Sai pra lá, encosto!

Então. Esse “caboclinho” aí em cima é o tal do banco que eu estava a desmontar outro dia. O próximo passo, logicamente, seria verificar o estado de seu encosto. Até porque o mesmo estava travado – não adiantava puxar aquela alavanca lateral que ele não ia nem pra frente, nem pra trás.

Primeiramentemente – e nem podia deixar de ser – encontramos mais alguns grampos a serem retirados na parte inferior. Com meu super-ultra-mega-blaster-plus-advanced (e novo) alicate de corte, essa tarefa ficou beeeem mais fácil. A capa do banco tinha também, na sua parte posterior, três travas de metal que se fixavam na ferragem inferior do encosto. Bastou afastá-las com um alicate de bico e retirar a capa, como se fosse uma luva.

(Observação mental para mim mesmo: da próxima vez que for tirar uma capa de um encosto de banco, certifique-se tenha soltado antes os parafusos da alavanca do assento, sob risco de rasgar mais ainda a própria capa.)

Antes de ela sair totalmente, assim como o assento tinha grampos na linha dos fundilhos, segurando a capa por baixo, o encosto também os tinha na altura da nuca. Bastou cortá-los por trás.

Retirada a capa, encontramos uma bela espuma quadrada encaixada na armação onde recostamos a nuca no encosto. Por isso que o encosto é sempre fofinho…

Fora isso, encontrei o mesmo esquema do assento: debaixo da capa, espuma; debaixo da espuma, palha; debaixo da palha, forro. Sim. MAIS palha. Segundo a sabedoria mecânica de meu pai, parece que essa @#$%¨&*! de palha na realidade é feita a base de casca de côco. Por mim podia ser até a base de seda. Do jeito que é, continua sendo um NOJO.

Pois bem. Despido de sua pele, músculo e entranhas, restou o esqueleto do encosto, tal qual o vemos aí embaixo…

Agora, com acesso total às intimidades do encosto, foi possível diagnosticar o porquê de a alavanca para deitar o banco não funcionava. Essa alavanca (que fica mais ou menos na metade da altura do encosto) tem preso na sua extremidade interna o gancho de um arame. Esse arame desce por dentro de todo o banco e se conecta a uma espécie de catraca, que fica do lado de dentro da regulagem de altura do encosto. Deem uma olhadinha na figura aí embaixo.

O arame (1), que vem lá da alavanca superior, é preso numa outra alavanca fixa que faz as vezes de catraca (2). Quando puxamos a alavanca superior, que fica no encosto do banco, também puxamos esse arame (1), fazendo com que a catraca (2) suba no sentido da seta azul. Dessa forma o encosto fica livre para ser inclinado para a frente, no sentido da seta amarela, permitindo que os passageiros tenham acesso ao banco traseiro do veículo. Para que, após trazer o encosto à posição original, a alavanca superior também volte a sua posição de descanso, faz-se necessária a presença de uma mola (3), que force a catraca para a posição travada. Essa mola (3) também estava faltando, sendo que lá na minha caixa de quinquilharias consegui uma que servisse perfeitamente.

Bem, com a ferragem do banco funcionando, e como ainda não deu pra começar a mexer com o assoalho, posso começar a pensar em lixar, pintar e engraxar tudo isso para, então, refazer a parte de espumas e capas.

Ah, agora com o know-how atualizado, só por curiosidade também já desmontei o encosto do banco do motorista. Acabei notando que precisarei encontrar algumas peças (ainda que usadas) do botão de regulagem da altura do encosto (aquele redondo, do lado do banco). De ambos os bancos.

Só que nesse encosto também precisarei da boa e velha solda lá da oficina do Seu Bento (vulgo meu pai)… O danado tá todo quebrado e arrebentado mesmo. Vejam só:

2 comentários em “Sai pra lá, encosto!”

  1. IIIIIIISSAAAAAAAAAAAAAAAA!!!

    E lá se foi pelo ralo a necessidade de levar meus pobres bancos dianteiros pra um capoteiro, hehehe…

    Mais uma vez, meu caro Adauto, ler seu blog se mostrou de grande valor. Tenho dois bancos individuais que vou ter que recolocar no Ogro (o inteiriço que está nele é de um 4 portas, não reclina) e eles estão bem sambados… ia eu gastar uma grana, quando TA-AAAAA… tenho na minha frente o caminho das pedras! Assim que puder eu começo o serviço e ponho no blog.

    Valeu!

  2. Mas ponha mesmo, Eduardo. Infelizmente a parte da desmontagem eu fiz, mas por absoluta falta de tempo não comecei a parte da “remontagem”. Mas TODAS as pecinhas estão lá, bem guardadinhas…

    Abração!

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