De volta ao reduto

Ainda que com uma semana de atraso eu e meu pai montamos a “Operação Volta pra Casa”.

Há que se lembrar que o carro está totalmente “depenado”. Além da própria lataria, permanece o motor, rodas, suspensão, freios e – quando muito – o banco do motorista. Nada de vidros, faróis, lanternas, setas, estofamento, nada vezes nada.

Ou seja, o “correto” seria rebocar o carro até em casa (que fica exatamente do outro lado da cidade). Mas chegamos à conclusão que o carro poderia ir por si próprio, afinal de contas está com o motor funcionando perfeitamente.

Resolvemos o seguinte: ele iria com seu carro (uma boa e velha e conservadíssima Variant 74) exatamente à minha frente e carregando uma corda. Caso algum policial nos parasse no meio do caminho, aguentaríamos a bronca e simplesmente amarraríamos um carro no outro até chegar em casa.

Com essa combinação saímos da casa de meu pai, na zona norte da cidade, lá pelas sete da manhã – horário escolhido por ter pouquíssimo movimento nas ruas numa manhã de domingo. E dali nos dirigimos até em casa, na zona sul.

Mais ou menos no meio do caminho tem uma bela duma reta, conhecida como Avenida do Vidoca (sendo esse Vidoca um ribeirão poluído que corta aquele trecho). Com um certo aperto no coração, quando chegamos nesse trecho, a cerca de 60km/h, resolvi largar a direção para “checar” o alinhamento do carro.

Afinal, depois de tanta solda (aproximadamente 5kg só de varetas – fora os vários tubos de oxigênio e acetileno), achei impossível que restasse alguma coisa certa no carro.

SURPRESA, SURPRESA!!!

O carro seguiu em perfeita linha reta. Direitinho. Nem um pouco à esquerda ou à direita.

Fiquei total e completamente pasmo!!!

Aliás, apesar do vento que me fustigava a face (estávamos sem o pára-brisa, lembram?), acho que foi a primeira vez que andei com o carro de uma forma tão silenciosa. Não tinha absolutamente nada batendo ou chacoalhando, como de praxe.

Com uma ponta de orgulho pelo trabalho extremamente bem feito (pelo meu pai), garanto que meu coração ficou bem mais leve e animado para dar continuidade à reforma…

Basta, agora, conciliar meus horários malucos do trabalho com a disponibilidade para minhas tarefas na lataria do carro.

3 comentários em “De volta ao reduto”

  1. CALMA RAPAZ!!!

    Primeiramente sê bem-vindo! Mas saiba que ainda não abandonei nada – muito menos a “aventura” da reforma (ou seria “desventura”?)… É que tenho atualizado o site fora de tempo mesmo. Fiquei meses sem escrever nada porque não queria perder nenhum detalhe e agora tenho contado meio que tudo de uma vez.

    É como dizia um caboclo com quem trabalhei: “o ótimo é inimigo do bom”

  2. Pingback: Projeto 676

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