Bodas de Opala

Bem, mais uma vez vou esclarecer: o termo “bodas” vem do latim. Significa promessa – no caso, os votos matrimoniais, feitos no dia do casamento. Assim, a cada ano que passa, comemoramos o aniversário de bodas, o aniversário daquela promessa feita um para o outro. Em sua origem comemorava-se apenas a de Prata (25 anos) e a de Ouro (50 anos), mas com o tempo foram surgindo outras simbologias para os demais anos.

E cá chegamos nós aos 24 anos de casado – e sem gracinhas, aí no fundo, que eu tô ouvindo… O vigésimo quarto ano de casado é simbolizado pela pedra preciosa Opala. Não há uma cor definida para essas bodas, pois essa pedra possui uma grande variação de cores, parecendo um verdadeiro arco-íris. Ela é constituída de um material muito resistente, que para chegar até essa condição passa por diversas fases, da mesma forma que acontece em um casamento que dura tantos anos. Afinal, não é nada fácil permanecer por mais de duas décadas com alguém do seu lado, mantendo o sentimento forte o bastante para continuarem na caminhada juntos!

Mas, particularmente, ainda prefiro a definição de Ailin Aleixo, na orelha do livro Balde de Gelo, de Daniela Macedo & Marco Aurélio: “A vida a dois não é complicada. Complicado é sambar em descida. A vida a dois é um milagre, isso sim. Só vivendo pra entender o que é aguentar maus humores, parentes, cachorro pentelho, ciúmes, amigos intrometidos. Mas também é só vivendo que se compreende a delícia de chegar em casa depois de um dia corno e encontrar quem se ama, receber cafuné assistindo filme, soltar pum sem precisar pedir desculpa. E (…) todos esses ingredientes misturados com graça, leveza e humor – atributos indispensáveis para a sobrevivência de qualquer relação. E de qualquer um.”

Já contei a minha história com a nossa querida, amada, idolatrada, salve, salve Dona Patroa (com direito a muitas fotos) por mais de uma vez aqui neste nosso cantinho virtual, em especial nos textos “Bodas de Marfim”, “Bodas de Louça” e “Bodas de Palha” – é só dar uma fuçada básica no blog e pronto!

Mas sempre me divirto ao recordar da seguinte passagem, lá dos idos do dia 12/12/1998, nas dependências do restaurante rural Coelho e Cabrito, quando formalizamos nossa união perante os homens e perante Deus. Aliás, logo após a cerimônia civil e sem que tivesse chegado o pastor que faria um culto ecumênico (pois ele se perdeu no caminho lá no meidumatu…), chamamos todos os convidados para que se sentassem e começassem a se servir. Então, quando todos já estavam acomodados, eis que o pastor chegou. Pediu desculpas aos presentes e falou suas palavras. O que rendeu o inesquecível comentário do Luisinho, nosso padrinho:

“O melhor casamento que eu já fui foi o da Mieko e do Adauto. Enquanto o padre falava a gente estava lá, sentadão, com o copo de cerveja na mão!”

E para não perder a oportunidade, pois sei que quem me conhece já deve estar esperando a “piada pronta”, NÃO, as Bodas de Opala do nosso casamento não tem nada a ver com o MEU Opala, mais conhecido como Titanic – a Lenda. Até porque, entre nós, estamos apenas nas Bodas de Cristal… 😉

Um momento de ternura

Invariavelmente tenho o costume de, após o café da manhã, ir para a varanda para tomar um “café preto” e soltar umas baforadas. Como a casa foi construída acompanhando um morro, então tenho a garagem no nível da rua e, em cima, uma varanda com uma mureta para me recostar e acompanhar o movimento dos carros, dos pedestres, das bicicletas, dos caminhantes e outros quetais.

Temos duas árvores defronte, uma grande, com 18 anos (sei disso porque plantei-a logo após o nascimento de meu caçula) e outra pequena, resquício de uma anterior que caiu sozinha de velhice, fungos e podreira.

Na árvore maior, enganchada numa de suas forquilhas mais baixas, uma latinha de cerveja. “Que raios! E nem fui eu que tomei.” Ali mesmo já pensei em, após terminar meu café, descer, recolhê-la e colocá-la junto com o restante do lixo reciclável.

Mas eis que, antes disso, me surgiu de passagem um caboclo em andrajos, carregando duas madeiras num ombro e com a outra mão, quase que arrastando, um saco cheio de latinhas de alumínio. Bem, do ponto onde fico os transeuntes não têm ideia que estão sendo observados, de modo que fiquei aguardando se ele iria ver e recolher a bendita da latinha.

Mas ele vinha cabisbaixo, não que procurando por algo, mas simples com um evidente ar de desalento. E passou reto. “Bem, paciência. Daqui a pouco eu mesmo desço e recolho a bendita da latinha.” Mas eis que o sujeito para e fica acocorado, observando alguma coisa no chão. Cutuca o que quer que seja que estivesse cutucando e fica observando.

“Uai?…”, pensei.

Então, com nítido cuidado, ele pega seu objeto de observação e volta para a árvore em frente de casa. Daí eu pude ver o que estava em sua mão: uma cigarra. Com delicadeza ele estica o braço e a acomoda no tronco da árvore. Só então percebe a latinha ali enroscada. Dá um sorriso, arranca a latinha da forquilha, enfia no saco, se certifica que a cigarra está bem acomodada (talvez intimamente agradecendo a sorte por tê-la encontrado e lhe feito encontrar mais uma latinha) e vai embora cantarolando baixinho uma canção que não consegui identificar.

Embevecido, por esse momento de ternura, não pude deixar de sorrir.

Taí um sujeito castigado pela vida, numa fria manhã de domingo, de bermuda e chinelo de dedo, procurando “tesouros” no meio do lixo alheio para sua própria sobrevivência. Ainda assim, diante de um ser ainda mais frágil, que no meio da calçada poderia ser pisoteado a qualquer momento por um caminhante desavisado (e que provavelmente ainda iria se indignar por ter sujado a sola do calçado), esse rapaz tem a preocupação de resgatá-lo e devolvê-lo para seu próprio meio, para viver sua própria vida, longe daqueles que poderiam feri-lo.

Penso comigo se ele mesmo não gostaria de também receber esse tipo de tratamento…

Isto é, na atual sociedade ele está ali, frágil, na calçada do viver, podendo a qualquer momento ser pisoteado e esmagado pela falta de condições mínimas de sobrevivência. Alimento. Saúde. Abrigo.

E mesmo assim teve humanidade suficiente para se preocupar com quem está em situação ainda mais frágil que a sua própria!

Pois é. Quando falamos em políticas públicas em prol da sociedade, diferente do que pensam alguns (idiotas), não é “ficar dando condições pra vagabundo”, mas sim paea dar condições mínimas de subsistência para que os mais desafortunados possam ter, no mínimo, a oportunidade de ascender e disputar em igualdade de condições vagas de estudo e de trabalho com aqueles que não precisam ter essa diuturna preocupação com sua própria sobrevivência.

Mas como fazer isso se não tiver o que comer?

Mas como fazer isso se não tiver saúde?

Mas como fazer isso se não tiver onde morar?

E não, este não é um “texto político” (apesar de que a vida em sociedade, em si mesma, é política), mas simplesmente meras reflexões e divagações deste Velho Causídico que vos tecla diante de uma situação que acabei de presenciar. Sinceramente não me importaria se o partido A, B ou C estivesse no poder, ou se o governante fosse fulano ou beltrano. Desde que quem estivesse à frente da nação tenha um mínimo de solidariedade, compaixão e até mesmo de misericórdia para olhar por este povo que (sobre)vive em precárias condições, estaria tudo bem. Mas, diante do recente caos político que passamos, incomodou-me sim – e muito – toda a óbvia cortina de fumaça lançada para deixar a Casa Grande cada vez mais intocável e distante da Senzala. Mas, queira Deus, esse reinado cruel está próximo do fim.

E quando eu falo de “solidariedade, compaixão e misericórdia” entendam que não é meramente uma questão política. E muito menos religiosa. Até porque, na minha nada humilde opinião, religião e política deveriam obrigatoriamente trilhar caminhos separados. É uma questão de humanidade.

Aliás, recentemente o Padre Julio Lancellotti disse algo muito interessante: “A solidariedade, a compaixão, a misericórdia, a empatia não são dimensões religiosas, são dimensões humanas. Até porque os ateus também podem ser compassivos, misericordiosos e os que não têm religião, também.”

Enfim, meus caros, todo esse devaneio dominguístico-matinal surgiu tão somente porque tive olhos para ver (e enxergar) um momento de humanidade de alguém para outro alguém que sequer humano era.

E acho que é isso que anda faltando em nossa sociedade.

Humanidade.

E tenho muito sono de manhã

Sair da cama depois das dez é um ato libertário, subversivo e anticapitalista

Antonio Prata

A luta contra o racismo não é, absolutamente, “vitimismo”. A luta contra o machismo, a homofobia e todas outras formas de opressão, tampouco. Tais considerações, porém, não nos impedem de reconhecer, para além das causas urgentes e legítimas, carcado no espírito do tempo, certo pendor para a autocomiseração. Hobsbawm, em sua tumba, deve estar murmurando: “Ah, era do mimimi!”.

Parece que nada mais é válido se não vier da dor. Você vai ver um “Chef’s Table” da vida e o cozinheiro diz que foi a separação dos pais que o fez prestar atenção na beterraba, que a beterraba o salvou da depressão, e, portanto, seu borsch é um consolo para a nossa sofrida humanidade — aí ele chora sobre a sopa. A CEO explica num TED Talk que enquanto presa nas ferragens, depois de um acidente, bombeiros serrando o carro, desenvolveu um método de pensamento positivo capaz de revolucionar as vendas on-line no varejo da pesca esportiva — e na moda íntima LGBTQIA+ no mercado de luxo do leste europeu.

Licença, Raul: já que “agora pra fazer sucesso/ Pra vender disco de protesto/ Todo mundo tem que reclamar// Eu vou tirar meu pé da estrada/ E vou entrar também nessa jogada/ E vamos ver agora quem é que vai guentar”: desde criança, sou vítima da opressão brutal do horarismo. Você talvez nunca tenha escutado o termo (afinal, o inventei na frase anterior), mas é um mal onipresente, insidioso e discreto, cujo objetivo é desacreditar os milhões que, como eu, acordam tarde. “Deus ajuda quem cedo madruga” está para o horarismo como “Direitos humanos para humanos direitos” para o bolsonarismo.


( Raul Seixas – Eu também vou reclamar )

Durmo todo dia às três ou quatro da manhã, acordo 11 ou meio-dia. Não interessa se entre a meia-noite e as quatro eu encontre a cura pra caspa ou acabe com a chaga da água no ketchup, aos olhos da sociedade, meus olhos inchados no horário de almoço revelarão sempre um vagabundo. Um preguiçoso. Improdutivo.

Se hoje, aqui, aceito a dor da exposição, assumindo-me um acordatardista, é para despertar os outros que sofrem em silêncio (ou roncando). Precisamos denunciar a opressão. Mais do que isso, precisamos mostrar que aquilo visto como vício, na verdade, é virtude. Sair da cama depois das dez é um ato libertário, subversivo e anticapitalista.

Certeza que dá pra puxar alguma frase do Foucault para dar embasamento. “A microfísica do poder opera no adestramento dos corpos, preparando-os para a exploração do capital, a partir do panóptico de pulso, i. e., o relógio”. (A frase não é do Foucault, mas ninguém precisa saber, precisa?).

Citei Raul, mas nosso hino, que bradaremos de peito aberto aonde quer que formos (das 11 em diante), será com esses versos do Chico Buarque (representante fundamental, ao lado do Caetano, dos acordatardistas): “Eu faço samba e amor até mais tarde/ E tenho muito sono de manhã/ Escuto a correria da cidade, que arde/ E apressa o dia de amanhã// De madrugada a gente ainda se ama/ E a fábrica começa a buzinar/ O trânsito contorna a nossa cama, reclama/ Do nosso eterno espreguiçar// No colo da bem-vinda companheira/ No corpo do bendito violão/ Eu faço samba e amor a noite inteira/ Não tenho a quem prestar satisfação.”


( Chico Buarque – Samba e Amor )

Votos nulos e em branco não anulam a eleição

E já que as eleições se aproximam, vamos agora a mais um serviço público prestado por este Velho Causídico em prol da informação clara e correta….

Ao contrário do que muita gente pensa, os votos em branco e os nulos não interferem no processo de apuração e não anulam uma eleição

Fonte: Tribunal Superior Eleitoral

A cada eleição, um bombardeio de informações falsas e já refutadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) chega até o eleitor pelos diversos meios de comunicação existentes atualmente. Por isso, é necessário saber o que é fato ou boato por meio de fontes seguras. Para começar, é importante entender que os votos em branco e os nulos não possuem valor algum. Eles são descartados do processo de apuração e considerados apenas como estatística.

Regra

Vale lembrar que a Constituição brasileira é que estabelece as “regras do jogo”. E nela está escrito que o candidato eleito é aquele que obtiver a maioria dos votos válidos, excluídos os em branco e os nulos, que são considerados inválidos. Portanto, apenas os votos válidos, aqueles destinados a um candidato ou a um partido, entram na contagem.

Fato ou Boato?

Os votos para cada cargo são independentes. Se o eleitor votar apenas para presidente da República e optar por votar em branco para os outros cargos, o voto para presidente vai valer do mesmo jeito. Muitas fake news afirmam que, neste mesmo exemplo, o voto para presidente deste eleitor seria anulado, pois seria considerado um “voto parcial”. Mas isso simplesmente não existe.

Um dos principais mitos do processo eleitoral se refere a uma suposta interferência dos votos em branco e dos nulos no resultado da eleição. Como são considerados inválidos, esses votos em nada interferem, tampouco beneficiam quaisquer candidatos. Isso não passa de um boato.

Mais um mito

Se a maioria dos eleitores anular o voto ou votar em branco, a eleição inteira deve ser anulada? A resposta é não. Muitos já receberam essa falsa informação, porém o caso é o mesmo do item anterior. Apenas os votos válidos são considerados no pleito.

Essa desinformação que, vira e mexe, volta a circular nas redes sociais e nos aplicativos de mensagens, afirma que, segundo o artigo 224 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737/1965), se mais de 50% dos votos de uma eleição forem nulos, o pleito deverá ser anulado.

No entanto, na verdade, o dispositivo prevê a necessidade de marcação de nova eleição se a nulidade atingir mais de metade dos votos do país em decorrência da constatação, pela Justiça Eleitoral, de fraude no pleito, como, por exemplo, eventual cassação de candidato eleito condenado por compra de votos. Todos esses falsos conteúdos já foram desmentidos várias vezes pelo TSE, por outros órgãos da Justiça Eleitoral e por veículos de comunicação de credibilidade, além de agências de checagem.

Por isso, para votar consciente, não caia na desinformação e consulte fontes confiáveis.

Sobre política e idiotas

Uma das contas que sigo lá no Instagram é o Questão de Linguagem (@instagram.com/qlinguagem), criada por um professor de português e com dicas e curiosidades muito legais. Uma das mais recentes foi a seguinte:

“Você sabe qual é a relação entre as palavras “idiota” e “política”? Os gregos antigos inventaram muitas coisas, ideias e conceitos que a gente usa até hoje. Uma das principais invenções deles foi a “pólis”. A gente pode traduzir “pólis” por “cidade”, mas era uma cidade com mais autonomia que as de hoje, uma organização social constituída de cidadãos livres, que discutiam e elaboravam as leis. Tudo que dizia respeito à “pólis”, formava a “polítika”. Portanto a política era de interesse de todo cidadão, embora nem todo cidadão se interessasse por ela. Naquele tempo havia algumas pessoas que não se preocupavam com os outros cidadãos da “pólis”, eram egoístas, só desejavam saber de si mesmos, não se interessavam por política. Os gregos chamavam que não queria participar da política de “idiotes” [idiotas], que queria dizer, literalmente, habitante de si mesmo, morador de si próprio.

Bicho desconfiado que sou, ainda assim fui dar mais uma fuçada na Internet e encontrei lá no Dicionário Oxford:

ETIM gr. idiotes: indivíduo particular (em oposição a homem do Estado), cidadão plebeu; ignorante, sem educação, pelo lat. idiota,ae: pessoa sem instrução, ignorante, tolo

Pois é

Pelo quadro político brasileiro hoje, qualquer coincidência é mera semelhança…

Hebdomadário de um Temulento – II

“Mudança de hábitos”… Whoopi Goldberg que me perdoe, mas isso não é lá muito fácil, não. Ainda mais para um cara como eu, que adora uma rotina. Por exemplo: uma das coisas que costumeiramente costumo, como de costume, fazer, é ir no barbeiro. Nem sempre para cortar o cabelo, mas simplesmente para ficar vagabundeando por lá e tomando umas brejas, pois o ambiente é para lá de acolhedor, como já lhes contei no meu texto Os Barbeiros, lá de 2015. Apesar de que, desde o advento da pandemia, eu não comparecer com a mesma frequência de antes, sempre foi um local que gostei de estar. E, lógico, de beber.

Já tem mais de mês que eu estava ensaiando para ir até lá dar uma aparada na juba, até por uma questão de fidelidade ao Nando, meu barbeiro de plantão. Mas se mudanças são necessárias, por que não começar por aí? Deixemos as brejas de lado! Então combinei com o Vinícius, filho de meu amigo Evandro e que acabou de concluir um curso de cabeleireiro, que no sábado ele iria tosquiar este velho que vos tecla. É não é que ficou muito bom?

         

Um detalhe interessante para os novatos de plantão é que esse Vinícius já conheço de longa data, como dá para perceber nessa foto a seguir, de 2005, onde ele está junto com meu filhote caçula, o Jean (que hoje tem 18 anos), tomando o lanchinho da tarde…

Não mudou praticamente nada, né? Mas o que não mudou também foi minha capacidade etílica de sempre. A operação de desmatamento capilar se deu na casa do pai dele, meu amigo Evandro, copoanheiro das antigas e o remanescente de Los Três Amigos. Ou seja, obviamente, findo os trabalhos, sentamo-nos para tomar umas brejas. É, parece que essa “mudança” meio que não mudou muita coisa para a finalidade abstêmia que eu esperava…

E, pior, por motivos profissionais não pude comparecer na sessão desta semana lá na psicóloga, de modo que também não pude informar que falhei fragorosamente nas duas únicas tarefas que ela me deu: criar novos hábitos (distantes de ambientes etílicos) e tentar me reaproximar de meus filhotes. Até porque uma coisa leva à outra, pois mantendo meus hábitos e minha rotina, de igual maneira mantemos também nosso distanciamento e nossa contumaz falta de assunto.

Mas…

Talvez não seja o caso de simplesmente mudar meus hábitos. Talvez eu possa obter algum sucesso se retomar velhos hábitos que deixei de lado diante dessa minha temulenta desregrada vida. Vejamos o que temos: a reforma do meu Opala 79; a revisão e pintura de minha CB 400 81; pequenos reparos a serem feitos na casa (terei que ordená-los e criar uma lista de tarefas a cumprir); retomar minhas pesquisas genealógicas; organizar as informações para o próximo livro; retomar o projeto do livro de licitações (já perdi o bonde da história uma vez, quando do advento da chamada “Informática Jurídica”); voltar a escrever com regularidade no blog; retomar a digitalização e organização dos processos antigos de quando eu ainda tinha escritório… Enfim, há o que se fazer. Há com que ocupar minha mente para que eu mesmo me afaste dos encantos etílicos que, literalmente, usualmente embriagam minha alma.

Basta começar.

Boa sorte pra mim.

Os Doze Mandamentos do Esquerdista Moreno

Estes “Doze Mandamentos” vieram lá do blog/site/portal da Socialista Morena, da Cynara Menezes. Já os comentários irrelevantes que os seguem são de minha autoria mesmo. Porém é preciso contextualizar o porquê desse título, e ninguém melhor que a própria autora para explicar.

“”Darcy e Leonel Brizola voltaram do exílio falando num socialismo que não seguisse os modelos de nenhum país: nem da URSS nem da Alemanha Oriental nem de Cuba nem do Chile nem do Vietnã nem de nenhuma parte. Seria um socialismo à brasileira, aqui nascido e com nossas características de nação mestiça, morena. Daí o termo “socialismo moreno”. Ambos sofreram brutais ataques da mídia comercial apenas por utilizar estas palavras e sempre lamentei que tenham deixado a ideia de lado sem se aprofundar teoricamente sobre o socialismo que queriam.”

Agora à bricolagem do dia:

I – Não ter o dinheiro como norte (Não tenho. Nem como Norte, Sul, Leste ou Oeste. Simplesmente não tenho. Dinheiro.)

II – Respeitar o próximo como a ti mesmo (não precisa nem amar, respeitar tá de bom tamanho) (Eu bem que tento. O problema é que sou desrespeitoso para comigo mesmo…)

III – Não roubar o povo (Aliás não roubar. Simples assim.)

IV – Ser pacifista (violência, só contra a tirania) (Me mostre onde tem violência, qualquer que seja, e basta me procurar na direção contrária.)

V – Amar a natureza (Amo. Principalmente a feminina.)

VI – Ser contra o latifúndio, os transgênicos e o uso abusivo de agrotóxicos (Big Mac pode?)

VII – Não perder a capacidade de se indignar (Só de pensar nisso já fico indignado.)

VIII – Acreditar e lutar por direitos iguais para todos, independentemente de raça, credo, origem, condição social ou orientação sexual (Aqui não tem gracinha, pois essa bagaça é séria. E concordo plenamente, em gênero, número e grau.)

IX – Ser consciente da dívida histórica com indígenas e negros e apoiar políticas de ação afirmativa (E os amarelos? Afinal de contas a Dona Patroa é japinha…)

X – Ser um defensor intransigente da liberdade: de pensamento, de expressão, de culto, de ir e vir, cognitiva (Comecei concordando, mas confesso, sem nenhuma vergonha, que tive que consultar o dicionário: “A liberdade cognitiva , ou o direito à autodeterminação mental, faz parte dos direitos e liberdades de controlar sua própria cognição e consciência. Tem-se argumentado que isso é tanto uma extensão quanto o princípio subjacente da liberdade de pensamento.” Entenderam? Então.)

XI – Ser a favor do estado laico (Sim, graças a Deus. Pois diferentemente do que acham estado laico não é estado ateu.)

XII – Jamais se esquecer (ou se envergonhar) do que sonhava aos 20 anos de idade (Cara… Aos 20 eu já era casado e vivia numa fodástica sifudência pra ganhar a vida… Prefiro ter como padrão meus sonhos de adolescência!)