Bancada, pára-choque et caterva

Com o carro tendo voltado a funcionar normalmente, de minha parte também voltei a alguns afazeres mais mundanos, como acabar de montar a bancada para trabalhar em suas peças.

A manhã foi dedicada à lixadeira. Eu tranquilamente daria um beijo – de língua – na pessoa que a inventou. Que equipamento fantástico! E pensar que já lixei tanta coisa na minha vida só com um toquinho e uma lixa…

(Observação mental para mim mesmo: caso volte a usar novamente esse equipamento, devo lembrar de tirar carro e moto da garagem ANTES de começar o serviço.)

Apesar da lixadeira em mãos, as futuras pernas da bancada poderiam ser mais facilmente desbastadas com o auxílio de uma plaina (um instrumento usado por carpinteiros que serve para nivelar a madeira). Mas, ora vejam! Seu Bento (vulgo meu pai) TEM uma plaina! Sendo assim, resolvi fazer-lhe uma visitinha na parte da tarde…

Aliás, já iria com o novo carro velho, para que ele o visse. Assim eu também poderia sondar o terreno para ver se irá rolar um help com o maçarico no assoalho…

Antes de sair, porém, decidi que seria de bom tom completar a água do radiador. Como isso deve ser feito com o motor em movimento, liguei-o e fui despejando a dita água. Notei que ele estava mais barulhento que o normal (se é que existe um “normal” para um carro com tanta lata solta).

Identifiquei o “bate-bate” numa peça do pára-choque dianteiro que estava bem solta – um tipo de protetor para não enconstar o pára-choque na parede. Com algum trabalho, porque tá tudo meio amassado, e – pasmem – com a ajuda da Dona Patroa, consegui recolocá-la no lugar, firme como deveria ser!

Assim, na parte da tarde, juntei as madeiras que precisaria plainar e fui com o Opalão (ainda não gostei desse nome – preciso batizá-lo…) lá na casa do Seu Bento. Após trabalhar as madeiras, levei meu pai para conhecer o carrão. Elogiou o motor (e quem o conhece sabe o quão difícil é ele elogiar alguma coisa) e disse que até que a lata não estava tão ruim assim. Melhor que a do fusca que consertáramos há uns dois anos. Combinamos que aos sábados ou domingos, havendo tempo e disponibilidade, ele toparia me ajudar (leia-se fazer o conserto) com o assoalho.

Bem, como nem dá pra fazer tudo de uma vez, isso implica que no decorrer das semanas vindouras vou compartimentar o assoalho, escolhendo o pedaço que será remendado no fim de semana seguinte, ou seja, pedaço por pedaço ele será talhado, descascado, escovado e lixado. Combinamos que a cada pedaço feito aplicaremos uma tinta de fundo pra não deixar enferrujar e, ao final, uma batida de pedra em tudo (uma tinta protetora especial para assoalhos).

Com tudo acertado, apesar da tarde causticante, sentamo-nos à mesa da cozinha e munido de um bom copo de vinho tinto aprendi como é o funcionamento de um “câmbio seco” e de um “câmbio sincronizado”, tudo por cortesia da longeva experiência mecânica de meu pai…

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