas um arame esticado de um lado a outro da parte interna, fazendo com que elas ficassem fechadas. É lógico que o arame escapou. É lógico que deu AQUELA CACETADA na parede. Fui lá para fechá-la novamente, enquanto o Seo Zé segurava o arame do outro lado e já esperando o tamanho do estrago. Não acreditei. Não sei se pela lata, se pela qualidade da tinta ou se por ambos os fatores. O negócio é que sequer arranhou minimamente a porta! Nadica de nada! Mas, pelo sim, pelo não, fomos até em casa para arranjar uma corda e dar um nozinho mais forte por ali…
Nesse meio tempo chegaram o Flávio, a Carina e a Jabis. As peças maiores eu já tinha separado um pouco antes e foi só carregar na caçamba. Ressalvado o fato de que o Flávio quase quebrou um pedaço da parede sobre o arco do portão com a própria nuca, não tivemos nenhum incidente digno de nota. Enquanto finalizávamos tudo, o Flávio ainda ficou um tempinho numa animada conversa com meu sogro que veio ver o que estava acontecendo. Ah, sim. Um detalhe: meu sogro é totalmente surdo.
E, tudo pronto, dali toca para a oficina! Guincho na frente, Jabis atrás.
Dos registros fotográficos (pomposa essa expressão, não?) feitos, esse a seguir foi o que mais gostei…
Confesso que nessa subida – talvez a mais íngreme de todo o caminho – foi o momento que mais fiquei temeroso. Eu estava na cabine do caminhão e não conseguia tirar os olhos das cintas de amarração para ver se não estariam afrouxando, escapando ou sei lá o que mais poderia acontecer. No máximo, talvez, deslizar e cair sobre a Jabis que vinha atrás. Bem, tudo bem, pelo menos daí era só continuar carregando…
Mas o mais curioso no trajeto foram os curiosos!
Imaginem que um Opala, por si só, já chama a atenção. Agora peguem um totalmente reformado – ainda que sem nenhuma peça – sobre um guincho, brilhando numa tarde ensolarada… Quem via simplesmente ficava boquiaberto! Dos diversos comentários que devem ter rolado, o único que fiquei sabendo foi “Deve estar indo para o Programa Lata Velha”. Hah! Nada tão pueril!
Uma vez na oficina, agora era questão de descer o bichão.
E, é lógico, mais uma vez foi o marmitão que vos tecla dar o suporte necessário para não raspar a barrigada no chão…
Mas, depois de tantas idas e vindas até que não foi tão trabalhoso assim!
Se bem que, confesso, em determinado momento se o Flávião não tivesse subido e me ajudado a segurar a carcaça, talvez o conjunto todo tivesse descido pela rampa. A toda velocidade. Weeeeeeeee!!!
Enfim, crianças. Agora demos efetivo início à Quarta Etapa. Conversei com o Noel (o Seo Waltair não estava lá) e combinei de passar na manhã seguinte para outros detalhes. Ainda ficaram faltando as miudezas e talvez uma ou outra peça, mas tenho certeza de que tudo está lá na garagem de casa. Ah, TEM que estar.
No mais, o Poseidon com um fusível queimado. Mas, pior, fechando curto em algum lugar. Basta recolocar o bichinho e já dá até pra vê-lo queimando! Tenho que levá-lo lá na autoelétrica do Japonês para um diagnóstico mais acurado…