E eis que resolvi que já seria hora de colocar em prática uma ideia que já vinha matutando há algum tempo.
Com a recente falha do sexto cilindro, percebi que somente haveriam medidas paliativas até que efetivamente mandasse executar o serviço. Tenho uma reserva pecuniária para emergências (tá, tá, confesso: é o cheque especial) e decidi que deveria avaliar bem melhor essa situação. Até porque haveria também a possibilidade de aportar o Titanic II lá na casa do Seo Bento, vulgo meu pai, para que, juntos, fizéssemos o serviço. Ou seja, eu sob a orientação dele. Mas isso tudo ainda estava assim, meio que enevoado em minha mente.
Então, pela manhã, fui buscar leite e pães, como de praxe.
E lá foi o carro meio que falhando.
É uma coisa irritante. Mesmo. O motor do Opala trabalha em baixa rotação, de modo que – ao contrário de outras enceradeiras outros veículos – não há necessidade de acelerar em excesso ou queimar embreagem. Só que com o cilindro falhando é justamente isso que acontece. É de espanar!
Então decidi. Com ou sem reservas esse carro iria para o mecânico.
E lá fui eu para o trabalho, distante cerca de 15km de casa. Já fui imaginando o caminho a fazer, a distância que seria ir (a pé) do mecânico até o trabalho – que fica praticamente do outro lado da cidade. E isso porque eu tinha uma reunião logo às nove.
Mas… PÉRAÊ!!!
Não tava falhando!
Tava tudo normal!
Que conclusão posso chegar?
Que o mardito afinou!!!
Sei lá, tenho dessas coisas. Objetos não são só objetos. Possuem personalidade. Possuem “alma”. E o danado – tal qual Herbie, o Fusca – estava me “dizendo” na prática que não queria ir para o mecânico. Ao menos, não naquele momento…
Assim, resolvi lhe dar uma chance e respeitar isso.
Pelo menos por enquanto…
IUAHiuahiuAhaIUhAIUhaIU meo pai.. realmente, então não é só o meu que é temperamental? Hahahaha… seo Adauto.. vou te contar uma história… HIstória mesmo, pois é real.
Algum tempo atrás o meu Opala estava ruim. Falhando, engasgando. Cada saída era um livro do Stephen King. Cheias de surpresas, e todas desagradáveis. Enfim… Estava considerando seriamente, mesmo, vender o carro. Mas, por ser teimoso tal qual uma mula, resolvi que iria arrumá-lo. E fui orçar o conserto de sua lataria em um funileiro aqui perto de casa.
Cheguei lá, os funcionários não quiseram orçar. Chamaram o chefe. O homem veio, deu uma olhada no carro, e de cara já largou uma direta:
“Pq vc não vende esse carro? Venda e compre um novo.”
Mas eu quero arrumar este, falei eu.
E ele: “Carro assim só compensa arrumar se você não usa. Você arruma e deixa ele guardado. Tira no domingo, e guarda de novo. Senão, 2 anos você vai ter que arrumar de novo.”
E eu, já indignado: “Eu quero arrumar este. Não gosto de carros novos, e acho que este merece ser arrumado. Podemos orçar?” Já com as batatas cozinhando né.
E o funileiro: “Olha aqui – apontou para o painel traseiro – tá vendo isso? Teu carro tem cancer. Isso. Cancer. Cancer aqui, cancer ali. Cancer cancer cancer. Vou tirar aqui, vai aparecer lá.”
E ficou ali uma meia hora desqualificando meu carro. Eu já estava MUITO put*#$@… mas enfim, ouvi até o final.
Após meia hora de diagnósticos sinistros sobre o Opala, decidi que estava satisfeito já. Entrei no carro, chateado com o fato que além de tudo, o carro agora sairia de lá falhando, tossindo, confirmando o “desengano” do funileiro.
Girei a chave, e qual não foi minha surpresa quando o motor girou limpo… um ronco como eu não tinha ouvido até então, sem engasgar ou falhar. Parecia outro carro. Confesso que me obriguei a rir quando vi a cara do funileiro, olhando enquanto o carro saia macio, o motor ronronando baixo até chegar na rua, aonde dei aquela acelerada e fui embora.
Infelizmente alegria de pobre dura pouco e em duas semanas o motor estava tossindo e engasgando de novo. Mas de lá em diante, eu venho fazendo terror psicológico para meu carro: “olha que te levo no funileiro.” E faz tempo que ele não quebra hein.
Brincadeiras à parte, meu motor agora já está nas últimas mesmo, e a retifica é para esse ano ainda. To contando os dias.
Seo Adauto, consegui tirar as fotos, a qualidade não ficou muito boa, pois são do celular. Mas já dá pra perceber legal a adaptação que foi feita. Estou te mandando pelo email.
Grande abraço.
João
É, João. “Objetos inanimados” que nada! Esses bichinhos são temperamentais, passionais e fazem o que querem. Infelizmente creio que o seis canecos esteja na mesma situação que o seu… Mas a opção que tenho é a troca direta de motores entre ele o 79, de modo que deixarei a retífica para um momento mais oportuno ($$$)…
Inté!
João, em tempo: acabei de ver as fotos. Seu carro tá lindão mesmo, hein! Dentro em breve também estará por aqui…
Abração!
Opa nobre.
Agradeço o elogio. Ele quando limpo engana bem. Mas a verdade é que a lata anda está bem machucada. Mas primeiro a mecânica. Melhor ter um carro “feio” funcionando redondinho do que ter que empurrar um carro lindo.
Abraços.
Ps.: um ótimo Natal e próspero Ano Novo Dr. Adauto. Desejo muito sucesso nesta empreitada e nas demais que por ventura você e seus familiares venham a participar.
E ontem a noite fui premiado.. engavetamento de 4 carros, eu era o primeiro da fila… R$1500,00 pra recuperar a traseira do Opala… e o causador do acidente, espertão, de carro alienado, não tem um centavo, quis aproveitar o sinal amarelo e acelerou sem olhar pra frente… pronto..
É pra acabar msm…
Vamos por partes.
Nossos carros (Opalas) são tão fotogênicos que mesmo com a lata ruim ou detalhes por fazer ainda assim chamam a atenção e se comportam maravilhosamente bem nas fotos. Quem vê as fotos do Titanic II não imagina a quantidade de perrengues que existem para ser feitas no carro…
Agradeço pelos votos e retribuo, no mínimo, em dobro para você e para os seus.
E lamento profundamente o ocorrido em plena antevéspera de Natal. Pô, ninguém merece! Mas carro a gente conserta. Com grana, sem grana, dando um jeitinho, a gente sempre acaba conseguindo. Ao menos suponho que você esteja bem – e, nesse sentido, tudo fica ótimo.
Mas acredite em mim: mesmo em casos como esse, NADA acontece por acaso. Experiência própria. Tenha paciência e confia.
Um grande abraço!