Um dia sem Opala

É. Hoje resolvi deixar a viatura descansando um bocadinho na garagem. Já está tudo ok, o japonês já achou onde era o curto – na luz de ré (que eu nem sabia que não estava acendendo) – e o nosso querido Poseidon Cruzador Imperial já voltou a singrar o espaço infinito dos asfaltos tupiniquins…

Aliás, acabei de lembrar que ainda não paguei o japonês! Quarenta contos. Depois eu resolvo isso.

Bem, com a negociação Corsa-Harley devidamente sacramentada (ou em vias de), já me senti à vontade para novamente voltar a curtir a vida em duas rodas. Mas – que fique claro – não abro mão dos Opalas de jeito nenhum!

Uma coisa bastante interessante nessa moto é que ela tem o porte avantajado. Não que seja necessariamente alta, mas é “larga”. O primeiro cuidado que tive que aprender é que, toda vez ao parar, jogar a perna de apoio bem pra fora. Isso mesmo, quase um cavalo!

Depois de tantos anos sem uma “moto de verdade” (a última foi uma boa e velha CB, pois a Strada e a YBR não contam…) confesso que fiquei com uma certa apreensão ao montar nessa cavalgadura que é a Harley Davidson 883R. Afinal de contas a maior moto que já tive – e que era moto pra caramba! – ainda assim era menos que a metade dessa!

Bem, kemosabe, com tanto tempo fora das ruas é lógico que meu coeficiente de cagaço andava com o ponteirinho no vermelho. Assim, somente depois de garantir que estava devidamente paramentado, com a jaqueta de couro de sempre, luvas de cano alto resgatadas do fundo da gaveta e capacete de volta à cabeça (depois de um pusta trabalho de higienização para tirar o mofo de anos guardado), lá fui eu!

Moto pra caramba!

É curioso como, ao andar, a gente fica com a nítida impressão de estar o tempo todo em marcha lenta – não importa a velocidade! O barulho forte e “pipocado” do motor se faz ouvir de longe.

Primeira curva, primeira lição. O estilo de pilotar uma moto dessas é totalmente diferente das motos “comuns”. O grau de inclinação do garfo é maior, o que força a curvas mais abertas. Sim, isso mesmo. Na rotatória da esquina de casa quase que fui reto! Já com a lição na cabeça, bastou mais umas duas ou três curvas para eu entender o que é melhor para mim. E para ela. Motos desse tipo não comportam curvas com inclinação do corpo acompanhando a própria moto; o que funciona melhor é o chamado “pêndulo”, ou seja, inclina-se a moto e joga-se o corpo em direção contrária. Desse jeito dá pra fazer em boa velocidade até as curvas mais fechadas.

A caminho do trabalho, que fica a exatos quinze quilômetros de casa, existe a chamada Estrada Velha. Reformada e com as pistas duplicadas há não muito tempo pelo Governo do Estado (que porcamente simplesmente parou e ainda não concluiu a obra – acho que aguardando o “momento eleitoral correto” para tanto), naquela hora da manhã, com uma bela reta pela frente, e totalmente sem movimento, resolvi dar uma esticadinha…

Meu…

A arrancada é fabulosa e o conforto inominável!

A transmissão, por não ser através de corrente, faz com que a moto seja fantasticamente suave. Curtindo a potência, resolvi dar uma olhadinha no velocímetro. CENTO E SESSENTA! Pára. Ou melhor, reduz. Não preciso de velocidade – apesar de tê-la. A moto é para curtir. E assim continuei pelo resto do trajeto até meu destino…

Só não posso esquecer de abastecer antes de ir embora.

Isso SE eu descobrir como abre a tampa do tanque de combustível… :-/

2 comentários em “Um dia sem Opala”

  1. Poxa Seu Adauto, da Harley agora!?
    Posso ir morar ai junto com essa turminha ai? Hehehe.
    Brincadeira a parte.
    Mas uma moto dessas não é um sonho, é mais que isso, sou fã devoto. Eu tenho (além do Comodoro 80 e do Standard 86) uma motinha tbm, uma Kansas da Dafra, é estilo custon tbm, ainda não posso ter minha Harley mas to no caminho heheeh.
    Tudo de bom.
    Abraçopala.

  2. William, confesso que, apesar de sempre gostar da imponência da marca, até agora nunca havia me importado muito com uma moto dessas não…

    Foi mesmo questão da oportunidade: um amigo precisava de um carro e eu queria uma moto. Acertamos a diferença (mais um carnezinho) e fechamos negócio!

    Mas, sinceramente? É uma máquina e tanto! Tanto impõe quanto exige respeito. É como o mar: belíssimo; mas não abuse…

    Acho que ainda teremos mais uma ou outra história por aqui sobre essa moto… 😉

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