Férias, restinho da etapa – “dia três”

(Final daquela parcial… Praticamente um interlúdio!)

E, por incrível que pareça, no restante desse dia nada mais fizemos senão ficar no hotel!

Resolvemos dar uma organizada nas coisas, separamos todas as roupas sujas (não se iludam: crianças sujam MUITO mais roupas do que qualquer um consiga imaginar), rearranjamos o que ainda havia dentro das malas e fizemos uma catança geral para que pudéssemos sair bem cedo no dia seguinte.

E a chuva continuou firme e forte lá fora. Numa descompromissada conversa com a camareira fiquei sabendo que, apesar de tudo, o povo da cidade estava bastante feliz, pois já há mais de cem dias que não chovia! A estiagem estava judiando bastante de todo mundo… Buscando pela memória pude constatar que era isso mesmo, pois no caminho encontramos com muitas – mas muitas mesmo – queimadas e campos pra lá de secos!

Aliás, como diria um grande nordestino amigo, cabe aqui um “paréntêses”: se tem algo que nunca soube na minha vida foi “fazer as amizades certas”! Ainda que houvesse a oportunidade – e houve – invariavelmente eu sempre preferi estar mais perto do pessoal de base… Explico. Entre conhecer, com toda pompa e circunstância, o dono de um belo hotel duma cidade histórico-turística, ainda assim o proseio predileto que sempre tenho (e que também invariavelmente acaba me rendendo as melhores dicas) é com as camareiras, os atendentes, os carregadores, etc. Aquele pessoal que REALMENTE sabe o que acontece ao redor de seu mundo e tem até mesmo uma certa ansiedade para compartilhar isso. Que acaba te ajudando com VONTADE de ajudar. Não existe porta que não lhe seja franqueada (ou, muitas vezes, hackeada) ao singelo custo de um sincero sorriso e um pouco de genuína atenção. Isso realmente pode fazer toda a diferença numa viagem, qualquer que seja… #ficaadica

Mas, enfim, como vivemos numa democracia e a Dona Patroa gosta de ter “rodinhas nos pés”, depois de algum tempo mocozados no quarto do hotel, veio a proposta: “Que tal a gente sair, aqui por perto mesmo, pra comer alguma coisa? A gente aproveita e vê o que mais tem, alguma lojinha, sei lá? Quem quer ir?” Simultaneamente quatro cabeças olharam para ela, ato contínuo, com uma ligeira espichada, observaram a fina chuva que ainda caía lá fora, encararam-se uns aos outros e veementemente se sacudiram numa negativa!

Frustração geral.

Só dela.

Então ela resolveu sair e comprar alguma coisa pra comer. Ainda que ninguém estivesse com fome. Insistiu mais um pouco, mas nenhum dos garotos quis ir. E eu, como pai zeloso, tinha que ficar ali no quarto sequinho e quentinho cuidando daqueles que não saíssem… 😀

Pouco tempo depois ela voltou com alguns sandubas de presunto e queijo e etc sem presunto mas com queijo e alguns pastéis. Todos comemos um tanto e sobrou um bom outro tanto – ela sempre, sempre, teve problemas em exagerar nas quantidades!

E, já com o adiantado da hora daquele sábado, para que não perdêssemos tempo no dia seguinte, fomos dar uma consultada no Google Maps – só pra não cair em alguma outra esparrela da Madame GPS. Para Tiradentes seria fácil, pois fica ali do lado. Mas, para volta, saindo de Tiradentes e num batidão até em casa, eu não queria cair n’alguma outra cilada. A primeira rota sugerida pelo computador voltava um tanto do que já havíamos passado e seguia numa estradinha tortuosa até chegar em São José dos Campos. Cerca de 417km ao todo. Fui checar. Era a SP-50, a Estrada Velha para o Sul de Minas! Argumentei que não, que eu preferia andar cinquenta quilômetros a mais a cem, cento e vinte por hora, que pegar uma estrada mais curta de, no máximo, uns sessenta por hora. Concordes nisso, alterei a rota para pegar a Via Dutra na altura de Cruzeiro (que deveria ter sido nosso caminho original), o que elevou o trajeto para 446km. Tudo bem, dava pra encarar numa boa. Mas, curiosamente, havia uma “barriga” em determinado trecho do trajeto. Um desvio inusitado. Fui olhar com calma e não fazia sentido. Pela maior parte seguiríamos pela BR 383, passando por Cruzília, até pegar a BR 267 na altura de Baependi. Mas havia uma falha na estrada desenhada no mapa, o que nos levava à BR 494, com uma volta que passava pelo Rio de Janeiro para pegar a Via Dutra! Provavelmente o mesmo trecho pelo qual viemos (quando meio que nos perdemos, lá no início dessa aventura)…

Do desenho do mapa para a foto via satélite. As imagens não se encontravam perfeitamente – o que considerei como normal num mapeamento em paragens tão desoladas (e o que justificaria as lacunas informacionais da Madame) – mas na foto havia, sim, estrada ali onde a estrada simplesmente acabava. Concordamos que o negócio seria mesmo seguir pelo caminho não sugerido, o que evitaria uma enorme e aparentemente desnecessária volta.

Daí fiz minhas anotações de rotas, com nomes das estradas, ressaltando os pontos estratégicos de guinadas, tudo bem detalhado, no bloco de notas de meu celular. Enquanto que ela, numa simples folhinha usada de papel, mais rabiscando que anotando, fez seu mapinha básico.

“Mas já tô anotando aqui, ó!”

“Deixa eu fazer do MEU jeito que eu me entendo!”

Bem, como nunca soube discutir com essa lógica, achei melhor deixar pra lá…

E assim, à parte do que a Madame GPS viesse a orientar, e também à parte do que o próprio Google Maps estivesse sugerindo, fixamos nossa rota de volta.

Afinal, o que poderia dar errado?

E dali toca todo mundo pra descansar para o dia seguinte, em Tiradentes…

3 comentários em “Férias, restinho da etapa – “dia três””

  1. Saudações Adauto.
    Dois meses de silêncio, você deve estar “enrrolado”.
    Espero que esteja tudo bem e desejo boas festas a todos so seus e que não fique sem dar notícias por tanto tempo. Veja só neste tempo depois de colocar o lanterneiro/pintor na justiça, não é que ele finalmente,(depois de 11 meses) me devolveu o carro! Não com um serviço de primeira mas … pelo menos agura posso ir fazendo os detalhes aos poucos.

    Felicidades e saúde.

    Ricardo

  2. Olá! Estou reformando um Opala 79 e vira e mexe procuro assuntos relacionados ao Opala no Google e gostei muito do seu blog, parabéns! Me identifiquei com muitas partes porque meu Opala também está tomado pela ferrugem, em quase todos os lugares em que o seu também estava… mas pelo menos o motor é um 250-S! hehe

    Porém vi que faz um tempo já que você não posta nada sobre o carro.. como anda o projeto?

    Abraços!

    Adriano

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