Declarações de amor no Judiciário: dois causos

Ah… L’Amour…

Mexe não só com o coração, mas com a cabeça e – principalmente – o juízo (ou falta de) das pessoas!

Do Sul ao Norte do Brasil, nas mais distintas condições, os apaixonados fazem de tudo  para provar o seu nível de afeição pela pessoa amada.

Em Santa Catarina, em 2017, o status de movimentação de um processo foi utilizado para uma apaixonada declaração de amor, apesar do pouco tempo juntos – apenas três meses – ela sentiu que o pra sempre nunca acaba… Mas teve lá suas consequências: a postagem romântica da servidora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina entrou no sistema do Poder Judiciário no fim do expediente de quarta-feira (10), depois das 19:00h, e foi retirada no início da tarde de quinta (11). A funcionária pública, que trabalha na comarca de Florianópolis, recebeu uma advertência. Mas sinceramente espero que tenha dado tempo de ser lida por quem interessava…

 


Mas bem antes disso, em Pernambuco, em 2002, a ousadia foi ainda maior!

Segue a notícia pinçada no site Consultor Jurídico, em 13/08/2002, sobre uma valente que resolveu publicar sua declaração de amor no meio de uma decisão judicial:

O Tribunal Regional Federal da 5ª Região (Recife) abriu sindicância para apurar como declarações de amor foram parar no meio de uma decisão publicada sobre reajuste para servidores do Ibama. De acordo com o site Espaço Vital, as investigações que envolvem um estagiário de Direito, devem ser concluídas em 20 dias.

No meio da decisão proferida pelo presidente do TRF da 5ª Região, juiz Geraldo Apoliano, o texto assinado por “Leyla” afirma: “como mais ainda nos momentos mais românticos, só nós dois, fazendo amor, nos beijando, chupando, virando um só corpo, uma só alma…”. Além disso, há outras declarações de amor e, no final do texto, “Leyla” termina com “beijos apaixonados, molhados, ardentes, enlouquecidos”.

As frases estão publicadas nas páginas 114 e 115 da edição de 18 de junho deste ano, no encarte Diário da Justiça, Seção 2. A decisão gerou uma republicação “face incorreções” no dia 15 de julho.

Leia a decisão com as declarações de amor:

Processo nº 2002.05.00.008596-0

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA Nº 6210/CE nº 2002.05.00.008596-0
REQTE: IBAMA INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS.
ADV/PROC: MARTA MARIA GONÇALVES RIBERITO E OUTROS.
REQDO: JUÍZO FEDERAL DA 8ª VARA DO CEARÁ.
IMPTE: ANTONIO GOMES MOREIRA E OUTROS.
ADV/PROC: GLAYDDES MARIA SINDEAUX ESMERALDO E OUTRO.

DECISÃO

Avia, o IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, pedido de suspensão da execução da liminar concedida pelo perilustre juiz da 8ª Vara da Seção Judiciária do Ceará, nos autos do Mandado de Segurança nº 2002.81.00.002692-3, impeditiva dos descontos nos vencimentos dos Impetrantes, servidores públicos federais, atualmente vinculados ao quadro de pessoal da referida Autarquia.

Sustenta a Requerente haver iniciado a execução dos descontos em questão em virtude de decisão deste Sodalício, que, ao dar provimento aos Embargos Infringentes na Ação Recisória nº 374-CE, referente à Ação Ordinária nº 91.0000752-8, nulificou a sentença rescindenda, produzindo, assim, efeitos desde sua prolação, o que deu ensejo à exigibilidade da reposição dos valores já recebidos. Aduz, ainda, que a execução da decisão “a quo” carreará inescusável lesão à ordem e à economia públicas, a justificar a suspensão requestada.

RESENHEI E DECIDO.

Movediço o terreno que ora se repisa: de jaez político, quase que discricionário do Presidente do Tribunal, aqui não se deve perquirir nada além da existência, em sua forma iminente ou efetiva, de lesão grave à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, sendo vedada quaisquer disquisições de mérito, somente possível em seara específica.

No caso vertente, não viceja lesão a qualquer dos postulados adredemente referenciados, suficientemente idônea para que se conceda a suspensão pleiteada.

Conforme assente na doutrina e na jurisprudência, à Administração Pública (lato sensu) cabe rever os seus próprios atos, assim como suspender-lhes ou cassar-lhes e, de conseqüência, envidar esforços no sentido de obter o ressarcimento dos prejuízos eventualmente sofridos, quando não forem fulcrados (os atos) na estrita legalidade.

Só tenho uma coisa pra te dizer, depois de tudo que li (até pelo tempo, q é pouco, to sendo cara-de-pau agora de ta aqui escrevendo): Eu quero fazer tb tudo que for possível pela nossa relação, realmente te fazer MUITO FELIZ.

Se eh isso q vc quer, está obtendo bastante êxito… Não sei se foi o q eu transmiti no meu último mail, mais independentemente do q vc sente (ou vai sentir) por mim, já me sinto MUITO FELIZ, pelo fato de te amar, gostar de vc me faz muito bem, sinceramente, nunca me senti tão bem, sério não sei se vou conseguir, mas acho que a gente pode se dar bem. Eu sou louca por tu, e talvez não possa dizer EU TE AMO, com o sentido mais profundo da palavra, mas quero reamente TE AMAR, NO SENTIDO MAIS PROFUNDO DA EXPRESSÃO. Ummm… eh legal ver q vc está disposta, acho q temos tudo pra dar certo menno, não só nas greas (q imagino fazermos várias juntos), como mais ainda nos momentos mais românticos, só nós dois, fazendo amor, nos beijando, chupando, virando um só corpo, uma só alma…

Amor, vou me dar pra vc com toda a força do meu coração, com toda emoção, vou fazer o possível por nós.. Quero ser não só a mulher da sua vida de pensamento, mas tb de fato.. Como vc disse, tem muitas mulheres com minhas qualidades, por isso quero só te amar e que vc me ame, assim, eu e vc, do jeito que somos, que vc me ame como sou.. com certeza lhe amo exatamente do jeito q vc eh, tudo em vc me deixa doido, com tesão incontrolável, ao mesmo tempo com uma ternura sem igual… parece até piegas, mas realmente vc eh completa, perfeita em todos os aspectos… espero muito q nós demos certo, farei o impossível pra q isso aconteça… inclusive, n fique com receio de eu me preocupar com seu “passado”, n tenho ciúmes e entendo perfeitamente vc estar confusa, toda mudança gera conflitos, mas n eh por isso q as pessoas devem se acomodar… por isso acho q vc n deve se martirizar, achando q n vai mais ser amada; leyla, como já te disse, eh impossível se envolver com vc sem ficar louco, arriado, alucinado por vc…

TE AMO, ACHO ATÉ Q SEMPRE TE AMEI (e n sabia! Ou será q sabia e n queria ver?) E COM CERTEZA SEMPRE VOU TE AMAR (acho q minha racionalidade já acabou, lembra q vc queria saber qnd isso acontecesse?) Beijos apaixonados, molhados, ardentes, enlouquecidos…

Da sua mulher Leyla

O reajuste de 26,05% foi reconhecido em favor dos Impetrantes pela própria requerente, por meio de decisão, naturalmente tomada após se ter obedecido a todo um procedimento administrativo; a concessão de tal reajuste pode, portanto, ser timbrada de ato jurídico perfeito, uma vez que, assim se presume, precedida do preenchimento de todos os requisitos.

A autoridade do ato jurídico perfeito é indiscutível, eis que, consoante previsto na Carta Magna, até a lei lhe deve obediência (art. 5º XXXVI); e se assim o é, imagine-se os cuidados com os que devem os administradores da cousa pública se cercar ao desempenharem a função que lhes fora outorgada, máxime quando tal se atrelar a concreção de atos que impliquem a modificação, suspensão ou extinção de outros (atos) reconhecedores de direitos aos administrados.

Assim, em tendo o reajuste de 26,05% sido concedido de forma válida e produzidos efeitos por mais ou menos oito anos, razoável pe inferir-se que a remuneração dos Impetrantes somente poderia ser reduzida, em face da retirada do indigitado reajuste, após a instauração do devido e indispensável procedimento administrativo, em que se franqueasse o exercício do contraditório e da ampla defesa, tudo isso em observância ao princípio do devido processo, tal como engastado no art. 5º, incisos LIV e LV, da Carta Política de 1988.

O caso vergastado revela ainda maior arbitrariedade por parte da referida autarquia, no que diz respeito à imposição do ressarcimento aos cofres públicos dos valores que vinham sendo acrescidos, em função do reajuste supracitado, aos vencimentos dos servidores. Vale frisar que a doutrina majoritária assenta-se no sentido de que, devido a seu caráter alimentar, os vencimentos, salários ou benefícios recebidos de boa-fé pelo servidor não estão sujeitos à devolução, mesmo se comprovado terem sido percebidos indevidamente.

Cumpre anotar, outrossim, que orientação oficial do Ministério Planejamento, Orçamento e Gestão, preconiza que qualquer ressarcimento proveniente de ação recisória somente está passível de execução após o trânsito em julgado da respectiva sentença, procedimento esse não observado pelo IBAMA.

Novamente não se mostrou prestigiado o princípio do devido processo legal, o que pode acarretar situações de instabilidade e insegurança que não se coadunam com o escopo do Sistema Jurídico em vigor. É porque a Requerente não se curvou ao princípio “in casu”, quando do ressarcimento dos valores correspondentes ao reajuste de 26,05% chega-se à conclusão de que a forma como procedeu no caso configurou uma afronta à ordem jurídica, e que só concorreu para o deslustre não só da própria Administração Pública, mas de todo ordenamento jurídico.

Situação tal qual a de que se cuida, se chegar ao conhecimento do Judiciário, certamente deve ser repudiada, posto que o desrespeito àquele princípio tão relevante contribui diretamente para o desprestígio das instituições e do próprio Estado Democrático de Direito.

Nesse diapasão, é que me animo, pois, a manter a eficácia da decisão objurgada, pelo menos até que seja proferida a sentença de mérito na ação mandamental.

Esforçado nessas razões, INDEFIRO o pedido suspensivo.

Intimem-se. Publique-se. Cautelas. Comunicações.

Recife (PE), 05 de junho de 2001.

Desembargador Federal GERALDO APOLIANO.

Presidente

De minha parte, concordo com a Leyla: de fato parece que “a racionalidade acabou”… Até porque o Desembargador deve ter ficado puto da vida. Mas espero que a outra parte (que também parece ser uma “ela”) tenha lhe correspondido tanta afeição!

Três maneiras de abandonar maus hábitos para sempre

Dificultar o acesso, atrelar a outra gratificação ou desassociar o gatilho ao costume negativo são alternativas para mudar de vida.

Forbes

De acordo com a pesquisa da America’s Health Rankings, cerca de 72% dos americanos têm pelo menos um hábito não saudável. Sono insuficiente, comportamento sedentário, consumo excessivo de álcool, tabagismo ou exagero na alimentação são os mais comuns. Se você faz parte desse grupo, provavelmente já sabe que esses hábitos não fazem bem à saúde. Mas, mesmo conscientes disso, mudar não é tão simples quanto parece.

“Por que continuamos a agir por hábito, mesmo quando queremos fazer algo diferente?” Essa foi a questão que intrigou Wendy Wood, uma pesquisadora especializada em mudança de comportamento. Segundo o estudo que ela publicou em junho de 2024 na Current Directions in Psychological Science, a resposta está nas “memórias de hábito” – ou associações entre um contexto e uma resposta – que se formam quando repetimos ações recompensadoras em situações estáveis.

Por mais contraintuitivo que pareça, abandonar um hábito ruim não tem a ver com motivação. Você pode realmente querer mudar, mas só isso não resolve. O segredo, de acordo com Wendy, está em unir intenção e memória, e o processo para isso pode ser mais simples do que parece. Com base em suas descobertas, existem três etapas essenciais para se livrar de um mau hábito de maneira duradoura.

1. Encontre um novo sistema de recompensa

Os hábitos ruins geralmente nascem porque, de alguma forma, eles nos recompensam, mesmo que de forma imediata e com consequências ruins no longo prazo. Como explica um estudo publicado no livro Human Decision Making and Environmental Perception (2003), “esses maus hábitos estão associados a comportamentos que trazem resultados positivos diretos no momento, mas têm efeitos negativos a longo prazo”. Fumar relaxa, dirigir rápido dá adrenalina e comer fast-food proporciona satisfação rápida – mesmo que isso tudo traga problemas no futuro.

Para Wendy, o primeiro passo para mudar é enfraquecer a recompensa do hábito ruim e criar uma alternativa que seja igualmente prazerosa. Imagine, por exemplo, que você tem o costume de assistir TV compulsivamente depois de um dia cansativo no trabalho. Esse hábito pode ser tão gratificante que acaba substituindo outras atividades mais saudáveis, como cozinhar.

A solução aqui seria inverter a ordem: assim que chegar em casa, priorize preparar uma refeição saudável. Depois de comer, recompense-se com a chance de assistir a um episódio da sua série favorita. Com o tempo, o prazer de assistir TV passa a ser associado ao ato de cozinhar, transformando essa tarefa em algo que você espera ansiosamente ao final do dia. Esse novo sistema de recompensa treina o cérebro a enxergar a preparação da comida como uma parte do processo de relaxar.

2. Altere os gatilhos contextuais

Boa parte dos nossos maus hábitos começa com uma associação repetitiva entre um contexto e uma ação. Um exemplo clássico é o de alguém que começa a comer um biscoito toda vez que toma uma xícara de chá. Com o tempo, o simples ato de beber chá passa a disparar o desejo pelo biscoito – mesmo sem fome. Isso acontece porque o comportamento se torna automático.

Mudar os gatilhos que levam ao mau hábito é essencial para quebrar essa conexão. Imagine que você tenha o hábito de parar em um drive-thru de fast-food no caminho do trabalho para casa. Mesmo sem estar com fome, a visão do letreiro ou do cheiro de comida dispara o desejo. Aos poucos, essa rotina se transforma em uma associação difícil de evitar.

Para mudar, a dica é simples: escolha uma rota diferente que não passe por esses locais. Assim, você elimina os gatilhos visuais e reduz as chances de ceder à tentação. Com o tempo, essa mudança enfraquece a conexão entre o trajeto e a parada para fast-food.

3. Adicione obstáculos

Um hábito só se mantém porque é fácil de repetir. Quanto menos barreiras existirem para realizar uma ação, maior a probabilidade de ela se tornar automática. Por isso, Wendy sugere que uma estratégia poderosa é dificultar o acesso ao que alimenta o hábito ruim.

Se o seu problema, por exemplo, é passar horas no celular antes de dormir, uma ideia é carregar o telefone em outro cômodo da casa, como na cozinha ou na sala de estar. Assim, para pegar o aparelho, você precisará levantar da cama e se deslocar – o que pode ser suficiente para desencorajar a ação. Essa barreira, ainda que simples, ajuda você a se afastar da tentação e melhora a qualidade do seu sono.

Essas três estratégias – mudar a recompensa, alterar os gatilhos e criar barreiras – mostram que largar maus hábitos não precisa ser algo complicado. Pequenas mudanças consistentes podem transformar comportamentos prejudiciais em práticas que realmente fazem bem para sua saúde e qualidade de vida.

*Mark Travers é colaborador da Forbes USA. Ele é um psicólogo americano formado pela Cornell University e pela University of Colorado em Boulder. 

Fascismo avança

( Roubartilhado diretamente lá do Boteco Escola… )

O fascismo avança. Nada fazemos. Ficamos calados. E não é a primeira vez que isto acontece. Por tal motivo, vale lembrar um poema de Martin Neimoller, pastor evangélico preso por Hitler em 1938.

Primeiro, eles vieram…

Primeiro eles vieram atrás dos comunistas

E eu não protestei, porque não era comunista;

Depois, eles vieram pelos socialistas,

E eu não disse nada, porque não era socialista;

Mais tarde, eles vieram atrás dos líderes sindicais,

E eu me calei, porque não era líder sindical;

Então foi a vez dos judeus,

E eu permaneci em silêncio porque não era judeu;

Finalmente, vieram me buscar,

E já não havia ninguém que pudesse falar por mim.

Fora da curva

Texto e charge (que “traduzi”) roubartilhados lá do blog do amigo virtual Jarbas – o Boteco Escola. E é bem assim mesmo…

Sempre quis usar a expressão “fora da curva”. Finalmente posso fazê-lo para apresentar uma charge que tem tudo a ver. Hoje, para estar dentro da curva normal é preciso manejar o dia todo um celular. Quase sempre conversando com alguém vis WhatsApp, não importando o ambiente. Há anos vi isso acontecendo numa sala de espera de um médico. Todos os presentes, exceto eu, olhavam para a tela de um celular. Me vi fora da curva. Hoje às vezes entro nela. Mas ao perceber que estou fazendo isso, guardo o aparelhinho no bolso. Penso, todavia, que será cada vez mais difícil resistir. Acho que em breve não mais estarei fora da curva.

Vejam abaixo a imagem que me levou a escrever este post.

A vida imita a arte

É certo que nossos tribunais são fontes quase inesgotáveis de humor – muitas vezes proposital, outras, não. Basta lembrar, lá nos idos de 2009, o famoso bate boca entre Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa (este aqui).

Para que entendam melhor o causo de hoje, trata-se de denúncia contra a deputada (bolsonarista) Carla Zambelli e o pseudo-hacker Walter Delgatti, que entre agosto de 2022 e janeiro de 2023 invadiram os sistemas utilizados pelo Poder Judiciário e, dentre outros documentos falsos, incluíram um mandado de prisão contra o Ministro Alexandre de Moraes e ordens para quebra de seu sigilo bancário e bloqueio de bens.

Um detalhe relevantíssimo: esse (falso) mandado teria sido expedido pelo próprio Ministro Alexandre de Moraes!

Enfim, esse julgamento do Supremo Tribunal Federal visava avaliar se seria ou não aceita a denúncia, de modo a se transformar em uma ação penal em face dos denunciados.

A Ministra Cármen Lúcia começou seu comentário falando do uso da inteligência artificial, e dos riscos da tecnologia: “Nos preocupa os usos desses mecanismos, dessas possibilidades de novos crimes que são praticados em detrimento das pessoas”, afirmou a ministra. E, continuando:

“Quando Vossa Excelência descreve que havia entre as notas com as providências a possibilidade de Vossa Excelência ter inclusive determinado a própria prisão, eu começo a não me preocupar mais só com a inteligência artificial, mas com a desinteligência natural de alguns que atuam criminosamente, além de tudo sem qualquer tracinho de inteligência. Porque aí Vossa Excelência se autoprender por uma falsificação num órgão que é presidido por um colega de Vossa Excelência é um salto triplo carpado criminoso impressionante. Só para acentuar a minha preocupação com a desinteligência natural ao lado da inteligência artificial”, argumentou.

Já o Ministro Alexandre de Moraes, ao responder à Ministra, não foi tão sutil assim…

“Vossa Excelência, sempre muito educada, disse a desinteligência natural. Eu chamaria burrice mesmo, natural. E ainda achando que isso não fosse ser descoberto!”

Surreal, né?

E o porquê de o título deste post é “A vida imita a arte”? Porque no momento que li essas transcrições, me veio à mente essas charges que já haviam sido publicadas bem antes desse julgamento…

 

 

Dia dos Desaparecidos

Eduardo Galeano

Desaparecidos: os mortos sem tumba, as tumbas sem nome.

E também:

os bosques nativos,
as estrelas na noite das cidades,
o aroma das flores,
o sabor das frutas,
as cartas escritas à mão,
os velhos cafés onde havia tempo para perder tempo,
o futebol de rua,
o direito a caminhar,
o direito a respirar,
os empregos seguros,
as aposentadorias seguras,
as casas sem grades,
as portas sem fechaduras,
o senso comunitário
e o bom-senso.

Expressionante!

Pequena coletânea do Sebastião Salgados (@sebastiao.salgados) pescada lá no Instragram…

. Das expressões brasileiras, uma das que mais gosto é a “nem tchun” usada para se referir quando alguém não dá a devida importância a alguma coisa.
eduardo – @eueduramos

. A expressão “vapt vupt” é muito boa e eu irei protegê-la.
thaís paranhos – @thaisparanhos

. Amo a expressão “menina, nem te conto”, porque em seguida a pessoa conta.
gurincrível – @araujofmp

. Amo a riqueza da expressão brasileira “tô com fome de comida” para dizer que quer comer arroz com feijão.
joy – @joycexliveira

. Eu amo a expressão “vou me dar ao luxo”, que consiste em basicamente você gastar um dinheiro que vai além do que pode gastar mas sem se culpar por isso.
brenda – @brendasafra

. Eu amo a expressão “mas não vou me importar com isso” depois de ter ficado meia hora desabafando porque me importei.
Galo de Botas – @bicagalobicudo

. Acho engraçada a expressão “ser feliz com pouco” porque ela engloba coisas que passam longe de ser pouco, como ter saúde, viver em paz, pagar as contas e ser amado.
tio do balão – @luis7md

. Eu acho a expressão “trabalhando igual cachorro” muito inválida, pois eu queria muito a vida do meu cachorro… Ele apenas dorme, come, brinca, passeia e recebe carinho.
Marcella – @marcellalouiisa

. Uso muito a expressão “deu pra entender?” e fico com medo de a pessoa achar que estou subestimando a capacidade de compreensão dela, mas na verdade eu estou subestimando a MINHA capacidade de articulação e síntese.
joão miguel – @joamiguelbdb

. A expressão “é sobre isso” é sobre o quê?
João, o Justo – @coimbrasousa

E vocês? São fãs de qual expressão?…