Agora que o nosso bom e velho Titanic está no devido lugar, basta simplesmente levar as peças da parte elétrica para a montagem, certo?
Bem, num mundo perfeito e ordeiro talvez fosse assim. Mas estamos falando de peças que estão guardadas há anos – ANOS!!! – e que por mais de uma vez foram “rearranjadas” no pequeno espaço da caverna que chamo de garagem. Desde a última limpeza elas vieram parar nesse protótipo de prateleira…
Pelo menos eu havia deixado tudo separado em caixinhas – em especial os parafusos. Cada coisa e conjunto no seu devido lugar, de modo que quando fosse necessário montar cada parte, já estivesse tudo separadinho. O plano perfeito. Mas em um mundo perfeito meu sogro japonês de 85 anos e surdo como uma porta de carvalho dupla não estaria morando comigo. E eventualmente ele gosta de fuçar nas “coisinhas” dele lá na garagem – o problema é que ele também que estende essa fuçação para as MINHAS coisas. Não sei se ele precisava de uma caixa ou de um parafuso, mas o que sei é que encontrei minhas tralhas desse jeito aí embaixo…
O TEMPORA! O MORES!
(Para os “não iniciados” na latinagem acima, essa foi uma frase dita há mais de dois mil anos por Cícero, um filósofo romano, indignado com as pessoas e seus costumes. Significa algo como “Ó Tempos! Ó Costumes”. Pois é. Desde aquela época o caboclo também já era de reclamar…)
Bem, que se há de fazer? Começar a escolher e separar o que for possível, não é mesmo? O chicote básico e algumas outras peças “óbvias” eu já havia levado pro japonês. A primeira coisa que ele me pediu foi a caixa de fusíveis – até pra ver se daria pra aproveitar ou se teríamos que arranjar uma nova. Fuça daqui, fuça dali acabei não só achando a danada como também uma bela coleção de fusíveis, tanto incompatíveis quanto quebrados…
E, ainda, com a própria tampinha original, hein?
Mas o que ainda estava faltando e não necessariamente seria uma peça da parte elétrica era a churrasqueira. Não a elétrica, na qual costumo assar minha picanhinha, mas aquela da frente do Opala, onde vão os limpadores de para-brisa. É que enquanto o carro esteve na mecânica acabei deixando guardadinhas na casa de meu pai todas as peças não essenciais (para-lamas, capô, tampa do porta-malas, etc). Não é longe, é só do outro lado da cidade, mas zuzo bem. Pelo menos ficaram bem protegidas lá numa edícula que ele tem nos fundos da casa dele.