Bem, finalmente coloquei aquele parafuso que faltava na tampa do distribuidor. Além do original (que não encaixava mais), passei a ter outros de dois tamanhos ligeiramente maiores (mais compridos). O primeiro, assim como o parafuso original, também não “alcançou” a rosca da base, girando em falso. Paciência. Já o segundo deu certo, mas como a rosca da base não possui furo passante, chegou num ponto em que o parafuso não ia mais. E a cabeça do mesmo ainda não apertava a tampa do distribuidor. Duas alternativas: colocar arruelas (gambiarra!) ou cortar o parafuso para que ficasse no tamanho correto (solução lógica mais adequada).
Já tentaram cortar somente 1,5mm da ponta de um parafuso com uma serra de metal e sem ter uma prensa para prendê-lo, mas apenas um alicate? Pois é. Dá um trabalhão. Garanto.
Mas, depois de cortado, encaixou perfeitamente. Pronto, um problema a menos para me preocupar.
Como ainda não resolvi plenamente a questão do assoalho (até porque meu pai precisa ser informado de que me emprestará sua solda a oxigênio), resolvi ir mexendo naquilo que já está desmontado. No caso, os bancos.
As alternativas que eu tinha seriam as seguintes: 1) comprar bancos novos; 2) comprar bancos usados (em desmanches); 3) mandar consertar os bancos atuais; ou 4) eu mesmo consertar os bancos atuais.
Bem, como esse carro não foi comprado pra ser consertado com pressa, a opção 4 me pareceu a mais viável – e financeiramente mais atrativa.
O banco do motorista ainda está sendo utilizado (ainda que seja somente a base fixada no assoalho do carro), de modo que tive que concentrar meus esforços no banco do passageiro. Seu maior problema, além dos rasgos no tecido, dos pedaços de espuma faltando e da palha que saía por todos os lados, era que seu encosto estava travado.
Uma vez desmontado o encosto, comecei a desmontar os trilhos. Donde cheguei à inequívoca conclusão de que precisava comprar uma chave estria de 15mm. Ainda assim, com muito jeitinho para não arredondar as cabeças dos parafusos, consegui soltá-los com uma de 16mm. Tive que desenhar um pequeno gabarito de orientação (segue, no final desse texto) para poder me lembrar os lados e a maneira correta de remontar esses trilhos. Apesar de sujos e enferrujados uma boa limpeza e engraxada deve trazê-los de volta à sua plenitude. Apenas acho que deve estar faltando uma mola no controle deslizante do banco (seria uma espécie de “mola de retorno”). Quando for remontá-lo, verei isso.
Ato contínuo comecei a retirar o estofamento, o qual era preso em suas extremidades com “grampos” de metal. Mais um item a ser adquirido: um alicate de ponta dura para cortar arames. E lá fui eu soltando todo o estofamento com um alicate de ponta mesmo, abrindo os grampos ao invés de cortá-los (isso sem falar nos que por si só quebraram, de tão enferrujados).
Aliás, como se já não bastassem todos os grampos laterais, ainda encontrei mais grampos bem no meio do assento do banco, segurando a capa por baixo.
Retirada a capa do estofamento, seguia uma camada de espuma, com o desenho anatômico do banco. E sob essa espuma, o que encontrei? Uma espécie de palha. Palha, palha, palha. Palha que espeta, palha suja, palha se soltando por todos os lados. Um nojo. Pra que tanta palha? Garantia de fornecimento de matéria-prima para ninhos de ratos? Imagine um carro que com seus mais de 25 anos de uso e que nunca tenha tido uma desmontagem e uma limpeza decente. Então. Era esse o estado dessa palha.
Bem, qual foi o caminho das pedras até então? Debaixo da capa, espuma; debaixo da espuma, palha; debaixo da palha, forro. E esse forro estava preso com quê? Claro. MAIS GRAMPOS!
Meu prezado Adauto, vi que a estrutura dos seus bancos é igual à dos meus, então diga-me uma coisa: como (ou onde) eu acho para repôr? Afinal, as que eu vejo por aí não têm o apoio de cabeça integrado… També: essa tal palha é realmente necessária our a espuma dá conta? Estou determinado a reformar os meus bancos utilizando os conhecimentos de quando ajudei minha mãe a reformar os sofás da casa dela, acho que vai sair alguma coisa que preste…
Abraço!!!
Eduardo, sinceramente não sei se essa palha (de côco, segundo meu pai) teria alguma função técnica qualquer ou se simplesmente tratava-se de algum recurso mais barato à época da construção desses bancos.
Nos dias de hoje, até pela falta de matéria-prima (quero crer que talvez seja difícil de achar essa palha), provavelmente devem haver alternativas à sua utilização.
Nesse caso creio que seria mais fácil trocar uma ideia com algum tapeceiro ou estofador para avaliar o que seria mais viável…
E, caso descubra o caminho das pedras (ou das palhas), não deixe de avisar!
Abração!